RESENHA “LEITURA LITERÁRIA NA ESCOLA” DE LAJOLO
Por: 926.935.471-72 • 28/4/2021 • Resenha • 1.105 Palavras (5 Páginas) • 339 Visualizações
RESENHA “LEITURA LITERÁRIA NA ESCOLA” DE LAJOLO, MARISA. DO
MUNDO DA LEITURA PARA A LEITURA DO MUNDO. 6. ED. SÃO PAULO:
ATÍCA, 2000. ¹
Raquel Ferreira de OLIVEIRA²
Mudam-se os tempos, muda-se as vontades, o que fazer com ou texto literário em sala
de aula, funda-se, ou devia fundar-se, em uma concepção de literatura muitas vezes deixada
de lado em discursões pedagógicas. A precariedade de tal situação costuma ser resumida nos
clichês e preconceitos, como sugerem as falas abaixo:
(...) outros alunos, por não terem hábitos ou gosto pela leitura, infelizmente a maioria só leem
se obrigados. Outros ainda, a minoria, não leem nem obrigados (...) (sic)
(...) muitos não leem com a desculpa de que não têm tempo, sendo que para assistir TV
sempre dispõem de tempo (...)
(...) o nosso estudante só faz determinada atividade se exigida e bem estimulada. Do contrário,
se entregam (sic) à preguiça de ler. Mesmo porque eles acham cansativo ter de ficar parados a
ler, muitas vezes histórias que estejam agradando (...)
Só a leitura e o incentivo pelos bons autores (sic) poderá melhorar a redação dos alunos, cada
vez mais e restrita pela TV (...)
O que surge nos depoimentos é um professor que se crê investido da função sagrada
de guardião do templo: lá dentro, o texto literário; cá fora, os alunos; na porta, ele, o mestre,
sem saber se entra ou se melhor mesmo é que a multidão se disperse... O problema é que os
rituais de iniciação proposto aos neófitos não parecem agradar. Infidelíssimos, aliás - que não
pediram para ali estar, talvez venha desse desencontro de expectativas que a linguagem pela
qual se costuma falar do ensino de literatura destile o amargor e o desencanto de prestação de
contas, deveres, tarefas e obrigações, como as falas acima ilustram.
1. Atividade exigida pelo Prof. D.r Eduardo Batista da Silva, para fins parciais de avaliação da disciplina
Metodologia Científica no 6° período, no 2° semestre letivo de 2021. Data de entrega: 22 de fevereiro
de 2021.
1. Acadêmico (a) Raquel Ferreira de Oliveira do 6° período, do curso de Letras Português/Inglês da
Universidade Estadual de Goiás, Campus Sudeste-Morrinhos, no 2° semestre letivo.No entanto Fernando Pessoa, proclama seu tédio perante qualquer contexto que
subtraia do texto sua carga máxima de mito e de ruptura:
Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer
Em do mundo da leitura para a leitura do mundo, Marisa Lajolo retoma um percurso
crítico que dá continuidade aos seus estudos sobre leitura, literatura e livro didático. A retomada
dessa travessia, no entanto, não significa repetição. Ao contrário, nesse último livro, a autora
reflete, de forma inovadora, sobre a complexidade que envolve a leitura, a literatura, a escola,
o livro didático, o currículo, e a formação de professores. Esses aspectos inserem-se numa
perspectiva mais ampla, aquela do "mundo da leitura", e estão enfocados na primeira parte do
livro.
Através da análise de textos de Machado de Assis, Pepetela e Monteiro Lobato, a autora mostra
como a leitura, a escola e a literatura encenam-se nas obras desses autores. Esses estudos
pertencem a "Leituras do mundo, segunda parte do livro.
Aproveitando as palavras da ensaísta, seria interessante mostrar não somente o que seu
"texto diz", mas "o modo" como seu texto "diz o que diz". Assim, é importante assinalar que,
desde o primeiro capítulo do livro - que trata da leitura literária nas escolas, descristaliza ideias
que, ao se incorporarem aos discursos e à prática dos professores, fazem da leitura um ato
periférico. Essa argúcia crítica da autora, presente no capitulo em destaque e em outros seus
escritos, mantém-se nos capítulos subsequentes que enfocam, grosso modo, a literatura infantojuvenil, o estudo da poesia na escola e o livro didático e a língua portuguesa. Essas questões
são abordadas numa contextualização histórica.
Sob essa perspectiva, no segundo capitulo, por exemplo, em que estuda. a literatura
infanto-juvenil, depois de destacar as transformações socioeconômicas do Brasil, a partir dos
anos 50, evidencia que é "na esteira dessa especialização progressiva de mercadorias e de
mercados que adquire maior
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