A Utilização do Solo Brasileiro

Síntese

Introdução

Desde a sua descoberta no início do século XV, o Brasil tem vivido inúmeras transformações estruturais, internas e externas, que resultaram em mudanças significativas em relação ao uso dos recursos naturais e da ocupação do território do pais. Essa transmutação tem sido foco de diversas reações mediáticas sociais e tem sido destaque no âmbito internacional, principalmente pelo fato do pais vivenciar um acelerado desenvolvimento econômico, nas duas últimas décadas, ocupando um lugar de destaque entre as potências emergentes mundiais.

Paralelamente, o potencial do solo brasileiro tem sido explorado de forma intensa. Este mesmo solo tem sido palco e testemunha de diversos fatos históricos como os principais ciclos econômicos do país, como a metamorfose da política colonial brasileira à Republica e também um intenso crescimento demográfico que resultou em consequências incontestáveis.

Consoante a todas essas transformações, muitas questões têm sido abordadas sobre as diretrizes estatais, principalmente no aspecto socioambiental. Inúmeras são as dificuldades encontrada pelo governo, sobre como enfrentar a concorrência externa econômica; sobre como definir e usufruir do potencial do país e ao mesmo tempo atender as questões sociais; ou mesmo como lidar com a pressão internacional, pois engloba em seu território a maior floresta do mundo que não pertence somente ao Brasil e sim à humanidade.

Todavia, superar desafios é tanto a epígrafe como a fragilidade da organização brasileira. Esse dilema conduz ao seguinte questionamento: será que o Brasil pode valorizar o seu território e explorar os seus recursos naturais sem pôr em perigo a riqueza e uma parte da sua população?

Primeiramente, veremos que o Brasil não é somente vasto em dimensão territorial, mas a sua magnitude é também fundamentada em seus recursos naturais que oferecem múltiplas possibilidades para o seu desenvolvimento (I). Em seguida, veremos que essas possibilidades encontram diversos limites (II), mas que esses obstáculos podem nao são ser intrasponíveis.

Para responder a questão, serão analisados os tópicos a seguir : 

I) O potencial do solo brasileiro

a) Dimensão e capacidade de exploração

O Brasil é um pais de proporções continentais. Ocupando grande parte da superfície da América do Sul, o seu tamanho lhe proporciona ser dono de um vasto território, de uma diversificada herança cultural e de uma rica abundância de recursos naturais. Evidentemente, a extensão da sua superfície engloba também uma ampla diferença climática que resulta em grandes variações ecológicas, distribuindo espécies e formando ecossistemas distintos ou mesmo biomas como: a Floresta Amazônica, sendo a maior floresta tropical do mundo; o Cerrado composto por savanas e bosques ; a Caatinga com florestas semiáridas; os Pampas; a mata Atlântica e o Pantanal com a maioria da sua superfície inundável.

b) Biodiversidade e a riqueza dos recursos naturais

A imensidade desses biomas e a extensão do seu território oferecem um leque de oportunidades para o desenvolvimento da economia brasileira. Essas possibilidades encontram-se, por exemplo, na adequação dos terrenos planos localizados nesses biomas que oferecem solos férteis e são muito úteis para o cultivo de milho, soja, da cana-de-açúcar, de dendezeiros (muito usado para a fabricação do biodiesel) e para a pecuária. Além da atividade agrária, existem possibilidades na área da silvicultura e até mesmo no domínio energético, pois o Brasil possui uma das mais extensas e diversificadas redes fluviais do mundo. O país ainda conta com outras alternativas, como a eólica e a solar.

II) Os limites dessa potência

a) Na questão ambiental

Todavia, o país tem usufruído dessa abundância oferecida por esses conjuntos de ecossistemas de forma intensa. Desde o início da sua descoberta, a utilização do solo brasileiro tem sido realizada de maneira incauta, como a exploração da Zona Franca de Manaus que outrora foi sacrificada por incentivos fiscais oferecidos à manufatura, pois antes, existia a concepção que o desenvolvimento dependia de derrubar matas. Ademais, boa parte da utilização desse território foi baseada numa exploração arbitrária. Muitos dos recursos que compõem a riqueza natural brasileira, hoje, considerados