A AMAZÔNIA E SUAS IMPORTANTES QUESTÕES PARA A GEOPOLÍTICA DO BRASIL

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Relações Internacionais – Turma 2013.2

Trabalho de Geopolítica – Professor Raphael Padula

A Amazônia e suas importantes questões para a geopolítica do Brasil

 

Aluna: Carolina de Almeida Pereira

Sumário

1.        Introdução        

2.        A gestão de JK e suas políticas em relação a Amazônia        

3.        A Ditadura Militar (1964-1985) com o forte empenho de integração da Amazônia e as consequências ambientais        

4.        O Programa Grande Carajás e a infra-estrutura que chegou na Amazônia Brasileira        

5.        O Projeto Rondon e a sua integração social        

6.        Conclusão        

1. Introdução

[pic 2]A Amazônia é uma floresta situada na América do Sul e cobre parte do Brasil, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. A Amazônia é uma das três grandes florestas tropicais do mundo e o clima é equatorial, quente e úmido, devido à proximidade à Linha do Equador. O solo amazônico é bastante pobre, contendo apenas uma fina camada de nutrientes. Isso fez com que sempre houvesse pouca agricultura na região. Contudo, a flora e fauna mantêm-se graças ao estado de equilíbrio atingido pelo ecossistema. A biodiversidade da floresta é inigualável. Uma em cada dez espécies conhecidas no mundo vive na Floresta Amazônica. Esta constitui a maior coleção de plantas vivas e espécies animais no mundo. Isso é o principal fator que intensifica o interesse global nessa área. Interesse que não vem só da época contemporânea.

A primeira tentativa de controle territorial da Amazônia ocorreu em 1616, muitas décadas depois da chegada dos portugueses no Brasil. Esteve integrado a uma estratégia de defesa para proteger as zonas canavieiras de Pernambuco e da Bahia e a foz do rio Amazonas das incursões holandesas. Esse fato levou a criação de dois estados vinculados a metrópole portuguesa: o Maranhão e o Grão-Pará. Com o declínio do Império comercial, a acumulação de terras como garantia em relações diplomáticas na Europa e como patrimônio ganhou forte importância para os portugueses. Nesse momento, houve a criação de duas estratégias principais para a ocupação ao longo do rio Amazonas. É importante citar que essas duas estratégias, somadas a expansão da ocupação, romperam com o Tratado de Tordesilhas (1492) que foi assinado pelo Reino de Portugal e Reino de Castela (Espanha).

[pic 3]A primeira ação de controle social foi a pacificação das tribos indígenas com a chegada dos missionários. Com a desculpa da “civilização dos índios” os [pic 4]

missionários empreenderam uma exploração da floresta economicamente bem-sucedida. O extrativismo foi focalizado principalmente nas drogas do sertão, que seriam as especiarias amazônicas (ervas aromáticas, plantas medicinais, cacau, pimentas, urucum, salsaparrilha, baunilha, bálsamo de copaíba, puxuri, anil, castanha-do-pará, guaraná e manteiga de ovo de tracajá) que eram coletadas principalmente pelos índios e armazenados nos empórios dos jesuítas de onde eram embarcadas para a Europa. Oustros momentos importantes foram os ‘booms da borracha’. No primeiro entre 1850 e 1912, houve novamente a inserção da Amazônia no comércio internacional já que os Estados Unidos entraram como exploradores da borracha amazônica. Houve muita migração da região Nordeste para a Norte pois havia a necessidade de mão-de-obra e os nordestinos acreditavam que teriam uma vida melhor nesse novo ambiente. Desse modo, houve um aumento populacional nessa época. O primeiro boom da borracha acaba quando há a forte entrada da Ásia no mercado. Com essa concorrência, a primazia brasileira assim como a produção de borracha na região amazônica entram em decadência.

Outro importante momento com políticas e ações que ajudam a introduzir a questão da Amazônia pós Guerra Fria é o do governo de Getúlio Vargas (de 1930 até 1945). Uma política primordial foi a da “Marcha para o Oeste” aplicada em 1938. Apesar do extenso território, o Brasil havia prosperado quase que exclusivamente na região litoral, enquanto o vasto interior mantinha-se estagnado. Algumas razões para isso foram a política mercantilista colonial, a falta de estradas viáveis e de rios navegáveis, o liberalismo econômico e o sistema federalista que caracterizaram a  República Velha (1889-1930). Essa marcha visava a integração do Brasil incentivando a migração de pessoas do litoral para o interior para que assim fossem desenvolvidas mais atividades econômicas nessas áreas conhecidas também como “vazios demográficos”. Entretanto, os resultados dessa política foram praticamente nulos. Um outro ponto importante sobre Vargas é que mesmo após seu governo, em 1953, ele criou o SPVEA (Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia) com a finalidade de promover a agropecuária e a integração da Região à economia nacional, mas esse plano falhou pois se voltou demais ao extrativismo, abrindo linhas de crédito bancário direcionado muito para a borracha e esquecendo outras áreas.