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O Pensando em Ratzel

Por:   •  8/5/2018  •  Resenha  •  1.355 Palavras (6 Páginas)  •  177 Visualizações

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        UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO[pic 1]

        DOCENTE: PABLO IBAÑEZ

        DISCIPLINA: GEOPOLÍTICA

        DISCENTE: GABRIEL MOREIRA DIAS            201549013-0

                           

Pensando em Ratzel

A Geografia Política clássica de Ratzel considera e estuda o solo como principal fonte de progresso, alimentação, habitação e estruturação do Estado e observa ainda as relações entre tal fator ligando o território aos avanços da sociedade. Para Ratzel, sem território e sem fronteiras, não é concebível o Estado e seria, o território, um poderoso motor do progresso histórico. Ele prevê o indivíduo como indissociável ao solo e a terra como um conjunto funcional, além de que, esses elementos ainda terão uma relação política com Estado. O meio em que o indivíduo vive, irá moldar a forma de vida, ou seja, o homem seria produto do meio e dependente dele, ainda que o Estado se destacasse do solo, a sociedade permaneceria fixada ainda ao solo.

Ratzel ainda considera que cada território tem a capacidade e potencial para beneficiar a sociedade, porém, dependerá de o povo saber usar e administrar essa capacidade territorial e recursos. O progresso do Estado seria determinado pelo espaço geográfico em que se encontra o mesmo. A perda do território ainda significaria a regressão de um povo e caso fosse sua utilização passageira, sua fixação seria tão passageira quanto. Para o autor, vão ser diferentes grupos que originarão o Estado, a partir de um laço unindo comunidades, como as aldeias, casas, clãs, famílias, mas, ao tratar do solo e do Estado, Ratzel considera que todo crescimento social é um crescimento do Estado e ele será o único capaz de receber uma extensão territorial contínua. A única base da unidade do Estado seria o solo, se fixando sobre ele a organização política. Essa seria uma espécie de tentativa de unir os homens que uma vez se encontrariam divididos, a ficarem unidos. O solo seria o princípio unificador e a única prova palpável e indestrutível da unidade do país, mesmo quando sofresse o risco de dissolução.

A relação dos indivíduos com o solo ainda haveria de se alterar quando a população crescesse demais e o Estado não se ampliasse junto, porém, se ele depende muito do solo e não procura sair da segurança do mesmo, entra em conflito com a sociedade, resultando em migrações, por impedir o crescimento natural do povo. A sociedade que seria o fator de responsável pelo papel de intermediário entre Estado, solo e sua unificação. O Estado ainda vai sofrer de instabilidade quando a atividade econômica interna for pouco desenvolvida ao passo de que o território é extenso. Ratzel ainda considera a questão interna do Estado, em relação à divisão do solo de tal maneira que: enquanto o solo se encontra divido igualmente, a sociedade é homogênea e se inclina à democracia, porém, se ocorrer uma divisão desigual do solo, poderia resultar em uma sociedade contrária a oligocracia, sendo esta, possuidora de uma população escrava e sem direitos. O autor ainda considera que a organização de uma sociedade vai depender estreitamente do seu solo e sua situação. A história política vai surgir do conhecimento da natureza física do território, suas vantagens e inconveniências.

As ideias de Ratzel se relacionam com as dos cientistas políticos clássicos, principalmente Hobbes, ao se considerar a questão do solo, território e força do Estado. Para tais clássicos, a propriedade de terra destaca a força de quem o detém, como no caso do Estado absoluto para Hobbes, o qual, o rei tomaria para si, a partir de um poder absoluto, as terras e o poder de ir e vir, independente de propriedade privada, já que contava como absolutismo e o contrato social, “assinado” artificialmente entre o mesmo rei e seus súditos. Quanto mais obtinha de terras, mais ganhava e mais se tornava forte. Para Hobbes, antes do contrato social, a sociedade vivia num estado de caos, conflitos e busca por poder, ou, uma volição irrefreável. Tais conflitos se relacionariam a questão da posse de território, dividindo ainda mais o meio social. O rei então estaria responsável pela unificação do Estado (o que o solo cumpre como papel) e manutenção da paz.

Ratzel, por ser o precursor da Geografia Política clássica, têm algumas ideias passíveis de serem contestadas em tempos atuais, ainda que, sem desqualificar suas teorias tanto pela questão da época em que escreveu suas obras, quanto às condições e realidade que vivia, ao escreve-las. Entretanto, é possível considerar outros fatores causadores de progresso, além de principalmente, o solo. Avanço tecnológico, disseminação de ideias, e diferentes correntes e teorias políticas poderiam ter o mesmo efeito de progresso quanto o solo e a terra. O solo poderia ser responsável por um progresso inicial, mas não seu principal causador. O indivíduo também já não se encontra mais tão dependente do solo, e o meio em que o mesmo vive pode ser tanto benéfico quanto prejudicial ao desenvolvimento da sociedade como um todo. Não há mais que ser, o indivíduo, indissociável à terra, mas o ser capaz de usa-la plenamente bem com suas capacidades e habilidades, recursos tecnológicos avançados e conhecimento, para não ser dependente do solo e sim um bom aproveitador do máximo que o mesmo tem a oferecer, resultando em diversos conceitos de progresso passíveis de se pensar.

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