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Celso Furtado. Resumo crítico.

Por:   •  3/8/2016  •  Resenha  •  1.052 Palavras (5 Páginas)  •  842 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE CIENCIAS HUMANAS E SOCIAIS

DISCENTE: Leandro Fontes Corrêa RA: 151220492

DOCENTE: Profa. Dra. Regina Laisner

DISCIPLINA: Formação Política e Econômica do Brasil

CURSO: Relações Internacionais – 1º Ano (Noturno)

Biografia do autor

        Celso Furtado teve sua formação acadêmica em Direito, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, e doutorado em Economia, pela Universidade de Paris – Sorbonne, sendo o cerne de sua tese a economia brasileira do período colonial. Compôs a CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina) e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), órgãos de prestígio que promovem políticas e debate sobre desenvolvimento. Em sua obra intitulada Formação Econômica do Brasil, pela qual é internacionalmente conhecido, Furtado propõe a intervenção racional do Estado, considerando este o ator fundamental gerador de políticas públicas capazes de romper com as estruturas do subdesenvolvimento. Tendo isso em vista, admite-se que Celso Furtado assume uma análise estruturalista do pensamento cepalino, explorando o sistema internacional conforme o eixo Centro-Periferia. Assumiu cargos políticos de representação nacional, como, por exemplo, Ministro da Cultura, e internacional, enquanto Embaixador do Brasil junto à Comunidade Econômica Europeia. Faleceu em 2004 sendo considerado um expoente da literatura acadêmica brasileira e da América Latina sobre história econômica.

Formação Econômica e Política do Brasil

        Na presente obra, Celso Furtado minucia a formação da economia colonial brasileira, e, a partir disto, introduz sua teoria do subdesenvolvimento: o status de dependência que se perpetuou para além da perspectiva econômica no Brasil, tem sua estrutura findada nas bases do colonialismo. Neste sentido, analisou o sistema de colonizações como um fenômeno que cerceia, por essência, a autossuficiência do dominado, no qual este passa a ser mero agente provedor da metrópole. Inferem-se, portanto, desdobramentos em questões sociais, culturais, políticas e ideológicas que afligem países de passado colonial até o momento em que se apliquem, de fato, políticas de rompimento com esta estrutura que usurpa e oprime os países ex-colonizados postos como periféricos na atual dinâmica do sistema internacional.

        Ao longo da sua obra, Celso Furtado exprime sob qual conjuntura econômica e política vivia a Europa e como isso determinou o processo de colonização nas Américas. Durante o século XV, principalmente, observou-se no sistema internacional europeu uma corrida imperial por fixação de colônias. Este contexto pressionou Portugal, portanto, a encontrar meios que fizessem das terras americanas rentáveis para tornar o processo de consolidação da colônia razoavelmente exequível. Seguindo este ímpeto, a metrópole encontrou na exploração agrícola a forma mais viável, tendo em vista as condições materiais e tecnológicas que detinham, para usufruir das terras brasileiras e afirmar sua colonização. A partir disso, começou no Brasil o modelo de ciclos econômicos que visam à exportação e que são subordinados às demandas externas.

        A colonização de povoamento na América do norte, entretanto, passou por outro processo, uma vez que naquelas terras não havia muito a se explorar de diferente ao que já conheciam na Europa, em questão de recursos naturais (salvo casos como da exploração do Açúcar nas Antilhas). Com isso, foi possível para as Antilhas um modelo econômico que se importasse com as demandas internas de seu território, algo que, com o desenrolar de seu processo de formação econômica, fez deste território um lugar muito mais autossuficiente e independente do que os países do Sul. O modelo de pequenas propriedades foi, por exemplo, preponderante no desenvolvimento mais “homogêneo” da sociedade, onde a renda, portanto, pôde ser mais bem distribuída.

        No Brasil, a estrutura da exploração agrícola interna, concentrada em grandes propriedades e voltadas para o mercado externo, fez necessária a busca por mão de obra que correspondesse às expectativas do produtor que almejava eficiência no trabalho do campo e pouco gasto com seus subordinados. Neste contexto, a mão de obra indígena foi progressivamente substituída pela escrava. Esta última se apresentou muito mais lucrativa para o grande produtor, devido à boa capacidade de trabalho, fácil recrutamento e a criação de um novo mercado, mais capitalizado, que girava em torno da venda e compra de negros africanos.

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