Consequências políticas da atuação da FEB na Itália

Consequências políticas da atuação da FEB na Itália

A participação da Força Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra Mundial resultou em diversas consequências de cunho político, econômico e militar para o Brasil. As duas consequências políticas mais relevantes foram a mudança da realidade política doméstica brasileira e seu alinhamento externo com os Estados Unidos. O Brasil passou da posição de país periférico e subdesenvolvido e passou a ocupar posições de destaque nas decisões mundiais, como pode ser percebido pela sua ativa participação na criação da Organização das Nações Unidas (ONU). Além disso, ganhou dimensão estratégica e importância geopolítica continental e mundial.

A participação vitoriosa na Segunda Guerra deu ao povo brasileiro uma perspectiva otimista e lisonjeira, a crença era de que a derrota do nazi-fascismo traria ventos de mudança para o Brasil. Uma nova era de liberdade, progresso e bem-estar social e também a implementação de um governo verdadeiramente democrático, aos moldes americanos. Por sua vez, os soldados da FEB trariam pra o Brasil, além da vitória, os ideais de liberdade e o american way of life, fruto da convivência com os americanos.

A criação da ONU e a incorporação à nivel mundial dos ideais de liberdade e democracia no período pós-guerra inspirou principalmente àqueles que participaram diretamente do conflito. No caso do Brasil, a atuação da FEB na Itália materializou o anseio dos brasileiros por uma nova realidade política no país. Dessa forma, as vitórias brasileiras nos campos de batalha italianos resultaram em tranformações políticas para o Brasil, contribuindo para o restabelecimento da liberdade de impresa, para a integração nacional e pela completa eliminação das minorias nazi-fascistas.

Assim, a defesa desses ideais democráticos também contribuiu para a queda da ditadura de Vargas e pela retomada da democracia. Em fevereiro de 1945, Vargas anunciou a convocação de novas eleições gerais, a liberdade para os partidos e a restauração das normas democráticas do país. A partir de uma nova Assembléia Constituinte, foi elaborada a Constituição democrática de 1946, o que significou o retorno ao estado de direito.

O processo de redemocratição brasileira foi bastante influênciado pelo interesses americanos, que se preocupavam menos com a manutenção de padrões políticos não democráticos e mais com uma possível aliança Vargas-Perón, o que poderia resultar facilmente a posições políticas anti-EUA. Nesse sentido, o alinhamento político do Brasil com os EUA foi uma das principais consequências políticas da atuação do Brasil na Segunda Guerra.

Encorajados pela grande importância estratégica dada ao Brasil durante a guerra, os planejadores brasileiros esperavam que um alinhamento com os Estados Unidos resultasse em uma série de vantagens especiais para o Brasil. A mais importante seria uma posição militar única na América do Sul e a consideração política correspondente que tal posição lhe daria. A segunda vantagem seria uma participação clara em diálogos sobre a paz e o estabelecimento da nova ordem internacional pós-guerra.

Após a queda de Vargas em outubro de 1945, um governo provisório, dirigido por José Linhares conduziu o Brasil até janeiro de 1946. Eleições gerais foram realizadas em dezembro de 1945 e representantes a uma nova Assembleia Constituinte e um novo presidente foram escolhidos. O general Eurico