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Afinal, de que trata a política?

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Por:   •  20/3/2014  •  Tese  •  385 Palavras (2 Páginas)  •  1.081 Visualizações

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Introdução

Na conversa diária, usamos a palavra política de diversas formas que não se referem necessariamente a seu sentido

fundamental. Por exemplo, sugerimos a alguém muito intransigente que seja "mais político" na sua maneira de agir, ou nos

referimos à "política" da empresa, da escola, da Igreja, como formas de exercício e disputa do poder interno.

Há também um sentido pejorativo de política, atribuído pelas pessoas desencantadas, que, diante da corrupção e da

violência, a associam à "politicagem", falsa política em que predominam os interesses particulares sobre os coletivos.

Afinal, de que trata a política?

A política é a arte de governar, de gerir o destino da cidade. Etimologicamente política vem de pólis ("cidade", em grego).

Explicar em que consiste a política é outro problema, pois, se acompanharmos o movimento da história, veremos que essa definição

varia e toma formas diferentes. O mesmo ocorre quando lembramos que o político é aquele que atua na vida pública e é investido

do poder de imprimir determinado rumo à sociedade.

Mas governar a cidade não significa atribuir esse compromisso a alguns poucos, e sim à participação de todos nesse

processo. Isso está relacionado com o princípio de cidadania, ou seja, o morador (cidadão) participa das decisões tomadas para o

funcionamento da cidade. Há outros dois conceitos que aparecem relacionados à participação do cidadão na gestão de sua cidade: a

isonomia (igualdade de todos perante a lei) e a isegoria (direito de expor suas opiniões sobre aquilo que acredita ser benéfico para

a cidade).

A ideia de política descrita acima alcançou seu desenvolvimento na cidade-Estado de Atenas, especialmente durante o século V

a.C., quando prevaleceu a democracia como forma de governo. Os filósofos Sócrates e Platão foram cidadãos atenienses mais ou

menos nessa época e, por isso, desenvolveram importantes reflexões políticas. Aristóteles, natural de Estagira, viveu boa parte da

sua vida em Atenas, pois foi um dos principais discípulos de Platão. A filosofia política aristotélica configura um dos primeiros

tratados sobre esse assunto.

Mas não podemos perder de vista que a democracia ateniense não incluía as mulheres, os estrangeiros e os escravos. A inovação

ateniense consistiu no fato de não entregar o poder de governar a cidade para um rei e muito menos garantir a hereditariedade

desse poder para os seus descendentes. Apesar da visão restrita sobre cidadania (a

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