Responsabilidade Socioambiental

1. INTRODUÇÃO

As mudanças atuais que geram impactos nas tecnologias gerenciais, na política e também na economia, vêm desafiando pensadores sociais, filósofos, economistas e administradores no sentido de repensarem o sistema econômico vigente. Os dois grandes modelos econômicos que se confrontaram no século XX não ofereceram soluções para uma sociedade mais justa: o capitalismo demonstrou saber produzir riqueza, mas não distribui-la, enquanto o comunismo demonstrou saber distribui-la, mas não produzi-la.

Um conjunto de iniciativas sociais espontâneas, de diferentes setores da sociedade brasileira, vem acontecendo nos últimos anos, representando um novo comportamento face às grandes demandas sociais. Nesse sentido, representantes de uma parcela significativa da sociedade civil se reuniram com a convicção de que o espírito solidário do brasileiro, em toda a sua diversidade, pode contribuir decisivamente para atingirmos um novo patamar de padrão de desenvolvimento sócio-econômico.

Nos últimos tempos, usa-se com freqüência o termo cidadania em qualquer discurso ou diálogo trivial, pois este termo, devido ao seu significado abrangente, tende a ser oportuno e adequado em inúmeras situações.Cidadania, vocábulo derivado de cidade, estudada por Aristóteles, é melhor compreendida se pensarmos a cidade como o Estado. Desse modo, é possível dizer que, todo cidadão, que integra a sociedade pluralista do Estado democrático, é senhor do exercício da cidadania, a qual, em síntese, expressa um extenso conjunto de direitos e de deveres.

E não apenas os indivíduos são considerados cidadãos. Muitas empresas têm buscado exercer cidadania ao utilizarem recursos, poder e capacidade de mobilização para buscar soluções para as dificuldades sociais.

Como instituições politicamente privilegiadas e que vêm participando ativamente na formação desse contexto, as organizações capitalistas necessitam de novas políticas e novas respostas às pressões de toda ordem e de toda sociedade. Demandas cada vez mais diferenciadas exigem ações de natureza variada que definirão a essência da organização. Esta, é delineada por suas responsabilidades. Para este autor, resultados de ordem social

são eminentemente necessários para a perpetuação da organização nos cenários local e global. A responsabilidade por esse tipo de resultado é duradoura, deve se estender no tempo. Um fracasso no seu atendimento pode ser tão perigoso quanto não conseguir atender às expectativas de acionistas ou clientes segundo (PAULA, PINTO e PAIVA, 2002).

Nesta perspectiva, as empresas, classificadas como organizações capitalistas, têm também procurado atuar junto a outros públicos importantes como empregados, concorrentes, fornecedores, meio-ambiente, minorias marginalizadas, enfim, a sociedade como um todo.

As empresas podem e devem participar de maneira objetiva, influenciando e interferindo na sociedade, através de ações sociais racionais que venham trazer benefícios para determinada comunidade, e que esses benefícios possam ser mensurados para que todos os envolvidos percebam a realização dos seus desejos, aumentando assim a motivação para melhorar e implementar projetos sociais.

2. RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

2.1 Definição.

Surge apartir de uma demanda de mercado onde os consumidores passam a delimitar a escolha dos seus produtos de acordo com a responsabilidade das empresas em nível social e ambiental.

Segundo Andre Xavier, numa analise antropológica, as praticas sociais começaram com o surgimento da propriedade privada, que trouxe práticas de acumulação de riquezas e a divisão da sociedade em duas classes: os que possuíam o capital e os que possuíam a força do trabalho.

Diante disso podemos conceituar responsabilidade social como um conjunto de ações que promovam o desenvolvimento em comprometimento com o meio ambiente e áreas sociais como a fome e o direito de lazer.

2.2 Problemas Ambientais e a indústria têxtil do Alto Vale

Após a revolução industrial, os impactos ambientais causados pelas indústrias vêm se expandindo cada vez mais. Considerando a região do alto vale do Itajaí, onde atualmente encontra-se localizados sete dos nove municípios que compõem o Parque Nacional da Serra do Itajaí, podemos citar alguns problemas ambientais que foram surgindo com a expansão das atividades industriais nesta região.

No período entre 1963 e 1980, segundo Siebert (1997) inúmeros fora os impactos ambientais causados pela instalação da malha viária, principalmente em relação á ocupação de áreas, alterações nas encostas dos rios, modificação dos cursos dos rios e a desvio de materiais de terraplanagem e desmonte, que deixam como conseqüência desastres de ordem natural. Entretanto, também causam impactos sociais, ao deslocarem parte de sua unidade fabril para outras pequenas cidades, com estrutura diferente dos centros a quais se concentram suas unidades centrais, influenciando na cultura, nos hábitos e costumes das famílias que ali residem, bem com impulsionam a necessidade de implantação de outros serviços que atendam a nova estrutura”.

Segundo Siebert (1997, p.93) ”[...] O vale do Itajaí alcança a posição de terceiro pólo do complexo têxtil e do vestuário do país. Há uma nítida acentuação da urbanização, neste período,[...]”.

E nesse sentido, a questão da utilização do uso dos recursos naturais que estão cada vez mais escassos tem exigido adoção de um modelo de gestão ambiental por parte das empresas, pois, atualmente com os avanços tecnológico as empresas necessitam produzir uma grande quantidade de novos produtos para atender a nova geração de consumidores.

2.3 Problemas Socioambientais x Organização

A construção de uma visão empresarial em que o valor da responsabilidade social corporativa esta presente demonstra ser um fator de diferenciação. Estas construções e adaptações que se consolidam pelo mundo estão fazendo com que as organizações busquem ajustes na forma de responder aos principais atores (sociedade, comunidade, governo, empregados, etc.) que estão presentes neste ambiente nas quais elas estão inseridas. Nesse sentido, a responsabilidade social pode ser vista de forma sistêmica, estimulada por um dialogo continuo entre a organização e seus atores internos e externos, possibilitando que a consciência