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QUAL É A DIFERENÇA ENTRE O ÉTICO E O MORAL

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Por:   •  12/2/2015  •  Tese  •  804 Palavras (4 Páginas)  •  183 Visualizações

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QUAL A DIFERENÇA ENTRE ÉTICA E MORAL

Podemos responder a esta pergunta com uma estória adaptada de uma história árabe, segundo artigo do Dr. Gustavo Bernardo, professor da UERJ.

Um homem fugia de uma quadrilha de bandidos violentos quando encontrou, sentado na beira do caminho, Jesus Cristo. Ajoelhando-se à frente do Nazareno, o homem pediu ajuda: essa quadrilha quer o meu sangue, por favor, proteja-me!

O Homem manteve a calma e respondeu: continue a fugir bem à minha frente, eu me encarrego dos que o estão perseguindo.

Assim que o homem se afastou correndo, Jesus levantou-se e mudou de lugar, sentando-se na direção de outro ponto cardeal. Os sujeitos violentos chegaram e, sabendo que Messias, assim considerado por muitos, só podia dizer a verdade, descreveram o homem que perseguiam, perguntando-lhe se o tinha visto passar.

O Jesus pensou por um momento e respondeu: desde que estou sentado aqui, não vi passar ninguém.

Os perseguidores se conformaram e se lançaram por outro caminho. O fugitivo teve a sua vida salva.

Entendeu, não?

Não?

Explico.

A moral incorpora as regras que temos de seguir para vivermos em sociedade, regras estas determinadas pela própria sociedade. Quem segue as regras é uma pessoa moral; quem as desobedece, uma pessoa imoral.

A ética, por sua vez, é a parte da filosofia que estuda a moral, isto é, que reflete sobre as regras morais. A reflexão ética pode inclusive contestar as regras morais vigentes, entendendo-as, por exemplo, ultrapassadas.

Se Jesus fosse apenas um moralista, seguindo as regras sem pensar sobre elas, sem avaliar as consequências da sua aplicação irrefletida, ele não poderia ajudar o homem que fugia dos bandidos, a menos que arriscasse a própria vida. Ele teria de dizer a verdade, mesmo que a verdade tivesse como consequência a morte de uma pessoa inocente.

Se avaliarmos a ação e as palavras do Filho do Homem com absoluto rigor moral, temos de condená-lo como imoral, porque em termos absolutos ele mentiu. Os bandidos não podiam saber que ele havia mudado de lugar e, na verdade, só queriam saber se ele tinha visto alguém, e não se ele tinha visto alguém “desde que estava sentado ali”.

Se avaliarmos a sua ação e suas palavras, no entanto, nos termos da ética filosófica, precisamos reconhecer que ele teve um comportamento ético, encontrando uma alternativa esperta para cumprir a regra moral de dizer sempre a verdade e, ao mesmo tempo, ajudar o fugitivo. Ele não respondeu exatamente ao que os bandidos perguntavam, mas ainda assim disse rigorosamente a verdade. Os bandidos é que não foram inteligentes o suficiente, como de resto homens violentos normalmente não o são, para atinarem com a malandragem da sua frase e então elaborarem uma pergunta mais específica, do tipo: na última meia hora, sua “santidade” viu este homem passar, e para onde ele foi?

Logo, embora seja possível ser ético e moral ao mesmo tempo, como de certo modo no exemplo Jesus foi. Ética e moral não

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