Resenha O Pensamento Social e Político da América Latina
Por: moiseslomeuc • 27/1/2023 • Trabalho acadêmico • 579 Palavras (3 Páginas) • 125 Visualizações
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)
Curso: Pensamento Social e Político da América Latina – Prof. Glauber Matias
Atividade 1 - “Resenha”
Valor: 3,0 pontos
Discentes: Moisés Lomeu Corrêa
Data de entrega:01/07/2022
“A noção de diferenciação entre os países Latino Americanos com o centro mundial em Manoel Bomfim”
Esta resenha terá por objetivo entender as noções formadoras dos países latino-americanos e as problemáticas que se dão pela comparação às nações centrais do mundo, de acordo com a análise feita por Manoel Bomfim (1903), nos anos iniciais do século XX. Com isso, pretende-se analisar a noção do “Parasitismo” colocada pelo autor que é relacionada a forma dominante em que as nações europeias tem com os países periféricos, em especial os países da América Latina, na sua formação e continuamente pelas influências exercidas neles.
O pensamento de Manoel Bomfim (1903), quanto aos problemas que as nações latino-americanas atravessam, parte inicialmente da lógica de diferenciação criada pelas nações centrais do mundo que exercem uma certa hegemonia cientifica e no pensamento social. Nesse contexto as nações da América Latina são vistas como paraísos para exploração da terra, e também um agrupamento de bárbaros que devem ser guiados para um desenvolvimento, de acordo com os modelos que o centro produz, resultando somente em maiores problemas para esses países. Nesse sentido, pensamento do autor parte da ideia de análise dos problemas dos países latino-americanos de acordo com suas formações e singularidades históricas, ao invés da comparação.
Na ideia de Bomfim (1903), numa crítica aos “determinismos” europeus, propõe olhar as sociedades como um “organismo” que está sujeito a “leis categóricas” criando um paralelo com as ciências naturais, onde as condições de tempo, e não somente as condições do meio em que uma sociedade está inserida, é determinante. Ou seja, para o autor a evolução e contexto histórico em que uma sociedade, é construída e estabelecida (seus processos históricos e suas influências) é determinante para análise de suas problemáticas e como se caracterizam num momento em que já está formado como nação independente.
Com isso Manuel Bomfim (1903), coloca a noção de “parasitismo” dos países europeus em relação aos países latino-americanos onde a noção comparativa está no centro desse “parasitismo”, afinal a lógica de inferioridade e atraso em que os países da América Latina se enxergam é na verdade construída pelo centro mundial através da colonização que leva as riquezas dos países periféricos para a Europa, por uma visão de superioridade, e deixa um rastro de traumas históricos na formação dos países e consequentemente problemas econômicos, sociais e políticos que também são agravados pela comparação com o centro.
Tendo em vista as noções supracitadas, fica claro que a noção de diferenciação é construída nos países da América Latina no momento das colonizações, e estabelece um tipo de comparação que serve somente para manutenção da ordem hegemônica e das noções de inferioridade e atraso. Considerando essa lógica, podemos analisar de forma mais clara os problemas políticos, sociais e econômicos que uma sociedade latino-americana atravessa, ou seja, faz-se necessário, como aponta Manuel Bomfim (1903) levar em consideração toda a formação histórica de uma sociedade pelas singularidades que essa detém, para com mais entendimento analisar as semelhanças e diferenças históricas de determinado lugar, e como esse está inserido em relação aos outros.
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