História das Relações Internacionais I
Por: porrabeka_ • 2/3/2018 • Resenha • 1.134 Palavras (5 Páginas) • 190 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS
Faculdade de Relações Internacionais
História das Relações Internacionais I
Docente: João Urt
Discente: Rebeca Pereira Leguizamon
Resumo: A síntese aborda o eurocentrismo, com os conceitos dos autores: Dussel Enrique, Barbosa Muryatan, Zevallos Enrique Amayo e Carr Edward. O eurocentrismo é a visão que coloca a europa como o centro da história Mundial e elemento fundamental para a modernidade.
De inicio é importante discorrer a cerca do conceito do Eurocentrismo. É uma expressão que tem como finalidade emitir a ideia de que a Europa, tanto em seus padrões, quanto em sociedade moderna, é um elemento fundamental. Este conceito se popularizou na sociedade atual, e refere-se a uma falsa superioridade Europeia. Essa visão eurocêntrica inclui âmbitos econômicos-sociais, culturais, religiosos, raciais, entre outros. Este conceito surgiu no século XV, com o início do colonialismo e se difundiu a partir do século XIX, com os ideais do Evolucionismo e do Positivismo.
Dussel afirma que o que conhecemos hoje como “Europa Moderna” teve seu início no século XVIII, e vem de origens semitas, diferente da Europa definitiva. A Europa antiga advém de muitos outros povos, que eram considerados “bárbaros”, porém não é retratada como uma invenção ideológica, que se perpetuou durante séculos. Traz um conceito de um ser humano desenvolvido, superior.
Modernidade ou massacre
Neste ponto o autor discorre sobre dois conceitos de “modernidade”. O primeiro ocorre na Europa, no século XVIII. Trata-se de um conceito eurocêntrico, provinciano, regional. A modernidade é uma saída que como moeda de troca abre mão da imaturidade por um esforço da razão como processo crítico. Em um contexto mundial, a segunda visão da Modernidade, é sua determinação em ser o “centro” da História Mundial, ou seja, até então (1492) não houve História.
A “modernidade” se divide em duas fases. A primeira, em um contexto mundial, se deu início com o mercantilismo, no século XII. A segunda com a Revolução Industrial no século XVIII. O mercantilismo teve início com a vitória da Espanha sobre os turcos, após 25 anos acumulando riquezas advindas das minas de prata de Potozi e Zatecas. A Europa Latina é fundamental para a modernidade, porque utiliza de fenômenos intra-europeus como ponto de partida. Os demais efeitos causados (a subjetividade constituinte, a propriedade privada, a liberdade contratual e etc.) giram ao redor dela. Com as portas da modernidade abertas, Inglaterra e França continuarão pelo caminho.
A segunda fase da continuidade ao horizonte que se iniciou no século XV, quando a Inglaterra substitui a Espanha como potencia hegemônica, assumindo o controle da Europa Moderna e a História Mundial. A partir disso passa a constituir todas as outras culturas como sua “periferia”.
A América Latina teve participação como primeira “periferia” da Europa moderna. Experimento que mais tarde também chegaria na Ásia e na África. Ao ponto de vista do pensamento eurocêntrico, enxergar outros povos sem alteridade, corresponde a enxerga-los como apenas “outros”. O que mais tarde foi justificativa para o uso da violência. A razão do outro já não importa e não é reconhecida, o que da origem ao conceito do irracionalismo nas culturas não-europeias.
A despeito da racionalidade e irracionalidade europeia o autor aponta que o ego cogito moderno europeu, primeiramente impôs sua vontade de poder sobre o índio americano, depois as demais culturas. Devido a sua capacidade armamentista, riquezas acumuladas, conhecimento e experiência, a cultura da Espanha era superior às demais.
Dussel questiona o núcleo racional da modernidade. O pretendido europeu era a “saída” da humanidade de um estado de imaturidade regional, provinciana, não planetária. Por outro lado há um processo irracional que se oculta, pois a modernidade se tornou um argumento mitíco para o uso da violência.
A conquista e destruição da América pré-colombiana foi um acontecimento “inevitável” do choque entre dois mundos diferentes. Apesar de ser uma fatalidade, foi o resultado natural (de um ponto de vista eurocêntrico) do processo histórico. A dominação do superior, em quesito de formação técnica e institucionalmente (Espanha), sobre o inferior (indígenas). O autor Zevallos considera este tipo de raciocínio algo natural do eurocentrismo, pois para essa visão, as diferenças ou especificidades dos “outros” são postas de lado. Assume-se a atitude conhecida como arrogância, que posta ao lado da superiodade, são elementos chave do racismo e base para o eurocentrismo.
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