Resumo Parte Celso Furtado
Por: Diego Vartuli • 6/10/2018 • Trabalho acadêmico • 1.468 Palavras (6 Páginas) • 584 Visualizações
Assunto / Tema: Resumo formação econômica do Brasil, quarta parte. |
Referência Bibliográfica: FURTADO, Celso. Economia de transição para o trabalho assalariado. In: Formação econômica do Brasil. 32 ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2005, p. 95-176. |
Resumo O MARANHÃO E A FALSA EUFORIA DO FIM DA ÉPOCA COLONIAL Com a queda do valor das exportações a economia brasileira declina, o comércio açucareiro e passa por dificuldades devido ao valor extremamente baixo do açúcar, a exportações do ouro também está em baixa e passa por dificuldades. Com o aumento populacional a renda per capita atinge o nível mais baixo do período colonial, uma média de 50 dólares. Havia dois pólos econômicos no Brasil colonial: o do açúcar que tinha certa ligação com a pecuária nordestina, e o do ouro, ao qual se ligava mais intensamente o hinterland pecuário sulino, que se estendia de São Paulo ao Rio Grande do Sul. No Norte do país estavam os centros autônomos do Pará e do Maranhão, o Pará se mantinha isolado devido à política econômica extrativista imposta pelos jesuítas, já o Maranhão tinha um caráter periférico pecuário e articulava com a região açucareira. No Final do século XVIII, a crise aurífera afeta todos os setores da economia brasileira colonial e somente na primeira metade do século XIX com a abertura dos portos, a transferência do governo metropolitano e outros fatores circunstanciais (independência dos EUA, revolução francesa, guerra napoleônica e desarticulação do império espanhol na América) reanimam a evolução da política colonial brasileira. PASSIVO COLONIAL, CRISE FINANCEIRA E INSTABILIDADE POLÍTICA Os mesmos acontecimentos que reanimaram a evolução da política colonial brasileira contribuem para prolongar a crise econômica, com a ocupação de Portugal pelos franceses, o entreposto de Lisboa deixa de existir fazendo abrir os portos em 1808, os tratados assinados entre Portugal e Inglaterra em 1810 limitou a autonomia do governo brasileiro até a metade do século XIX e com a abdicação de D. Pedro I, a elite colonial agrícola ascende ao poder. Conflitos e crises são gerados, principalmente em relação à mão de obra escrava/elite dominante brasileira/Inglaterra e também com a produção do açúcar. O café surge como uma nova possibilidade de riqueza. CONFRONTO COM O DESENVOLVIMENTO DOS EUA Devido aos tratados feitos com a Inglaterra, esses acordos provocaram uma forte instabilidade política e econômica no Brasil. A elite brasileira, que era formada por agricultores escravagistas, acreditava na mão de livre do mercado e enquanto os americanos, em sua maioria grandes comerciantes, acreditavam ação estatal em prol da industrialização com “estímulos diretos à s indústrias e não apenas medidas passivas de caráter protecionista”. É através dessas diferenças sobre o gerenciamento da economia que o Brasil não consegue se consolidar industrialmente como os EUA. DECLÍNIO A LONGO PRAZO DO NÍVEL DE RENDA: PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XIX Furtado relaciona os aspectos econômicos brasileiros com as conseqüências da queda da renda per capita, para o autor toda a economia brasileira dependia das exportações dos produtos nacionais, porém o país estava sobrevivendo somente do mercado interno, por causa do déficit na renda per capita, esse mercado interno não conseguia manter e desenvolver industrialmente a nação. GESTAÇÃO DA ECONOMIA CAFEEIRA O café se torna o produto responsável pelo maior valor da exportação brasileira devido a fatores ocorridos na economia nacional e internacional da época, como exemplo o mercado europeu estar abastecido pelo açúcar de beterrabas, o açúcar das Antilhas abastecia a Inglaterra, os EUA com seu próprio açúcar produzido na Louisiana e do açúcar de Cuba. Logo, o açúcar brasileiro não poderia ser mais o “o carro chefe” das exportações, pois não era mais tão rentável. Por ser um país escravagista e não ter dinheiro para aplicar em outra produção que não provenha da terra, o café ganha mais força em sua produção e exportação brasileira. Devido à larga produção e com os altos e baixos da rentabilidade do café surge uma nova classe empresária no Brasil, que já possuíam experiência com comércio, essa nova classe vai estar interligada com a proclamação da república. O PROBLEMA DA MÃO DE OBRA