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Planejamento e turismo. Processo espacial na globalização

Seminário: Planejamento e turismo. Processo espacial na globalização. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  3/5/2014  •  Seminário  •  4.115 Palavras (17 Páginas)  •  414 Visualizações

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IV Congresso Associação Nacional de Pós Graduando em Geografia. ANPEGE. AGB, p. 20. Anais – USP – São Paulo

Planejamento e turismo. Um processo espacial na globalização.

Álvaro Castroman-Pollero

Alexandre Henrique de Quadros

Jesús Alvarez-Valdés

I- Introdução

Acerenza (1986) nota que o planejamento estratégico (PE) do setor de turismo

inicia-se ao final dos anos sessenta. Hoje se pode notar que os critérios para

alcançar um desenvolvimento sustentável no setor são totalmente diferentes

daqueles presentes nas últimas três décadas. O setor de turismo, no contexto do

novo cenário mundial, está marcado por uma multiplicidade de fatores ambientais

condicionantes como, a grande velocidade da inovação tecnológica, crescente

integração industrial, comercial e financeira, internacionalização dos processos de

produção e de geração de serviços, redesenho do ambiente sócio-cultural e

remodelação e “modernização” do Estado. Isto requer uma adequação dos

mecanismos de PE do setor.

Manning (1993) destaca que é vital que o PE de cada agente tenha por referência

as linhas gerais do plano estratégico do destino turístico onde atuam, podendo

assim, estruturar uma base de convergência dos interesses públicos e privados,

da sociedade integralmente, com o objetivo de que o desenvolvimento seja

sustentável. Este PE consensuado, deve ser concebido assim, porque a indústria

turística não só explora recursos privados, mas também utiliza e maneja recursos

públicos, como recursos naturais, culturais, históricos e arquitetônicos. Sem tais

recursos coletivos o agente turístico será incapaz de proporcionar, a partir de sua

posição na cadeia produtiva, a satisfação total do cliente, ou seja, a expectativa e

experiência turística total que todo turista busca.

Manning (1993) afirma que a razão pela qual os turistas escolhem um destino está

fortemente influenciada pelo meio cultural e natural do lugar. Os turistas buscam

ambientes seguros, limpos, interessantes e variados. Para o desenvolvimento

viável em longo prazo do setor turístico, será necessário a manutenção das

atrações naturais-artificiais, a identidade cultural-histórica e o valor que a

organização da comunidade lhe possa agregar. A existência do turismo sobre o

meio ambiente pode pressionar ao máximo a capaciade de utilização do meio.

Informes da OMT(2001) e da SECTUR (2000) revelam que na América Latina, na

atual etapa de desenvolvimento do turismo, investe-se sem um planejamento

integral, ou seja, há investimentos em atividades muito específicas e lucrativas a

curto prazo, que não contribuem à consolidação de um produto turístico integral e

diferenciado. Fica, assim, cada vez mais evidente que, a menos que sejam

implantadas práticas de gestão responsáveis e participativas de todos os agentes

do ciclo turístico, a atividade turística pode degradar as bases sobre as quais

repousa sua prosperidade, por isso, a gestão do turismo deve integrar-se

sinérgicamente com a de outros setores econômicos.

1Em face do cenário de tendências e demandas descrito, o presente trabalho tem

por objetivo contribuir para o estudo do tema, utilizando uma abordagem teórico-

conceitual, mediante:

1- A elaboração de diretrizes referenciais que possibilitem aos estudiosos,

técnicos e agentes do setor identificar e caracterizar as principais

variáveis integrantes do sistema de turismo e avaliar seus impactos no

desenvolvimento sustentável do setor;

2- O roteiro metodológico das atividades críticas do PE para os agentes

do setor, permitindo delinear e aprimorar o processo de gestão, no

contexto da globalização.

II- PROCESSOS ESPACIAIS NA GLOBALIZAÇÃO.

Santos (2000) nota que os países subdesenvolvidos para agradar e implantar o

processo socioeconômico da globalização aceitam três tipos de pobreza: 1-

incluída; 2- marginal; 3- estrutural. Trata-se esta última, ao contrário das duas

anteriores, de uma pobreza perversiva, generalizada, permanente e legitimada

pelos atores do processo de globalização. Os pobres não são incluídos nem

marginalizados, eles são excluídos, segregados do processo.

Esta segregação é fruto da racionalidade da globalização. Manning (1993), Yázigi

(1996), Rodríguez (1996) e Ribeiro (1997) concordam que é cada vez mais

evidente que a atividade turística está degradando as bases sobre as quais

repousa sua prosperidade; o meio ambiente, cultura, identidade regional. Destaca

Yázigi (1996) que algumas vezes, a atividade turística, nasce abortada. Chega-se

a segregar

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