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Crise financeira atrasa programa do governo em Angola

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Por:   •  10/2/2015  •  Artigo  •  2.311 Palavras (10 Páginas)  •  493 Visualizações

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Crise financeira atrasa programa do governo em Angola

Terça, 31 Março 2009 07:20

O chefe do estado angolano, José Eduardo dos Santos, revelou, em Luanda, que a actual crise financeira e económica mundial obrigou o seu governo a “reajustar” a programação dos seus projectos em carteira.

“Este ano não começou bem para nós. A crise económica e financeira mundial que atingiu profundamente os países mais desenvolvidos acabou por afectar igualmente a nossa economia”, afirmou.

Falando na abertura da XIV sessão ordinária do comité central do seu partido, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder), Dos Santos explicou que as receitas orçamentais provenientes dos petróleos e dos diamantes “diminuíram significativamente”.

Esta circunstância, disse, obrigou o governo, sob orientação do partido, a reajustar os prazos dos projectos ambiciosos que tinha em carteira para aplicar o programa aprovado pelos eleitores em 2008.

Por isso, os primeiros três meses deste ano foram dedicados, nomeadamente, à revisão dos programas executivos e respectivas estruturas de implementação, bem como à identificação e mobilização das fontes externas e internas de recursos financeiros adicionais, indicou.

Ultrapassada esta fase, disse, o seu governo está agora em condições de iniciar, a partir de Abril próximo, “a concretização de programas sociais, tais como os da habitação, da agricultura, do desenvolvimento rural e da produção de material escolar, entre outros”.

A este propósito, anunciou para o mesmo mês uma conferência sobre a habitação, na qual participarão representantes do governo, das empresas, das cooperativas e da sociedade civil.

O evento servirá para o governo expor ideias sobre os seus planos e auscultar opiniões e recomendações, bem como identificar operadoras interessadas em contribuir para a resolução do problema habitacional em Angola.

Angola tem formas de vencer a crise

Quando os preços caíram mais de um terço em 2008-2009, passando de 92 para 61 dólares por barril, o crescimento do PIB de Angola caiu de 23 por cento em 2007 para 2,4 por cento em 2009, o saldo orçamental passou de 4,7 por cento para -7,4 por cento (apesar do corte significativo da despesa pública) e a balança corrente mudou de 17 por cento para -10 por cento, para além de uma desvalorização de 18 por cento da moeda em 2009”, escrevem os analistas do banco alemão, acrescentando que “no contexto actual, vários factores podem mitigar o risco de uma séria desestabilização económica”.

Entre os factores que podem ajudar Angola a superar a crise petrolífera que afecta as receitas estatais do petróleo, estão o “sólido crescimento do PIB e um nível de dívida pública moderado, reservas financeiras substanciais, um fundo soberano capitalizado com cinco mil milhões de dólares e uma economia mais diversificada que em 2008, com o sector não petrolífero a valer 60 por cento do PIB em 2013, quando valia apenas 40 por cento em 2008”.

Os analistas do Deutsche Bank dizem que “Angola não foi significativamente afectada pela produção de xisto e consequente perda de quota de mercado nos Estados Unidos, como foi a Nigéria”, mas alertam que “o país está vulnerável ao abrandamento da procura da China”, uma vez que quase metade das exportações de petróleo vão para a China, desde 2012.

A China, de resto, tem sido um dos principais financiadores do desenvolvimento angolano, em forma de empréstimos comerciais ou com taxas de juro muito baixas (concessionais), mas também através do programa “oil for money”, através do qual a China empresta dinheiro que é pago em petróleo.

Sobre o petróleo angolano, o Deutsche Bank diz que “a produção de curto prazo está a crescer, com perspectivas encorajadoras a longo prazo”, essencialmente por causa da exploração no pré-sal, uma espécie de camada por baixo do fundo do mar, que tem um potencial ainda não contabilizado, mas que os analistas consideram ser bastante promissor, admitindo até que possa duplicar as actuais reservas de 13 mil milhões de barris. “Assumindo novos investimentos substanciais, o que parece realista, esperamos que a produção de petróleo nos próximos cinco anos aumente ligeiramente à medida que os novos poços começam a produzir, compensando o declínio dos mais antigos”, dizem os analistas, admitindo que a descida do preço do petróleo vai ter implicações nas margens de lucro das companhias e na capacidade de financiarem novos investimentos na exploração do petróleo.

Crise angolana ameaça nove mil empresas portuguesas

É o efeito dominó. A queda do preço do petróleo fez abanar os alicerces da economia angolana, vai derrubando peças e está a contaminar as milhares de empresas portuguesas que têm relações comerciais com o país.

O Governo angolano já começou a limitar as importações, irá parar alguns dos projectos de obras públicas e mostra a intenção de diversificar a economia. Em paralelo, começam a escassear dólares no mercado e o Banco Nacional de Angola já está a aplicar restrições na cedência de divisas à banca comercial.

Este efeito dominó não se esgota aqui. Os bancos portugueses com actividade em Angola vão ressentir-se do aperto da economia e os milhares de portugueses expatriados em Angola já estão a sentir dificuldades em transferirem dinheiro para Portugal. A TAP já pôs trancas à porta e deixou de aceitar kwanzas (moeda angolana) para o pagamento de viagens entre Lisboa e Luanda.

O "exercício de austeridade" que terá impactos significativos para muitas empresas nacionais foi anunciado a 29 de Novembro pelo ministro das Finanças angolano, Armando Manuel, numa nota publicada no site do Ministério. Os primeiros efeitos começam agora.

Petróleo

O motor angolano avariou

O preço do petróleo foi o rastilho que fez rebentar o " exercício de austeridade" em Angola, anunciado a 29 de Novembro pelo ministro das Finanças, Armando Manuel. "Este quadro [preços do petróleo baixos] demandará para a economia angolana um exercício de austeridade e repriorização na despesa pública, para assegurar a sustentabilidade da agenda de desenvolvimento, assim como demandará uma acentuada racionalidade da parte de todos os agentes económicos (incluindo as famílias

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