I Oferta interna potencial Furtado compara as relações entre Brasil e EUA e seus escravos, devido aos maus tratos por parte dos brasileiros com os escravos, grande parte dos mesmos já haviam sido dizimados, acarretando na falta de mão de obra escrava. Na Europa pré-capitalista, a migração de grandes massas populacionais para os centros urbanos gera mais mão de obra para a sustentação da economia. Uma das alternativas propostas pela a elite brasileira seria, segundo o autor, a importação de mão de obra asiática em regime de semi-escravidão. O PROBLEMA DA MÃO DE OBRA II A imigração européia A solução definitiva foi incentivar a imigração européia para sanar a escassez da mão de obra. Nos EUA a imigração européia foi de forma autônoma à oferta de mão de obra. O governo imperial propõe arcar com as despesas do translado dos imigrantes e os fazendeiros arcariam com as despesas do primeiro ano, porém causa estranhamento aos imigrantes, pois parece ser uma escravidão disfarçada. O sul da Itália passa por dificuldades financeiras e políticas, facilitando a imigração para o Brasil. O PROBLEMA DA MÃO DE OBRA III Transumância amazônica A recessão da economia amazônica acontece devido a vários fatores: uma região não populosa e a o cacau que não possuía mais uma significação econômica. Por causa da extração da borracha, que estava em alta devido à procura no mercado mundial, houve uma grande migração de nordestinos para a Amazônia. São duas fases da evolução da economia mundial da borracha: solução de emergência e solução definitiva. O PROBLEMA DA MÃO DE OBRA IV Eliminação do trabalho escravo O fim da escravidão, no ponto de vista econômico e social, acarreta para o Brasil diversos problemas, além de ser semelhante a uma reforma agrária e não produzir riquezas favoráveis para a economia nacional. NÍVEL DE RENDA E RITMO DE CRESCIMENTO NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX A economia progride na segunda metade do século XIX devido ao comércio exterior, as exportações dos produtos brasileiros sofrem um aumento espantoso e as importações sofrem uma queda nos preços, alimentado a renda e a economia interna. O FLUXO DE RENDA NA ECONOMIA DE TRABALHO ASSALARIADO O aumento da mão de obra assalariada foi de extrema importância para a economia brasileira da época, muitos deixam a economia de subsistência para se tornarem assalariados, alimentando a criação de um novo modelo de mercado interno, dando uma certa estabilidade na estrutura da economia nacional. A TENDÊNCIA AO DESEQUILÍBRIO EXTERNO Devido à economia internacional ser baseada no ouro e nas reservas nacionais auríferas, o trabalho assalariado e a economia interna não gerava grandes participações e financiamentos no mercado internacional. A DEFESA DO NÍVEL DE EMPREGO E A CONCENTRAÇÃO DA RENDA A mão de obra imigrante permite a expansão da economia cafeeira, porém os salários estavam ligados à produtividade de todo esse sistema econômico do café. Para que houvesse aumento na produtividade física, seja da mão-de-obra,seja da terra, era necessário que o empresário aperfeiçoasse os processos de cultivo ou intensificasse a capitalização, isto é, aplicasse maior quantidade de capital por unidade de terra ou de mão-de-obra. A DESCENTRALIZAÇÃO REPUBLICANA E A FORMAÇÃO DE NOVOS GRUPOS DE PRESSÃO Com o processo de desvalorização cambial, quanto o mercado interno e externo brasileiro passa por dificuldades. A proclamação da República e a desejosa autonomia regional geraram expansão do crédito por meio de bancos regionais aos qual a reforma monetária de 1888 concedeu o poder de emissão o que também colaborou para as depreciações cambiais e mais pressões sobre a classe assalariada, especialmente a urbana provocando crise social e política, caracterizada por levantes militares e intentos revolucionários. O equilíbrio externo é recuperado com a redução do serviço da dívida externa por meio de um empréstimo de consolidação, a introdução da cláusula-ouro na arrecadação do imposto de importação, uma série de medidas de caráter inflacionário e um substancial aumento no valor da s exportações. Assim a s relações de poder entre governo e setor cafeeiro ficam abaladas com a ascensão política de novos grupos sociais. Tem início assim um período de tensões entre os dois níveis de governo (estadual e federal) que se prolongará pelos primeiros decênios do século XX. |
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