A Pesquisa Huntington e Fukuyama
Por: Gabriel Timm • 11/7/2019 • Relatório de pesquisa • 643 Palavras (3 Páginas) • 271 Visualizações
Textos:
- FUKUYAMA, F. The End of History? The National Interest, Summer 1989.
- HUNTINGTON, S. The clash of civilizations? Foreign Affairs, Vol. 72, nº 3, Summer 1993, p. 22-49.
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1) O termo fim da história utilizado por Fukuyama traz consigo uma ideia de vitória do modo de pensar ocidental. Para o autor, o fim da história se dá pois em um momento de pós-Guerra Fria vemos a cultura ocidental e seus ideais de democracia liberal invadirem países que antes estavam sob o espectro comunista através de músicas, programas de TV, produtos de consumo e entre outros. Este fato, segundo Fukuyama, nos leva a um ponto de término da evolução ideológica, e da universalização do modelo ocidental de governo democrático e liberal como a melhor forma de governo. Utilizando-se do pensamento filosófico hegeliano que defende a primazia das ideologias e da consciência sobre o mundo material, o autor defende o fim da história não como um momento em que todos os países aderem à uma democracia liberal de fato, mas um momento em que não se levantam mais questões ideológicas a respeito deste modo de governo, o que acaba perpetuando-o.
Podemos citar os exemplos da dissolução da União Soviética e dos movimentos de reforma na China como casos onde a ideologia ocidental estende a sua influência. No caso soviético, as mudanças ocorridas seriam provenientes de uma mudança da mentalidade das elites governantes, que preferiram a lógica capitalista em detrimento da comunista, porém, o discurso comunista ainda é usado como uma maneira de acalmar os ânimos, e mudanças são aceitas usando-se como argumento uma de reforma de caráter lênista, que por fim, abrem espaços para que a mentalidade ocidental permeie as políticas de Estado.
No caso chinês, assim como no caso soviético, não se pode identificar suas políticas como democráticas liberais, porém, as reformas promovidas pelo Estado são descentralizadoras (como no caso da agricultura) e a ideia de políticas marxistas-lênistas vem perdendo força. O ponto principal é que a China, que antes só devido ao fato de existir, antes tinha um papel de catalisador de ideologias contrárias ao liberalismo, adota medidas cada vez mais de caráter democrático e liberal (mesmo que esteja longe de ser apta a usar o título de democrática liberal), e agora não serve mais como um ponto de aglomeração de ideias ameaçadores ao liberalismo.
2) O conceito de choque de civilizações apresentado por Huntington advém da ideia do autor de que no futuro, a identidade civilizacional representará parte fundamental da interação entre as nações. Essa interação, se dará entre sete ou oito grandes grupos de civilizações (ocidentais, confucianos, japoneses, islâmicos, hindu, eslava ortodoxa, latino-americana e a africana), os problemas a serem resolvidos se darão, portanto, através do convívio dessas civilizações diferentes, surge então, o termo choque de civilizações.
Huntington apresenta também seis motivos que contribuem para que ocorra o choque de civilizações. O primeiro, trata das diferenças entre as civilizações, como a cultura, as tradições e a língua, que sendo consideradas diferenças “de base”, acabariam distanciando as nações. A segunda questão observa o crescimento das nações e da interação entre elas, fator que gera uma consciência das diferenças entre as mesmas. Em seguida, o terceiro ponto, fala sobre os processos de mudanças econômicas e socias que distanciam as pessoas de suas culturas locais, e as substituem por culturas importadas. O quarto motivo é o crescimento da consciência civilizacional, devido ao “duplo papel” do ocidente de ao mesmo tempo em que busca expandir para todos o estilo de vida ocidental, quando força esse modo de vida sobre outras nações, acaba por fomentar o fundamentalismo. A seguir, como quinto ponto, surge a dificuldade de chegar a acordos baseados em questões culturais e identitárias, diferentemente de questões políticas e econômicas. Por fim, o sexto ponto trata do crescimento do regionalismo econômico, que gera uma maior noção de civilização comum e, portanto, leva a um afastamento entre as nações.
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