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A GUERRA DAS MALVINAS: Um estudo das motivações que levaram ao conflito

Por:   •  23/5/2018  •  Artigo  •  3.193 Palavras (13 Páginas)  •  390 Visualizações

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A GUERRA DAS MALVINAS:

um estudo das motivações que levaram ao conflito.

Rio de Janeiro

2018


A GUERRA DAS MALVINAS:

um estudo das motivações que levaram ao conflito.

Rio de Janeiro

Escola de Guerra Naval

2018

SUMÁRIO

        1 INTRODUÇÃO          3

        2 ASPECTOS TEÓRICOS SOBRE CONFLITOS          3

        3 ANTECEDENTES E CAUSAS DA GUERRA DAS MALVINAS          5

        4 DESFECHO DA GUERRA          10

        5 SITUAÇÃO ATUAL          10

        6 CONCLUSÃO          11

        REFERÊNCIAS          12


  1. 1 INTRODUÇÃO

O propósito deste trabalho é responder à questão: “Em uma era de múltiplas transformações, conflitos são inevitáveis?”. Para isso, analisaremos o conflito entre a Argentina e o Reino Unido, pela posse das Ilhas Malvinas, que vem se estendendo por mais de um século, e que levou à Guerra das Malvinas, entre abril e junho de 1982.

Inicialmente, baseados na Sociologia dos Conflitos, apresentaremos os referenciais teóricos que orientarão o trabalho. A seguir, estudaremos a Guerra das Malvinas, abordando os antecedentes históricos e as motivações de ambos os lados que resultaram no conflito armado. Faremos, em seguida, um breve comentário sobre o desfecho da guerra e a situação atual entre os dois principais atores do referido conflito. Por fim, exporemos uma sucinta conclusão visando a responder ao questionamento proposto.

  1. 2 ASPECTOS TEÓRICOS SOBRE CONFLITOS

O conflito é intrínseco à sociedade e está presente em toda a História humana, desde os primórdios. Por apresentar inúmeros significados, o conceito para o termo conflito que será usado neste estudo é o que foi definido por Freund:

El conflicto consiste en un enfrentamiento por choque intencionado, entre dos seres o grupos de la misma especie que manifiestan, los unos respecto a los otros, una intención hostil, en general a propósito de un derecho, y que para mantener, afirmar o reestablecer el derecho, tratan de romper la resistencia del otro eventualmente por el recurso a la violencia, la que puede, llegado el caso, tender al aniquilamiento físico del otro (FREUND, 1995, p. 58).[1]


Vemos, ainda, que, em uma situação particular, o conflito pode ser prevenido, mas não é possível eliminá-lo definitivamente, nem tampouco evitá-lo quando uns querem fazer predominar seus pontos de vista sobre os outros. Sendo assim, segundo Freund (1995), nas relações entre Estados, a guerra exterior sempre é possível.

Outro aspecto a ser considerado é que o conflito não é meramente um produto de antecedentes, podendo surgir de maneira aleatória. As causas que, em um dado momento provocam um conflito não necessariamente o produzirão em outro momento.

Conforme afirma Bonanate (2001), todos gostaríamos de saber por que começam as guerras[2], pois poderíamos evitá-las, vencê-las ou evitar os seus danos.

Freund (1995) completa dizendo que as causas “presumidas” de um conflito podem ser: política, econômica, demográfica, religiosa ou jurídica. Contudo, por ser impossível determinar uma causa única, em se tratando de fenômenos sociais, é tão difícil prever a sequência dos acontecimentos ou tentar solucionar um conflito em andamento.

Existem, porém, atos que facilitam ou contribuem para a gênesis de um conflito. Dentre eles, Freund (1995) cita a reivindicação e a premeditação.

Reivindicação é uma exigência que se faz ao outro com base em um direito que se supõe que não esteja sendo respeitado ou, até mesmo, uma justiça ignorada. Ela pode ser motivada por bens materiais, por ideias, ou por um território.

Em certas condições, a reivindicação pode conduzir a um conflito e também pode ser usada como uma ferramenta para se justificar moralmente um conflito que se prepara, levando a promessas ou a uma esperança expressada em forma de acusações contra o outro.

No caso estudado, observamos a reivindicação do território das Ilhas Malvinas pelo Estado da Argentina.

Já a premeditação, que ocorre quando um conflito é deliberadamente desejado e preparado por uma das partes, consiste em conciliar, no interior da coletividade, o ideal e o interesse, e em promover a discórdia entre o inimigo eleito. Para tal, procura-se fazer coincidir o projeto do conflito com as esperanças de paz. Em geral, é utilizada a propaganda para incutir na opinião da coletividade que ela é vítima de atos desleais e desonestos por parte de quem está considerado como inimigo.

Veremos que, no caso em questão, houve premeditação por parte da Argentina.

  1. 3 ANTECEDENTES E CAUSAS DA GUERRA DAS MALVINAS

As Ilhas Malvinas[3] têm grande importância estratégica, por estarem situadas muito próximas à passagem do Cabo Horn, pela qual se unem o Atlântico Sul e o Pacífico. Em função dessa localização, elas permitem a quem as possui um considerável controle das vias de acesso à Antártica, além da projeção do poder militar sobre a área marítima do Atlântico Sul, por onde, no início da década de 80, passavam 70% do comércio exterior dos países da Europa Ocidental e dos Estados Unidos (MALVINAS, 2010).

De atual posse britânica, as Ilhas Malvinas foram palco de séculos de disputas por seu controle, ultimamente, entre a Argentina e o Reino Unido.

Em 1748, o Almirante Anson[4] publicou um livro relatando a importância estratégica das Falklands e remeteu à necessidade de colonizar e manter as citadas Ilhas para o controle da passagem entre os oceanos Atlântico e Pacífico (CAMARGO, 2014).

Em 1765, Ergmont, Primeiro Lord do Almirantado Britânico, deixou registrados os verdadeiros motivos da posição dos britânicos, afirmando que essa possessão seria a chave de todo o Pacífico e que dominaria os portos e o comércio com o Chile, o Peru, o Panamá e todo o território espanhol no mar. (CARRIL, 1998).

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