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Amazônia e Geopolítica: Uma síntese histórica da geografia política e Geopolítica na Amazônia

Por:   •  1/10/2021  •  Trabalho acadêmico  •  1.907 Palavras (8 Páginas)  •  209 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ

Amazônia e Geopolítica: Uma síntese histórica da geografia política e Geopolítica na Amazônia

ANA LÍGIA DUARTE ARANHA JUCÁ

REBECA ATAÍDE MOURÃO

RESUMO

O presente trabalho busca, através de um apanhado histórico e conceitual, entender de que maneira o olhar brasileiro e internacional sobre a amazônia faz com que a mesma tenha recebido, com o passar dos anos, a inserção de diversos projetos e planos, fruto das várias mudanças no cenário mundial, nos atores e sua relevância e na ideologia que marcou cada um dos governos presidenciais no Brasil. Assim, analisa-se os conceitos geográficos e a geopolítica aplicada nas ações feitas em território amazônico. As necessidades capitalistas vão ser um ponto chave, visto que, sempre haverão os modelos endógenos e exógenos da maneira com a qual as autoridades responsáveis trabalham a questão da Amazônia.

Palavras-chave: Amazônia; Geografia; Geopolítica.

ABSTRACT

The present work seeks, through a historical and conceptual overview, to understand how the Brazilian and international view of the Amazon means that it has received, over the years, the insertion of several projects and plans, the result of several changes in the world scenario, in the actors and their relevance and in the ideology that marked each of the presidential governments in Brazil. Thus, it analyzes the geographic concepts and geopolitics applied in the actions carried out in the Amazonian territory. Capitalist needs will be a key point since there will always be endogenous and exogenous models in the way in which the responsible authorities work the issue of the Amazon.

Key Words: Amazon; Geography, Geopolitics.

INTRODUÇÃO

Os últimos 40 anos do século XX são marcados pelo forte poder dos Estados na economia, com base no modelo de planejamento centralizado em macrorregiões, caracterizado pelo desejo de unificação do mercado doméstico e necessidade de negociação com elites locais, sendo a Amazônia a região principal para a integração nacional, mas com o surgimento de novas territorialidades, é questionada a hegemonia da macrorregião para o planejamento e até o Estado como única fonte de poder, são os novos atores internacionais, neste caso as corporações multinacionais, que, com a globalização, conseguem alcançar mais espaços a nível mundial, ganhando cada vez mais poder o que leva ao enfraquecimento do Estado, na medida em que deixam de ser uma unidade econômica, fortalecendo a interdependência. (BECKER, 2010)

2 Amazônia através da história

A exploração dos recursos naturais brasileiros é um acontecimento que se dá desde a invasão do Brasil em 1500, quando, em busca de metais preciosos, os europeus descobriram o pau-brasil, um elemento natural que proporciona coloração avermelhada para vestimentas, e a seringueira, em que a seiva é convertida em borracha e comercializada. Ainda assim, era um processo distante do território amazônico, mas que já apresentou forte impacto na biodiversidade do país.

A ocupação da Amazônia iniciou-se com a formação do Estado moderno e a necessidade do governo em intervir economicamente no território. Com o avanço da industrialização e a entrada do Brasil no mercado, a abertura da região pareceu ser a jogada econômica mais eficaz.

Ao domínio do modelo de ocupação baseado na visão externa e nas relações com a metrópole e o mercado internacional, correspondeu o modelo de redes ao nível da geometria territorial. Redes de circulação e de telecomunicação, por onde passaram a se mobilizar os novos fluxos de mão-de-obra, capital e informação. (BECKER, 2001)

O Governo de JK, que se mostrava ávido ao querer avançar no desenvolvimento setorial deu um passo na direção da ocupação da Amazônia instaurando rodovias, mas somente durante o período de 1966 a 1985 foi que o planejamento começou a tornar-se realidade com: eixos transversais como Transamazônica e Perimetral Norte, e intra-regionais como Cuiabá – Santarém e Porto Velho – Manaus, telecomunicação via satélite, hidroelétricas e mais de 1000 km de estradas.

Ao mesmo tempo, com a industrialização e o crescente debate sobre o consumo excessivo, surge a preocupação com o impacto dessas ações no meio ambiente, sendo este o foco inicial dos ambientalistas. Esse foco mudou na década de 1970, com a chegada dos neoliberais ao poder, que viam seus negócios, extremamente agressivos ao meio ambiente, ameaçados pelos ambientalistas. Mesmo sendo estes os que mais degradam o meio ambiente, são também os maiores doadores para ONG’s dessa causa, que, por pressão dos doadores, decidiram mudar o foco do debate para a preservação das florestas, deixando o impacto das indústrias como secundário. O que voltou a atenção mundial para a Amazônia por ser a maior floresta do mundo, importante por “produzir” a chuva em diversos lugares, logo o cuidado com a preservação é dobrado. (BENTES, 2005)

Sendo a Amazônia a maior floresta do mundo, imediatamente assumiu o papel central nesse debate, com o mundo todo voltado para a sua preservação, e com alguns países contribuindo financeiramente para isso ao mesmo tempo que instalam indústrias na região e degradam o meio ambiente, deixando a população local desestabilizada.

Wanderley Costa e Hervé Théry (2016), evidenciam que a Geopolítica brasileira foi uma prática quase exclusiva dos militares por sessenta anos, refletindo assim o pensamento autoritário nas políticas territoriais e na projeção externa do poder nacional. O desenvolvimento da Geopolítica no Brasil ocorreu fora da academia, sobre este processo de “alienação da Geopolítica os autores entendem que:

A comunidade de geógrafos brasileiros, como muitos de seus colegas europeus e norte-americanos, preferiu manter uma “distância segura” da Geopolítica e do que ela considerava como desvios éticos, morais e científicos desta disciplina, em razão de suas aventuras e desventuras durante a Segunda Guerra Mundial. Tratava-se, de fato, de um comportamento típico de exclusão mútua, e a ruptura deste paradigma só se produziu na década de 1980 e refletiu as profundas mudanças que tinham ocorrido em diversas esferas da vida nacional. (COSTA E THÉRY, 2016, p.7)

Para

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