Os Acordos Inter-Regionais no Século XXI: A União Europeia e o Mercosul
Por: Anthony Henrique • 21/11/2018 • Resenha • 504 Palavras (3 Páginas) • 305 Visualizações
Os Acordos Inter-Regionais no Século XXI: A União Europeia e o Mercosul
Através da análise dos artigos que dizem respeito a uma possível firmação de um tratado de livre comércio entre os blocos do Mercosul e União Europeia, é possível perceber uma nítida contradição entre as visões apresentadas em cada texto. Sendo que em uma delas os autores acreditam e focam nas possíveis grandes vantagens que os blocos teriam caso o acordo fosse perpetuado, (visão otimista) e em outra visão, os autores enfatizam os diversos impasses que impedem a formação de um acordo entre os blocos (visão pessimista).
Tratando primeiramente da visão otimista com relação ao assunto, é necessário destacar que a assinatura de um acordo criando uma zona de livre comércio entre a UE e o Mercosul tem o potencial de produzir ganhos econômicos consideráveis. Esse panorama permite o aumento notável das exportações de ambos os lados e o consequente aumento das receitas e crescimento econômico, já que as economias dos Estados membros dos blocos teriam acesso a mercados emergentes, no caso dos mercados no Mercosul, e a vastos mercados com grande capacidade de consumo, no caso de mercados na UE.
Já olhando através da ótica pessimista o baixo grau de coordenação das lideranças do Mercosul nas negociações é um fator que atrasa a conclusão do processo, isto é, como esse bloco detém um grau de institucionalização muito menor do que o da UE, o alcance de uma agenda comum e coesa é custoso. Adicionalmente, um dos mais importantes elementos que inviabilizam o acordo é a existência de práticas protecionistas setoriais no âmbito da UE. A relutância em abrir mão da PAC é um caso emblemático, pois o setor agrícola é o de maior interesse e possibilidade de inserção das economias do Mercosul na UE, ou seja, a persistência desta política subsidiária anula as vantagens comparativas do bloco sul-americano no comércio com a UE, fazendo com que o Acordo perca a sua razão de ser.
Através desses pontos de vista é possível dizer que para solucionar os impasses que cercam este acordo, o abandono das práticas protecionistas da U.E seriam imprescindíveis, além disso, uma especialização produtiva de determinados bens poderia ser adotada, uma vez que, como os países do Mercosul têm uma alocação de fatores de produção mais eficiente no setor pecuário, por exemplo, eles incrementariam ainda mais a produção de carne bovina tendo em vista a maior facilidade de entrada no mercado europeu em virtude do acordo, o que tornaria os preços mais competitivos que os dos próprios produtores europeus. No movimento inverso, pode-se citar a produção intensiva da indústria química e farmacêutica na zona do euro, que seria ainda mais intensificada devido à demanda dos países do Mercosul.
Bibliografia:
ZARZOZ, Inmaculada Martínez; LEHMANN, Felicitas Nowak. Augmented gravity model: an empirical application to Mercosur-European union trade flows. Journal of Applied Economics. 2003. Disponível em:
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