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As Manifestções No Brasil

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Por:   •  28/9/2013  •  1.391 Palavras (6 Páginas)  •  194 Visualizações

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Manifestações no Brasil e Greve Geral

Parodiando o Exaltasamba, em sua canção “Tô dentro, tô fora”, começo esse artigo depois de algumas semanas de silêncio. Eu explico: Agendada para 1 de julho, marcha do nada uma greve geral anônima com pautas genéricas, dessa, “tô fora”. Para o dia 11 de julho, organiza-se outra promovida por movimentos sociais, centrais sindicais e partidos, com pautas históricas, coerentes e pontuais, dessa, “tô dentro”.

Tenho estado em silêncio desde que começaram as manifestações. Aprendi isso com meu gato. Quando ele quer aprender sobre algo, fica imóvel, olhos fixos, silencioso, parece um enfeitinho de mesa. Eu o chamo, ele só mexe a ponta das orelhas e continua com os olhos fixos. Calcula, reflete, mede, então decide se pula e vai caçar o que vê, ou se não lhe interessa. Eu fiquei calculando, refletindo, medindo esse momento histórico. Mobilização popular dessa monta foi sempre o meu sonho como militante, seja de partido de esquerda, seja da educação, seja da ecologia. Esse era meu sonho: uma passeata destas pela UERGS, ou contra a monocultura de árvores, pelo fim do uso agrotóxico e – sim – pelo fim da corrupção. Quem de nós, militantes, nunca sonhou com o que tem acontecido no Brasil?

Porém, como em todo o sonho muito intenso, há coisas que não entendemos, sabemos que estamos falando com uma pessoa nossa, mas parece que o rosto não combina. Muitas vezes, acordamos suados e tensos, tentando abrir portas de lugares que nem sabemos quais são e que não se abrem. Sonho é assim. Este, das manifestações, é assim também para mim. As perguntas se repetem: por que não se pode ver o rosto das pessoas que falam coisas que parecem verdades para tantas pessoas? Por que, de repente, tantos e ao mesmo tempo? Por que a mídia está dando tanto espaço agora? Por que os estudantes, se grande parte deles estão na Universidade através do ENEM, do PROUNI, bolsa-não-sei-o-quê e taus e taus? Por quê? Como que nunca se conseguiu isso em anos e mais anos de trabalho e – do nada – plim, todo mundo na rua! Todo mundo! Por quê?

Tenho tentado entender esse fenômeno. Por ser algo novo, julguei prudente esperar um pouco para ver como ia acabar, mas não parece estar acabando e o rumo que está seguindo, não é mais original – manipulação das massas e das opiniões. Então, resolvi me manifestar.

Sobre personagens como o Anonymus, é compreensível sua aceitação pela grande maioria de jovens que percorrem as passeatas. É assim com muitos personagens da grande mídia, tais como Harry Potter, Simpson, Seu Madruga. Eles são aceitos num primeiro momento como uma piada, depois como uma relação de identidade, depois como uma forma de expressão. Quem vê o filme de ação “V de vingança”, sente-se motivado e encantado. Porém, como não se pode ver o rosto das pessoas que falam hoje, que quebram vidros e portas, como justiceiros de filme, como acreditar neles, como acreditar em sua legitimidade? Lembro-me de revoluções antigas, em todas elas, os “mocinhos” tinham rosto, endereço, eram pessoas lutando por pessoas e causas. Estes “mocinhos” sempre foram perseguidos e apresentados na mídia como bandidos, radicais, “shiitas”, agora, do nada, pessoas comuns, mascaradas ou não, que pedem coisas genéricas como um país melhor, não à corrupção e maior mobilidade urbana são apresentadas como heroínas? Do nada? Uma enorme massa se movimentando pedindo coisas, requentando pautas históricas e não apresentando soluções inovadoras e concretas virando protagonistas do horário nobre da TV? Por quê?

Por que mobilidade urbana – como sinônimo de mais cortes de árvores nas cidades grandes, dando lugar às estradas, mais deslocamentos de pessoas de suas casas para dar lugar a grandes vias, por exemplo, parece uma boa solução? Por que empilhar mais pessoas nas cidades grandes? Por que não pedem o desenvolvimento regional? Em São Borja, há três universidades e um Instituto Federal. Todos com problemas de pouco ingresso de alunos. Por que então enviar mais dinheiro para as cidades grandes, ao invés de criar uma solução no interior? Por que pedirem mais ônibus nas cidades abarrotadas, ao invés de pedirem vilas de estudantes nas cidades do interior, onde temos UERGS, UNIPAMPA, Universidades Federais, Institutos Federais, com alimentação e previdência social financiada pelo governo no pacote educacional?

Quando se estuda comunicação de massa, tem-se um conceito bastante simples, tudo que sai do mesmo emissor e atinge um número enorme de receptores, ao mesmo tempo, em muitos lugares geograficamente separados, é comunicação de massa. Por que o Facebook é considerado “mocinho” na área da Comunicação de Massa, ao invés de “bandido”? Por que é considerado aliado ou pior – alternativo? Estariam essas pessoas respondendo aos seus anseios políticos, construídos em debate, ou a inúmeros apelos midiáticos antidemocráticos que circulam com fotinhos manipuladas, frases de efeito aos cântaros pelas redes sociais? A quem interessa isso, para que possa ter tanto espaço na mídia convencional e na mídia das redes sociais? Como, o que nunca se conseguiu em anos e mais anos de trabalho de militância é “autorizado” agora? Por que agora?

Continuo observando, enquanto vejo o Centro Histórico de

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