A identidade internacional do Brasil e da política externa brasileira
Seminário: A identidade internacional do Brasil e da política externa brasileira. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: shaniatwain • 13/10/2014 • Seminário • 1.410 Palavras (6 Páginas) • 710 Visualizações
LAFER, Celso. 2001. A identidade internacional do Brasil e a política externa brasileira. Passado, presente e futuro. São Paulo : Perspectiva Ao escrever “A identidade internacional do Brasil e apolítica externa brasileira” em 2001, Celso Lafer buscou sintetizar suas ideias sobre a política externa brasileira a partir de suas pesquisas e reflexões, somadas à sua experiência diplomáticadurante a década de 1990. O texto está dividido em seis capítulos, o texto tem o escopo de ajudar a destrinchar e explicar a política externa do Brasil, a partir da noção de “identidade”. O autor foiMinistro de Estado das Relações Exteriores em 1992 e 2001-2002 e Ministro de Estado do Desenvolvimento, Indústria e Comércio em 1999. De 1995 a 1998 foi Embaixador, Chefe da Missão Permanente do Brasiljunto às Nações Unidas e à Organização Mundial do Comércio em Genebra. Atualmente é Chefe do Departamento de Filosofia e Teoria Geral do Direito da Faculdade de Direito da USP desde 2003. Celso Lafer éum dos principais autores brasileiros em várias áreas das ciências humanas, como direito internacional público, ciência política e da teoria geral do estado. Ele é o autor de obras como “HannahArendt – Pensamento, persuasão e poder” (2003), “A OMC e a regulamentação do comércio internacional: uma visão brasileira” (1998) e “Comércio, desarmamento, direitos humanos – reflexões sobre umaexperiência diplomática” (1999) Nos primeiros capítulos do texto, Celso Lafer afirma que o Brasil encontra-se, segundo George F. Kennan, na posição de monster country. Com efeito, o país está entre os maioresdo mundo tanto geograficamente, demograficamente quanto economicamente. Todavia, ao contrário dos outros monsters countries (Índia, Rússia, China, Estados Unidos), o Brasil não possui históricoimportante em participar de conflitos globais, e sua tradição inexistente em ficar na linha de frente nas tensões internacionais o torna um monster country mais “fraco”.
LAFER, Celso. A identidade internacional do Brasil e a política externa brasileira: passado, presente e futuro. São Paulo: Perspectiva, 2001, 126 p. ISBN 85-273-0257-8.
"... um balanço de minhas pesquisas e reflexões de muitos anos sobre a política externa brasileira, adensado pela minha experiência diplomática na década de 1990." Assim define Celso Lafer seu mais recente livro, intitulado "A identidade internacional do Brasil e a política externa brasileira:passado, presente e futuro", que se junta, assim, a sua profícua produção intelectual.
Com efeito, além de conhecido pelas importantes funções que tem exercido – foi Ministro das Relações Exteriores em 1992, chefe da Missão Permanente do Brasil junto às Nações Unidas e à Organização Mundial do Comércio de 1995 a 1998, Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio em 1999, e chefe do Itamaraty novamente a partir de janeiro de 2001 –, Celso Lafer é autor de estudos importantes nas áreas de Ciência Política e Direito. Dentre eles, para nos limitarmos a poucas referências, destaquemos sua tese de doutoramento The Planning Process and the Political System in Brazil: a Study of Kubitschek's Target Plan, 1956-1961 (1970), passagem obrigatória para quem estuda a implementação da política desenvolvimentista do período JK, e Uma interpretação do sistema das relações internacionais do Brasil (Revista Brasileira de Política Internacional, 1967), análise sistêmica que enfoca as articulações entre a esfera nacional e a política exterior do Brasil com o nível global e regional, até os anos 1960. E os mais recentes "A OMC e a regulamentação do comércio internacional: uma visão brasileira" (1998) e "Comércio, desarmamento, direitos humanos: reflexões sobre uma experiência diplomática" (1999). Além disso, num tipo de exercício em que poucos se sobressaem, Celso Lafer se destaca: quantos de nós já não tivemos o prazer de abrir um livro e nos depararmos com seus prefácios, guias seguros e argutos de leitura, que muito enriquecem os trabalhos daqueles que tiveram a sorte de poder contar com esse precioso convite à leitura de seus estudos. Lembremos, dentre tantos, os primorosos prefácios aos livros O governo Kubitschek: desenvolvimento econômico e estabilidade política, 1956-1961 (1976), de Maria Victória Benevides, e A legitimidade e outras questões internacionais (1999), de Gelson Fonseca Júnior.
A identidade internacional do Brasil e a política externa brasileira é uma obra sintética que abarca diversos aspectos da História do Brasil, ainda que se proponha mais especificamente "buscar e apreender as tendências inerentes à `duração longa' da diplomacia brasileira". Nela está muito presente a preocupação do autor com o sentido último e verdadeiro da construção da nação brasileira. É a leitura de Lafer sobre a especificidade brasileira, valendo-se de autores diversos que se debruçaram sobre a mesma reflexão, de um ponto de vista mais geral, como Sérgio Buarque de Holanda, Caio Prado Júnior, Gilberto Freyre, ou de um prisma mais pontual.
Entendendo como tarefa da política externa "traduzir necessidades internas em possibilidades externas para ampliar o poder de controle da sociedade sobre o seu destino", Lafer começa seu estudo chamando a atenção para a crescente diluição entre as esferas interna e externa, do "nós" e do "outro", que têm mudado a dinâmica das relações internacionais e a própria definição do campo de atuação da política externa e do que poderíamos chamar de seus insumos. Chama também a atenção para a importância do Itamaraty como depositário da memória da diplomacia do Brasil, conferindo à atuação diplomática coerência e continuidade, e para "fatores de persistência" que explicariam em
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