Fichamento - A diáspora de cérebros no contexto brasileiro sob a forma política do bolsonarismo
Por: leticialn • 26/8/2022 • Resenha • 776 Palavras (4 Páginas) • 135 Visualizações
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE
(BIR0603-15) – TNB1BIR0603-15SB
Fichamento 7 – A diáspora de cérebros no contexto brasileiro sob a forma política do bolsonarismo
Referência bibliográfica
Junior, João dos Reis Silva; Catani, Afrânio Mendes; Fargoni, Everton Henrique Eleutério. A diáspora de cérebros no contexto brasileiro sob a forma política do bolsonarismo.
A diáspora de cérebros
“Diáspora de cérebros” é o fenômeno de emigração de profissionais especializados, detentores de capital humano qualificado. Desse modo, a fuga de cérebros de uma nação dá-se principalmente pelas condições econômicas na qual o profissional está inserido, despesas com alimentação, moradia e transporte em regiões com baixa remuneração são os principais motivo além de problemas psicológicos provenientes da falta de segurança e apoio familiar.
O dinheiro é valorizado por meio da produção de mercadorias e pela sua conservação no mercado financeiro. Por consequência, o cientista que sai do seu país de origem em busca de reconhecimento, também evade para ajudar na produção de novos produtos que serão novas mercadorias.
Contudo, “diáspora de cérebros” que aqui destacamos não pode ser confundida com “mobilidade acadêmica”. No caso da mobilidade acadêmica, o que acontece é o trabalho temporário de um pesquisador.
A crise da ciência brasileira
O Brasil passa por um dos piores cenários no âmbito da ciência. Políticos aliados do presidente Jair Bolsonaro se apoiam no argumento de que a redução de investimentos em áreas essenciais como educação básica e superior e ciência foi provocada pela “globalização” e pela pandemia do novo Coronavírus, todavia, a pandemia não se justifica pelo fato de que o declínio do investimento neste domínio vem ocorrendo há meia década.
A dimensão da tragédia poderia ser menor se campanhas utilizando de informações científicas e orientações baseadas na ciência fossem realizadas desde o início da pandemia. Figura do Presidente Jair Bolsonaro provocou aglomerações e, sobretudo, influenciou seus aliados políticos e seguidores por meio das redes sociais a ignorarem as recomendações de órgãos competentes como a Organização Mundial de Saúde (OMS). Estado brasileiro vem reduzindo em média o montante de 1,5 bilhão de reais por ano os recursos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), contribui para a desmotivação do trabalho de pesquisadores no país, induzindo a saída de profissionais qualificados uma vez que não há reconhecimento pelo seu trabalho no domínio da ciência.
Outro drama da ciência que assombra cientistas brasileiros é a dinâmica neoliberal que busca ininterruptamente privatizar os serviços públicos. A produção de conhecimento, neste caso, muitas vezes é interrompida e pesquisas são descontinuadas por falta de verbas. Sob a racionalidade neoliberal, organizações privadas devem fomentar pesquisas científicas para seus interesses e as instituições públicas têm que se orientar da mesma forma, buscando fontes de investimento que não sejam provenientes do fundo público.
O volume de conhecimento produzido x verbas concedidas pelo Estado. Conforme esclarecemos, se a produção científica no Brasil atinge patamares elevados com relativamente baixo volume de investimentos, cada vez mais reduzidos, um dos notórios caminhos para os jovens cientistas e pesquisadores é buscarem oportunidades em outros países. Todavia, a emigração de cérebros não é somente uma preocupação da academia, é também política e, sobretudo, social. Ao configurar a saída de cientistas do Brasil, exterioriza-se a fragilidade do governo em produzir oportunidades e mecanismos que assegurem e fortaleçam a ciência nacional. Torna-se claro que o conjunto da produção científica tem caráter social indiscutível, gerando vacinas, soluções para o meio ambiente, modelos educacionais alternativos dentre outros fatores cruciais que não se resumam a dimensão meramente mercadológica.
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