Desafio Profissional
Dissertações: Desafio Profissional. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: tamidpc • 10/10/2014 • 828 Palavras (4 Páginas) • 284 Visualizações
Em outro momento histórico, no mundo moderno, a idéia era a
de que a escola teria que dar conta do conhecimento de maneira
objetiva. Nessa época, a escola deixava de ser domínio apenas dos
religiosos e era orientada pela difusão dos valores iluministas3. Assim
como a produção do conhecimento científico que se desenvolvia
no final do século XIX e início do século XX, com base nos princípios
do positivismo, a escola também não escapava do rigor da ciência.
Nos manuais destinados aos professores, eram valorizados os conteúdos
que podiam ser avaliados de maneira objetiva. Assim, a avaliação
passou a fazer parte, mais sistematicamente, da cultura escolar.
Ballester et al. (2003), refletindo sobre tal questão, destacam
que, naquela época, a avaliação consistia quase que exclusivamente
em medir os resultados finais de aprendizagem. Desse modo, podemos
dizer que, na cultura escolar, era dada maior importância à certificação
das aprendizagens e à seleção dos estudantes do que à análise
e à busca de soluções para os problemas de aprendizagem. A esse
respeito, Depresbiteris (1997) também salienta que as pesquisas sobre
a avaliação, que se multiplicaram nessa época, eram voltadas, na
maioria das vezes, para uma concepção de ensino que resultava em
um interesse exacerbado na nota, na seleção e exclusão, sem que
houvesse uma reflexão que favorecesse mudanças e melhorias na
prática pedagógica e na própria avaliação.
Já em meados do século passado, algumas mudanças começaram
a ser introduzidas no campo educacional. Os educadores deixaram de
se preocupar apenas com a medição objetiva do rendimento escolar,
passando a refletir sobre os objetivos educacionais e a julgar se tais
objetivos estavam sendo atingidos.
A partir de tais mudanças, observamos, atualmente, em discursos
de educadores, uma tendência a valorizar uma avaliação mais
3 Os valores iluministas referem-se ao período do pensamento europeu caracterizado
pela ênfase na experiência e na razão, pela desconfiança em relação à
religião e pelo ideal de sociedade liberal, democrática e secular. Esses valores
influenciaram muitas sociedades, que passaram a ver na educação laica e democrática
o caminho para o desenvolvimento social.
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formativa4. Nessa perspectiva, a avaliação é pensada como estratégia
para regular e adaptar a prática pedagógica às necessidades dos
alunos, mais do que propriamente medir os seus resultados finais.
Ballester et al. (2003, p.18) afirmam que, com base em uma concepção
construtivista de ensino, “dá-se prioridade à análise das tarefas
que realizarão os estudantes, determina-se sua estrutura, sua complexidade,
seu grau de dificuldade, assim como os pré-requisitos,
ou conhecimentos já adquiridos, necessários para assimilar novas
aprendizagens”.
Dentro dessa perspectiva, propõe-se que a avaliação seja um eixo
central de qualquer proposta pedagógica e que seja pensada a partir de
suas múltiplas finalidades. Precisamos, então, reconhecer que:
avaliamos em diferentes momentos, com diferentes finalidades.
Avaliamos para identificar os conhecimentos prévios
dos alunos e trabalhar a partir deles; avaliamos para conhecer
as dificuldades dos alunos e, assim, planejar atividades adequadas
para ajudá-los a superá-las; avaliamos para verificar
se eles aprenderam o que nós já ensinamos e, assim, decidir se
precisamos retomar os conceitos trabalhados naquele momento;
avaliamos para verificar se os alunos estão em condições de
progredir para um nível escolar mais avançado; avaliamos para
verificar se nossas estratégias de ensino estão dando certo ou
se precisamos modificá-las. (LEAL, 2003, p. 30)
Dentre tais finalidades, consideramos fundamental destacar que
a avaliação das nossas próprias estratégias
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