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As Implicações da Ascensão de Bolsonaro

Por:   •  1/2/2021  •  Ensaio  •  765 Palavras (4 Páginas)  •  182 Visualizações

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3.  Ascensão de Bolsonaro e suas implicações

        A partir dos expostos anteriores, percebe-se que a política internacional do Brasil, principalmente no que tange à questões ambientais, teve, substancialmente um desenvolvimento, ainda mais quando se analisa o histórico de relações do Brasil com países que possuem um certo panorâma de defensoria quanto à assuntos dessa temática.

        Percebe-se também, quando se analisa os governos das duas últimas décadas, que política exterior brasileira projetou parte de seu conteúdo, objetivos e instrumentos para uma maior abertura e participação em reuniões de cúpulas que lidam com a criação de mecanismos de políticas ambientais. Essa postura dita mais aberta em relação ao âmbito internacional, principalmente quanto assuntos ambientais, está sendo substituída por uma realidade totalmente distinta, e dependendo do ponto de vista, retrógrada (RICUPERO, 2019).

        Perto de completar um ano de vida do governo Bolsonaro, já se percebe uma adrupta mudança do posicionamento do Brasil, não só em relação a essas questões, como também no comportamento em relação à comunidade internacional, especialmente aqueles conhecidos pela preocupação com a agenda ecológica e ambiental. Significando assim, mediante um alinhamento quase automático com a agenda multitemática dos Estados Unidos, uma demolição de toda uma cronologia de política internacional tradicional do país lapidada durante esses últimos 44 anos (RICUPERO, 2019).

        Durante esses últimos meses houve inúmeros indícios que comprovam esse tipo de movimento, isso pode ser averiguado tanto mediante a acontecimento factíveis quanto pronunciamentos e posicionamentos do presidente e sua comitiva. Primeiramente, o chefe do Itamaraty, Ernesto Araújo afirma toda a discurssão que circunda as mudanças climáticas não passa de uma espécie de conspiração que possui como objetivo a dominação global. Absorvendo e propagando a ideia em seus pronunciamentos, o próprio Bolsonaro expôs a ideia de retirada brasileira do Acordo de Paris, que prevê metas de redução de gases do efeito estufa (GREENPEACE BRASIL, 2018).

        Tem-se também como evidência, a questão das queimadas na Amazônia e a reação do próprio governo

        Esse novo posicionamento fica ainda mais evidente quando o mandatário discursa na abertura da 74ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em  Nova York, em 24 de setembro desse ano. No discurso percebe-se vários eixos ideológicos apontados, mas aqui enfatiza-se a premissa do isolacionismo inerente ao patriotismo mas com reverência explícita ao presidente dos EUA, Donald Trump, e duras críticas a países como França e Alemanha, quanto a questões ambientias e climáticas.

         No entendimento do presidente, o país como sendo um dos que mais preservam o meio ambiente, o incidente das queimadas se categoriza como comum, uma problemática normal a ser resolvida pelo próprio país, dentro de suas fronteiras. Além disso, certos países – como a França e Alemanha - juntamente com a mídia disseminam a falácia da preocupação das mudanças climáticas com intuito se auto-beneficiarem.

Em primeiro lugar, meu governo tem um compromisso solene com a preservação do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável em benefício do Brasil e do mundo. O Brasil é um dos países mais ricos em biodiversidade e riquezas minerais. Nossa Amazônia é maior que toda a Europa Ocidental e permanece praticamente intocada. Prova de que somos um dos países que mais protegem o meio ambiente [...] Problemas qualquer país os tem. Contudo, os ataques sensacionalistas que sofremos por grande parte da mídia internacional devido aos focos de incêndio na Amazônia despertaram nosso sentimento patriótico. É uma falácia dizer que a Amazônia é patrimônio da humanidade e um equívoco, como atestam os cientistas, afirmar que a nossa floresta é o pulmão do mundo. Valendo-se dessas falácias, um ou outro país, em vez de ajudar, embarcou nas mentiras da mídia e se portou de forma desrespeitosa, com espírito colonialista. Questionaram aquilo que nos é mais sagrado: a nossa soberania [...] Não podemos esquecer que o mundo necessita ser alimentado. A França e a Alemanha, por exemplo, usam mais de 50% de seus territórios para a agricultura, já o Brasil usa apenas 8% de terras para a produção de alimentos. 61% do nosso território é preservado! Nossa política é de tolerância zero para com a criminalidade, aí incluídos os crimes ambientais.  Quero reafirmar minha posição de que qualquer iniciativa de ajuda ou apoio à preservação da Floresta Amazônica, ou de outros biomas, deve ser tratada em pleno respeito à soberania brasileira (MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, 2019, grifo nosso).

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