OS SETE CONCÍLIOS “ECUMÊNICOS” DA IGREJA
Por: Patricia Ferreira • 3/5/2018 • Pesquisas Acadêmicas • 998 Palavras (4 Páginas) • 398 Visualizações
OS SETE CONCÍLIOS “ECUMÊNICOS” DA IGREJA
Considerações Preliminares
Pelo termo “Ecumênico” (oikos: casa; meno: ficar. “Ficar em casa ou em família”; aqueles que possuem algo em comum) não estamos nos referindo ao movimento ecumênico atual (Iniciado em Edimburgo em CMI), mas somente a idéia de que as igrejas oriental e ocidental se reuniram em Nicéia para decidirem questões doutrinárias para toda a igreja cristã.
- CONCÍLIO DE NICÉIA (325) O tema principal: Cristologia: Jesus é Deus verdadeiro, com a mesma essência. Interpretação errônea: Ário: “houve tempo em que o Verbo não existia”; Cristo é uma criatura exaltada (Os testemunhas de Jeová). Doutrina ortodoxa: Atanásio: Jesus é 100% homem, 100% Deus. Seus argumentos foram: 1) Se Jesus não é Deus, então não houve salvação, pois só Deus perdoa pecados; 2) Se Jesus não é Deus, então a igreja comete idolatria, pois todos se ajoelham diante de um homem.
- CONCÍLIO DE CONSTANTINOPLA I (381)
Sobre Trindade, Cristologia e Pneumatologia. Interpretação errônea: Permaneciam os traços arianos nas heresias de a) Macedônio: o Espírito Santo é criatura. b) Apolinário: o Verbo divino tomou o lugar da alma racional em Cristo, como se o tivesse dividido em partes. c) Paulo de Samosata: adocionismo: Deus adotou o homem Jesus. Ortodoxia: Os Pais Capadócios: Basílio, o Grande; Gregório de Nissa e Gregório de Nazianzo. Definição do Concílio: Jesus e o Espírito Santo são Deus verdadeiro, da mesma substância do Pai; uma natureza e três pessoas; em Cristologia, a alma de Jesus é divina e humana.
2º CONCÍLIO ECUMÊNICO DA IGREJA (381 A.D.) CONSTANTINOPLA I
OS PAIS CAPADÓCIOS
BASÍLIO DE CESARÉIA (330-379)
Nasceu numa família abastada e freqüentou, em Atenas, a melhor escola de cultura grega. Ele amou os pobres e necessitados. Fundou hospitais e orfanatos. “Por causa do labor em favor do Espírito Santo, Basílio passou a ser conhecido na igreja como ‘teólogo do Espírito Santo’ e por causa do teor de suas obras em vida, veio a ser chamado de Basílio, o Grande” (OLSON, p.181).
GREGÓRIO DE NAZIANZO (330-391)
Era o melhor amigo de Basílio. Ele não gostava do trabalho administrativo, sempre preferiu ser sacerdote, estudar e escrever. Escreveu Discursos teológicos, obra que lhe rendeu o título de “O teólogo”. E também Sobre o amor aos pobres. “Aquilo que Ele não assumiu, Ele não curou”
GREGÓRIO DE NISSA ( )
Irmão caçula de Basílio, Nissa, embora não tendo recebedido a mesma educação dos demais, foi o maior dos capadócios. De notável raciocínio, tornou-se também um grande pregador. Assumiu a difícil Sé de Nissa. Três dos seus escritos foram fundamentais para o triunfo do 2o. Concílio: Da santa Trindade, não três deuses e Contra Eunômio.
- CONCÍLIO DE ÉFESO (431)
O Concílio tratou da união das naturezas de Cristo; e do título de Maria (Mãe de Deus?). Interpretação errônea: Nestório (patriarca de Constantinopla): Maria é mãe de Jesus Cristo, alguém menos que Deus. Posição ortodoxa: Cirilo de Alexandria: Maria é “Mãe de Deus”, pois Jesus é Deus; e não apenas “Mãe de Cristo”, como se Cristo não fosse Deus.
- CONCÍLIO DE CALCEDÔNIA (451)
Tema principal: Cristologia. Interpretação errônea: Êutico: Jesus não existia em duas naturezas depois da encarnação, porque a natureza divina absorveu a natureza humana de Jesus. Posição ortodoxa: Leão, o Grande: em Cristo há duas naturezas (divina e humana) unidas em uma só pessoa, e isso mesmo depois da encarnação.
- CONCÍLIO DE CONSTANTINOPLA II (553)
Interpretação errônea: Monofisismo (ou Eutiquismo), que dizia que Cristo tinha uma única natureza (divina) revestida de carne humana. A posição ortodoxa: Cristo tem duas naturezas. - CONCÍLIO DE CONSTANTINOPLA III (680-681)
Interpretação errônea: Cristo não tinha vontade humana. Posição ortodoxa: A vontade de Cristo era fazer a vontade do Pai (Vontade Divina), mas como homem perfeito, tinha a sua própria vontade como homem (Desejos como qualquer homem).
7. CONCÍLIO DE NICÉIA II (787)
Este Concílio tratou da questão das imagens (ícones), a qual não havia ainda causado problemas quanto ao seu uso decorativo na igreja.
À medida que se convertiam os pagãos, os pastores temiam que as imagens levassem à idolatria;
Insistia-se no valor da imagem como o “livro dos incultos”.
Um pouco do contexto...
Surgiram dois partidos, os iconoclastas (“quebradores de imagens”) e os iconódulos (veneravam as imagens). Os iconoclastas estavam irritados com os abusos. Havia, até mesmo, alguns que raspavam uma “imagenzinha”, estátua do templo, dentro do cálice para energizar. Os muçulmanos, nas proximidades, consideravam os templos cristãos como pagãos, pois estavam cheios de imagens. Para evitar o mau testemunho, os iconoclastas procuravam acabar com elas. Os iconódulos, porém, apoiavam o uso das imagens, ainda mais porque elas eram feitas nos mosteiros e isso lhes concedia “poder”. Para os iconódulos a razão pela qual é possível representar os mistérios divinos através de imagens é que em Cristo o próprio Deus nos deu sua imagem. Não deixar representar a Cristo, equivaleria a negar a sua humanidade (docetismo). Além disso, o primeiro criador de imagens foi o próprio Deus ao criar a humanidade à sua imagem.
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