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A Relevância das Finanças Comportamentais

Por:   •  1/10/2018  •  Artigo  •  6.463 Palavras (26 Páginas)  •  407 Visualizações

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FINANÇAS COMPORTAMENTAIS:

Influência de fatores cognitivos e emocionais na tomada de decisão.

BEHAVIORAL FINANCE

Influence of cognitive and emotional factors in decision making.

COSTA,Germana Soares da[1]

RESUMO

As Finanças Comportamentais caracterizam-se por ser uma área pouco explorada, caracterizada pela contraposição à consideração da racionalidade dos tomadores de decisão, a qual é adotada pelo âmbito financeiro contemporâneo. As Finanças Comportamentais, em um de seus vieses de estudo, apresenta a identificação do meio através do qual as falhas e as emoções de cunho cognitivo influenciam a tomada de decisão do gestor. Tendo em vista tal realidade, esta pesquisa objetiva pesquisar as influências das falhas cognitivas e das emoções, nas tomadas de decisão do gestor financeiro. Apresentou-se o seguinte problema: as decisões do gestor financeiro, em uma empresa de construção civil, pode ser influenciada pelas emoções e pelas falhas cognitivas do referido indivíduo? Justificou-se a pesquisa pela pouca exploração do tema, pela relevância da tomada de decisão no âmbito organizacional, pela necessidade de ampliar o entendimento a respeito do tema e pela contribuição com a evolução dos paradigmas sobre as Finanças Comportamentais. Metodologicamente, realizou-se uma revisão bibliográfica, com método de abordagem que consistiu em uma suplementação entre o quantitativo e o qualitativo. Concluiu-se que fatores de natureza cognitiva e emocional são absolutamente responsáveis por implicações na tomada de decisão.

Palavras-chave: Gestão Financeira. Finanças Comportamentais. Administração. Organizações. Tomada de decisão.

ABSTRACT

The Behavioral Finance are characterized by being a little explored area characterized by opposition to consideration of the rationality of decision makers, which is adopted by the contemporary financial framework. The Behavioral Finance, in one of his biases study shows the identification of the means by which faults and the cognitive nature of emotions influence the manager's decision. Given this reality, this research aims to investigate the influence of cognitive impairment and emotions, the decision of the financial manager outlets. Presented the following problem: decisions of the financial manager in a construction company, it may be influenced by emotions and the cognitive impairment of that individual? Justified to search for little theme of exploration, the relevance of the decision-making in the organizational context, the need to broaden the understanding of the subject and for the contribution to the evolution of paradigms on Behavioral Finance. Methodologically, there was a literature review, with approach method which consisted of supplementation between the quantitative and the qualitative. It was concluded that cognitive and emotional


 nature factors are absolutely responsible for implications on decision making.

Keywords: Financial Management. Behavioral Finance. Administration. Organizations. Decision making.

1 INTRODUÇÃO

        Nos anos de 1970, as Finanças Comportamentais surgiram no âmbito acadêmico, trazido o assunto à baila pelas publicações de Kahneman e Tversky (1979), as quais tratavam a respeito da tomada de decisão e do comportamento humano em circunstâncias de risco. Com vistas à implementar a compreensão das ações do investidor hodierno do mercado de finanças, os aludidos autores demonstraram diversos problemas a determinados grupos de indivíduos, os quais deveriam tomar decisões com fulcro na perda ou no ganho, envolvendo o risco contido na referida decisão.

        Foram provenientes desta pesquisa o conceito de aversão à perda, que trata-se da definição de maior relevância a respeito das Finanças Comportamentais, implicando no sentido de que os indivíduos são acometidos mais intensamente pelo sentimento de perda do que pelo prazer proporcionado pela aquisição de uma vitória.

        O Modelo Moderno de Finanças é eficiente no sentido de interpretar o comportamento do mercado, ocasionando uma diminuta expansão das Finanças Comportamentais, nos anos de 1980, resultando na inobservância do meio acadêmico para tal área de pesquisa; entretanto, no início da década de 1990, o Modelo Moderno de Finanças passou a apresentar evidentes sinais de cansaço, o que comprovou-se pelas anomalias ocorrentes no mercado financeiro, com uma constância crescente, todavia, não abordadas pelo referido modelo.

        Neste contexto, intensificaram-se as pesquisas a respeito das Finanças Comportamentais, expandindo-se e consolidando-se na diversidade de conceitos, ressaltando-se a autoconfiança excessiva, o otimismo e o pessimismo exacerbados e a sobreação às novidades do mercado (HALFEL; TORRES, 2001).

        As teorias tradicionais a respeito de finanças edificaram-se originariamente de uma análise econômica, contento, como paradigma fundamental, a racionalidade dos agentes, considerando-se que o tomador de decisão é detentor do absoluto conhecimento a respeito das opções disponíveis, depreendendo-se que será tomada a melhor decisão, conforme objetivos e critérios que aquele determinou, segundo Simon (1979). Todavia, as pesquisas advindas do desejo de aperfeiçoar o padrão clássico de finanças abarca quesitos comportamentais; as aludidas pesquisas lastrearam a área das Finanças Comportamentais, considerando-se o âmbito psíquico dos indivíduos enlaçados no processo de tomada de decisão (THALER 1999; FULLER, 1998; KIMURA, 2003; DECOURT; ACCORSI, 2005).

        A área das Finanças Comportamentais analisa o comportamento do indivíduo, no momento da tomada de decisão, enfatizando a racionalidade não absoluta do ser humano, considerando os equívocos de natureza cognitiva, de forma que o entendimento e a determinação de tais falhas e suas consequências são os objetivos de estudo do ramo das finanças em questão (BAKER; NOFSINGER, 2002).

        As Finanças Comportamentais refutam a Hipótese dos Mercados Eficientes, com fulcro na consideração de que os agentes econômico não tomam decisões racionais de forma estrita e que a atuação dos arbitradores racionais é limitada; assim sendo, em sua pesquisa, os retro mencionados autores Kahneman e Tversky (1979) concluíram que as decisões que são periodicamente tomadas através da utilização de processos de decisão simplórios encontram-se expostos à erros de natureza cognitiva.

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