A perda de autonomia do governo justificando a crise econômica do governo Dima Rousseff
Por: Gustavo Vieira • 19/4/2016 • Artigo • 3.281 Palavras (14 Páginas) • 421 Visualizações
“A perda de autonomia do governo justificando a crise econômica no Governo de Dilma Rousseff”
Lucas Franco da Rocha[1]
Resumo
O presente artigo trabalha o conceito de poder, autonomia e influencia de Benjamin Cohen para analisar teoricamente o cenário que se encontra o Brasil durante o segundo mandato de governo da presidente Dilma Rousseff.
Neste trabalho é apresentado o cenário econômico brasileiro desde a implementação do Plano Real e desta maneira chegando ao ano de 2016. O cenário político vigente também é apresentado e desempenha função primordial para este artigo, sendo não o fim, mas a causa de tais eventos.
A busca de artigos acadêmicos, além de notícias de jornais e opiniões de especialistas políticos e econômicos foi essencial para o desenvolvimento deste e a formação das ideias apresentadas.
Palavras-chave: Perda de autonomia; Crise econômica; Dilma Rousseff, Economia brasileira.
Introdução
Depois de um período de prosperidade da economia brasileira em meados dos anos 2000, com notícias otimistas e indicadores favoráveis, vem um período turbulento que assola e toma conta das discussões de todos os brasileiros e do mundo. A propagação das mídias sociais veio a dar força para os fenômenos e eventos que vem acontecendo e o cenário político e econômica fica cada vez mais presente no cotidiano do brasileiro.
Manifestações de todo o tipo sucedendo mais manifestações em todo o território nacional. Aparentemente uma bipolaridade política se faz presente e isto não é por menos. Os indicadores econômicos passaram dos gráficos e números para o dia a dia. Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo o desemprego cresceu 8,5% e segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo a taxa de inflação deve ficar entre 6,6% e 6,9%.
A intenção deste artigo é apresentar a conjuntura econômica brasileira nas últimas duas décadas, demonstrando como os agentes do Governo tomaram suas decisões e os números que foram atingidos, a fim de demonstrar que a crescente econômica era possível.
Diante de tais informações será apresentado o cenário político atual e se usará este como maneira de justificar os problemas do cenário econômico. Como fonte de teoria se empregará os trabalhos apresentados pelo economista americano Benjamin Cohen, com intuito de direcionar e nutrir a proposição deste artigo.
Notícias de jornais, artigos em sites e discursos de especialistas da área também são utilizadas aqui para melhor desempenho das ideias apresentadas e exposição dos fatos históricos e atuais. Estas fontes são essenciais para um tema tão vigente, onde trabalhos acadêmicos sobre o tema ainda carecem.
Economia a partir do Plano Real
Como primeira etapa este artigo irá procurar explicar e contextualizar o cenário econômico brasileiro dos últimos anos, buscando demonstrar através de gráficos o bom caminho percorrido pela economia brasileira até então. Com isso irá ser relatado aqui o contexto econômico desde a implantação do real como moeda no mandado do Presidente Itamar Franco e no então Ministro da Fazendo Fernando Henrique Cardoso, assim trazendo informações mais precisas de 22 anos atrás e traçando os períodos seguintes da economia brasileira, bem como sua evolução.
Este primeiro gráfico, fornecido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostra a inflação brasileira desde 1986 até 2013. Logo podemos perceber as altas vertiginosas em 1993 no governo de Itamar Franco com taxas de 2.708,17% contrapondo aos 5,52% em 2013 no segundo ano do governo Dilma Rousseff. Observa-se com clareza a estabilização da inflação e não por menos um sentimento de prosperidade econômica dentro deste período é aceitável.
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Gráfico 1: taxa de inflação de 1986 a 2013
Pode-se afirmar então que o Plano Real trouxe estabilidade para a economia brasileira. Vale ressaltar a estratégia tomada pelo governo nesse período, que consistia no tripé metas de inflação, câmbio flutuante e superávit primário.
Para chegarmos aos dados mais recentes necessita-se esmiuçar estes números e trazer mais gráficos referentes à conjuntura econômica e dessa forma comprovar que o Brasil caminhava para continuar em uma crescente. Como dito anteriormente, em 1999 foi adotado o Sistema de metas de Inflação que consiste em estabelecer um patamar aceitável para a inflação e trabalhar, através de políticas do governo, para controlar tais números e manter a meta. Na próxima figura pode-se observar que a meta de inflação não foi atingida nos anos de 2001 a 2003, foi atingida em 1999 e 2004 (somente após haver uma revisão da meta ao decorrer do ano). Porém, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Banco Central do Brasil (BCB), “desde 2004 o governo tem mantido a inflação dentro da meta com sucesso (mesmo no ano turbulento de 2008, quando a inflação chegou bem próxima do limite superior da banda aceitável).” (SERRANO; SUMMA, 2011, p.2).
Dessa forma, é possível influir que até o ano de 2001 as taxas de inflação eram positivas, apesar de alguns deslizes nos números, após o período de 1993, os indicadores se mostravam aceitáveis. Diante destes dados ainda é necessário acompanhar o crescimento da economia para comprovar o bom momento que o país vinha tendo e os bons números que vinha alcançando. A partir disto, tem-se o próximo gráfico, capturado do site da Folha de S. Paulo, que demonstra a variação anual do PIB brasileiro.
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Pode-se verificar a instabilidade deste gráfico, contudo, com exceção de 2009 (após crise mundial de 2008), todos os anos o crescimento é acima do valor de 1%, valores baixos, mas ainda assim positivos. Se comparado com outros países, segundo dados do IBGE, em 2013 o Brasil apresentou números melhores que Estados Unidos (1,9%), Alemanha (0,4%) e Japão (1,6%).
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Gráfico 3: Evolução do PIB por ano
Como é possível notar em 2014 há a estagnação do crescimento do PIB, isto decorre no último ano do primeiro mandato de Dilma Rousseff, ano de eleição. Em 2009 a justificativa usada era aceita, pois houve uma crise mundial que afetou todo o mundo, entretanto, em 2014 a mesma justificativa ainda é utilizada, segundo Belluzo (2014):
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