Resenha de Leitura: Norman Angell - A Grande Ilusão
Por: Elias Souza • 2/9/2018 • Abstract • 681 Palavras (3 Páginas) • 1.038 Visualizações
1
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” – FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
DISCENTES: Angelo Rocha Paschoaleto
Elias V. de Souza
Thiago Vicino Fernandes
DOCENTE: Prof. Me. Matías Ferreyra
DISCIPLINA: Teoria das Relações Internacionais I
CURSO: Relações Internacionais - 2° ano
Resumo de Leitura: Norman Angell - “A Grande Ilusão”
Ralph Norman Angell-Lane (1873-1967) foi um jornalista, economista e político britânico. Recebeu o Nobel da Paz em 1993 por adotar uma postura contrária à guerra como elemento de poder nas relações internacionais, atuando em órgãos como o Comitê Mundial contra a Guerra e o Fascismo e também na União de Controle Democrático . Dentre as principais obras de Angell está “ A Grande Ilusão”, na qual critica a guerra e a forma como ela é compreendida até o início do século XX pelas nações europeias.
Norman observa em sua época o contraste entre as oportunidades e os perigos iminentes: ao passo que desfruta de uma Europa financeiramente conectada, observa o crescente discurso armamentista no continente, em especial entre britânicos e alemães, estes últimos em crescente choque com os interesses ingleses na disputa pelo poder europeu e global. É com base nesse contexto que o autor propõe a seguinte reflexão: seriam o poderio militar e a força política os únicos meios para se atingir e salvaguardar a prosperidade e o bem-estar de uma nação?
Angell defende que a guerra é fútil e ineficaz, mesmo quando se atinge o êxito, sendo o poderio militar e a força política inúteis, pois, em nada auxiliam para se alcançar a prosperidade e o bem-estar de uma nação. Ao passo que, a opinião avessa a essa perspectiva é considerada produto de uma ilusão de ótica à qual somente pode ser revertida com a mudança da opinião pública europeia . Segundo o autor, é “a opinião da grande massa que imprime direção aos atos dos governos e explica a sua política” (Angell, 2002, p. 13), e que tal mudança só poderia ser alcançada por vias racionais a partir da tomada de consciência do fatos supracitados.
2
Para Angell, é essencial questionar o axioma aceito pela maioria de que são necessários poder militar e político para defender a riqueza e a prosperidade de um país. Este é, para o autor, “um dos erros mais enganosos e perigosos que se possa cometer” (Angell, 2002, p. 22). Assim, o autor utiliza sete proposições para demonstrar a falsidade que significa a necessidade de defesa da indústria e da prosperidade: (1) nenhuma nação pode destruir ou prejudicar por completo o comércio de outra nação por meios militares; (2) dada a internacionalização financeira, a conquista física implicaria na esterilidade econômica da empreitada; (3) a imposição de impostos ou compensações seria desfavorável economicamente; (4) racionalmente, ninguém aceitaria se colocar diante destes prejuízos por “caprichos”; (5) não é possível um país apossar-se do comércio exterior de outro; (6) riqueza, prosperidade e bem-estar independem da política para se desenvolver; (7) nenhum país teria vantagens das colônias de outro país, pois um país não “possui” suas colônias, mas são países independentes aliados à nação “mãe” (Angell, 2002, pp. 22-25). Em outras palavras, a ideia de anexação de territórios como algo bom é uma falácia, e o melhor seria deixar as nações como estão (Angell, 2002, p. 26).
...