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PRIMÓRDIOS DA EDUCAÇÃO INDÍGENA NO BRASIL

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Por:   •  8/6/2013  •  Projeto de pesquisa  •  9.421 Palavras (38 Páginas)  •  536 Visualizações

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RESUMO

Este trabalho busca ressaltar a importância da Educação Escolar Indígena na vida do povo indígena x relação sociedade envolvente. Uma reflexão que chama a atenção para a escola como lugar de preservação e defesa da cultura indígena, tornando-se um instrumento de autonomia e busca de direitos. Para tanto procuramos ressaltar que se o índio já não é o mesmo, por outro lado não deixou de ser índio. As transformações socioeconômicas mostram que a necessidade de inclusão dos indígenas no sistema educacional não deve representar a transformação da sua cultura, mas uma soma de conhecimentos (etnoconhecimentos + conhecimentos universais). A educação escolar indígena diferenciada do ponto de vista dos indígenas, é um instrumento de resistência e luta. É especifica e deve atender aos interesses de cada povo. Esta temática ainda é algo em construção, pois tal realidade assume, em nosso país características desafiantes, considerando a multiplicidade étnica e a baixa concentração demográfica, que são ingredientes historicamente utilizados para a não implementação de políticas especificas e diferenciadas para os povos indígenas.

Palavras chave: Educação, resistência, luta, direitos.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..............................................................................................................

7

CAPÍTULO I – PRIMÓRDIOS DA EDUCAÇÃO INDÍGENA NO BRASIL

1.1 A proposta jesuítica...............................................................................................10

1.2 O aldeamento indígena.......................................................................................12

1.3 O sentido das primeiras escolas............................................................................14 9

CAPÍTULO II – UM OLHAR PARA A EDUCAÇÃO INDÍGENA NA CONTEMPORANEIDADE............................................20

2.1Histórico discussões e projetos....................................................................................20

2.2Educação Indígena: avanços e retrocessos................................................................24

2.3Alguns projetos de Educação Indígena.......................................................................28

CAPÍTULO III – EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA E CIDADANIA..............34

3.1Por que pensarem Educação Indígena?........................................................................34

3.2Novos caminhos, novas fronteiras de educação...................................................35.

3.3 Perspectivas: caminhand0 para o futuro............................................................... 48

CONCLUSÃO.........................................................................................................

55

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................... 58

CAPÍTULO I – PRIMÓRDIOS DA EDUCAÇÃO INDÍGENA NO BRASIL

Os ensinamentos de nossos pais lá na aldeia são fortes, foram feitos para sempre, estão impregnados em nossa alma, morreremos com eles. (MARCOS TERENA, 1992)

Ao chegar a esta terra que hoje chamamos de Brasil, os portugueses encontraram uma “população” estimada em mais de 6 milhões de pessoas. Eram muitos povos diferentes que se distribuíam por todo o território, nas mais distintas paisagens. Por um equívoco, esses habitantes foram identificados como “índios”, e até hoje são assim conhecidos.

O indígena vivia em grupos nas tabas , andando nus ou vestidos com pequenas tangas, conhecendo a tecelagem e construindo canoas e jangadas, pescando, caçando e acreditando num deus bom e num mau espírito. A tradição dirigia as questões em geral. Na educação tribal, todos educavam a todos. A polidez e o respeito mútuo eram encarados como a forma ideal para dirigir a vontade dos filhos e incitá-los aos exemplos dos mais velhos.

A educação das crianças (curumins) era tarefa de grande importância, totalmente ligada à vida prática e realizada basicamente pela família.

Nas comunidades tribais as crianças aprendem imitando os gestos dos adultos nas atividades diárias e nas cerimônias dos rituais, em outras tribos ocupam-se com a caça, a pesca, o pastoreio ou a agricultura as crianças aprendem “para a vida e por meio da vida”, sem que alguém esteja especialmente destinado para a tarefa de ensinar. (CLASTRES, 1982, p.108)

A educação indígena assim era transmitida sem limites; não circunscrita, todos participavam e as crianças iam gradativamente adquirindo e construindo conhecimentos, desenvolvendo aguda percepção do que os cercava e assim, aperfeiçoando suas habilidades; pois a educação indígena refere-se aos processos e práticas tradicionais de socialização e transmissão de conhecimentos próprios a cada sociedade indígena.

O modo próprio e especifico de ser garante a sobrevivência e reprodução, ao longo de gerações, contribuindo para que valores e atitudes fundamentais sejam transmitidos e perpetuados. Desde que a criança começava a viver, ela já adquiria conhecimentos que precisava para a vida, com a comunidade, com o pai e a mãe. O processo da educação indígena é continuo, pois se aprende a viver defendendo a terra dentro da vida diária. Os índios aprendiam dos pais e antepassados, aprendendo com os costumes e línguas. O ensino é feito através da tradição oral.

Como afirma Terena (1992): “o que aprendemos, o que pretendemos ensinar não está registrado em nenhum livro, em

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