As Relações Entre EUA E China Após 1972
Artigos Científicos: As Relações Entre EUA E China Após 1972. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Mayaratetu • 5/10/2014 • 2.009 Palavras (9 Páginas) • 513 Visualizações
Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI
Disciplina: Estudos Regionais: Ásia e Oceania
Professor: Walter Barbieri Júnior
Aluna: Mayara de Oliveira
Trabalho - Explique as motivações politica e econômica da aproximação da China e EUA no período da Guerra Fria.
Após o fim da Segunda Guerra Mundial o contraste entre o capitalismo e o socialismo era predominante entre a política, ideologia e sistemas militares. Uma nova ordem internacional foi construída iniciando o período da polarização da Guerra Fria, que durou de 1947 até 1989. O sistema internacional ficou caracterizado pela bipolarização de forças, de um lado, liderado pelos EUA e sua ideologia capitalista, e do outro, a URSS guiando as forças socialistas. Foi nesse período de sistema caracterizado pela divisão entre dois blocos antagônicos que a China desempenhou uma politica externa de dinâmica pendular. Primeiramente a China mantinha uma relação próxima da União Soviética que foi rompida na década de 60, e logo após iniciou a sua aproximação com os EUA. Em 1949 a guerra civil chinesa terminou e os comunistas estabeleceram a República Popular da China no continente chinês, enquanto muitos soldados e oficiais da República derrotado da China evacuaram para a ilha de Taiwan. Para os 30 anos que se seguiram, os Estados Unidos reconheceram a República da China como o governo legítimo da China e não tinha relações diplomáticas oficiais com a China comunista.
Na década de 1950 a relação da URSS para a China era fundamental. A China dependia da assistência técnica soviética para o desenvolvimento industrial interno, além de visualizar na URSS o apoio contra as ameaças norte americanas que vinham de Taiwan. Ao mesmo tempo a China passava por dificuldades econômicas e o governo soviético concedia empréstimos para ajudá-los. Mao Tse Tung tinha marcado distâncias com o comunismo soviético, desenvolvendo uma ideologia comunista própria, baseada mais nos camponeses do que nos operários urbanos, contra a ortodoxia ideológica soviética. Na luta pelo poder que teve lugar durante a Grande Marcha, Mao Tse-tung converter-se-ia num líder indiscutível do partido, frente aos dirigentes de formação russa. Apesar das diferenças e da antipatia pessoal entre os dois líderes, Mao e Stalin, a vitória comunista na Guerra Civil Chinesa em 1949 tinha feito necessária a aliança entre os dois regimes por conveniência mútua. A República Popular da China, especialmente depois da Guerra da Coréia, não podia recorrer à ajuda do Ocidente, e a União Soviética era a referência internacional do movimento comunista que, sob Stalin, tinha conseguido converter-se numa das maiores superpotências do mundo. Por sua vez, a União Soviética, no seu papel de líder do movimento comunista, via a subida ao poder de um partido comunista, no país mais populoso do mundo, como um passo de suma importância na expansão do seu sistema político e da sua influência global.
A crise nas relações entre a República Popular da China e a União Soviética começou em finais da década de 1950 e se intensificaria durante a década de 1960. As raízes do conflito entre os comunistas chineses e a União Soviética remontavam à época em que Mao Tse Tung tinha tomado o poder no Partido Comunista Chinês contra as preferências soviéticas.
As diferentes visões chinesa e soviética da colaboração entre ambos provocariam um conflito crescente. Enquanto que a União Soviética pretendia tratar a China como mais um dos seus satélites, ao estilo dos países da Europa Oriental, os dirigentes da República Popular desejavam um tratamento em condições de igualdade. Foi nesse contexto de incerteza quanto à perspectiva econômica futura da China que Mao Tse Tung lançou em 1958 a política do Grande Salto Adiante, voltando a atenção para a agricultura. O projeto tinha a ambição de transformar a China em uma potência econômica e igualitária. A meta do Grande salto era desenvolver o crescimento da indústria através do aumento da produção agrícola. Para isso foram exigidos grandes esforços á população, cargas de horários diárias de 16 horas por dia para conseguir níveis de produção sobre-humanos. Foram criadas as grandes Comunas Populares, grandes fazendas com autonomia financeira, grande igualdade de salários, com escolas e hospitais gratuitos e também oficinas e pequenas fábricas. Eram espécies de pequenas comunidades distribuídas pelo país. Entre 1959 e 1961 cerca de 30 milhoes de pessoas foram deslocadas do campo para o setor industrial, trazendo como consequência uma perda de 31% na produção agrícola em 1961 comparando com 1957.
No entanto, o projeto do Grande Salto foi um fracasso. Acarretou em fome em grande escala com mais de 20 milhões de mortes por falta de alimento entre 1959 e 1962. Boa parte dos hospitais e escolas rurais não puderam se sustentar por falta de recursos. A indústria pouco se desenvolveu, e simultaneamente a relação entre China e URSS estava esfriando. Portanto, em1960, essa política foi abandonada. A partir de então, foram surgindo as primeiras evidências do conflito entre os chineses e os soviéticos, iniciando divergências quanto a algumas atuações politicas da revolução comunista. Posteriormente, a URSS suspende a ajuda econômica e militar à China, e em 1960, chegam a acontecer violentos incidentes militares, nas fronteiras desses países.
Outro fator de tensão foi a recusa do governo chinês em permitir que os soviéticos instalassem bases navais na costa da China. Em conseqüência, a União Soviética suspendeu o programa de assistência tecnológica a Pequim, que incluía a tecnologia da bomba atômica.
A ruptura, por volta de 1960, teve reflexos no equilíbrio entre os países asiáticos. A China ficou politicamente isolada, porque os Estados comunistas do continente permaneceram sob influência soviética. Mesmo isolada, a China era um país de grande importância. Em 1966, se inicia um período de intensos conflitos políticos e ideológicos. Então Mao Tse-Tung, para consolidar sua influência no partido e no governo, lança a Grande Revolução Cultural Proletária. O movimento se espalhou rapidamente por todo o país. Tinha o apoio de todo o exército e de seu chefe, Lin Piao, além da juventude urbana – a Guarda Vermelha. Mao tinha um objetivo prático aplicando essa política, limpar o PCC e incentivar os jovens a fazer mudanças políticas para deixar a administração menos elitista em áreas como educação e saúde. Foi nesse contexto de desequilíbrios internos e ameaças internas que a China percebe a reaproximação
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