As Relações Internacionais Filme

Em um contexto à beira de um segundo conflito mundial, a trama se desenrola em 1938, quando o Primeiro-Ministro Neville Chamberlain liderava a Grã-Bretanha, empenhando-se em alcançar um acordo de paz com o líder alemão Adolf Hitler, que ameaçava invadir a Tchecoslováquia. Nesse cenário, uma conferência conhecida como Conferência de Munique é convocada pelo líder alemão, com a participação do Reino Unido e da França, visando negociar um entendimento pacífico. No entanto, a reunião resulta em concessões significativas por parte dos países europeus diante das aspirações territoriais de Hitler.

A narrativa segue a perspectiva do oficial britânico Hugh Legat (interpretado por George MacKay) e do diplomata alemão Paul (interpretado por Jannis Niewöhner), que, cientes da perigosa iminência de uma catástrofe global, se envolvem em uma trama de conspiração e espionagem para evitar a assinatura do acordo.

A obra destaca continuamente como a abordagem pacifista do Primeiro Ministro foi um movimento equivocado no tabuleiro geopolítico da época. Desde as reações de descrença e risos dos personagens diante de seus pronunciamentos até sua postura descontraída, que destoava do iminente conflito.

Essa abordagem pode ser compreendida nas Relações Internacionais como uma Prática Discursiva, um conceito estabelecido pelo precursor da Teoria Pós-moderna, Michel Foucault. Esse conceito refere-se à maneira pela qual a sociedade enfatiza os discursos dominantes, expressando o domínio das ideias sobre a população. O filme destaca o discurso de que a Grã-Bretanha é a grande heroína, enquanto a responsabilidade pelo comportamento alemão é atribuída exclusivamente ao seu líder, retratado como o grande vilão da história.

Além disso, vale ressaltar a atuação do diplomata alemão, que, em sua angústia para impedir o ditador nazista, não obtém êxito em suas ações, apesar de sua contribuição para o futuro. Seu comportamento pode ser analisado à luz das normas básicas da diplomacia.