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INSTITUTO DE HUMANIDADES E SAÚDE

Por:   •  9/1/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.774 Palavras (12 Páginas)  •  307 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE RIO DAS OSTRAS

INSTITUTO DE HUMANIDADES E SAÚDE

DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA DOCENTE IACÃ MACHADO

SEMINÁRIO DE PSICOLOGIA DOS GRUPOS AL-QAEDA – GRUPO ISLÂMICO JIHADISTA

LETÍCIA FREITAS DE CARVALHO

RIO DAS OSTRAS, 21 DE DEZEMBRO DE 2016

A escolha deste tema foi feita na tentativa de exposição do grupo Jihadista radical denominado Al-Qaeda, mundialmente conhecida pelas faraônicas ações terroristas. A intenção aqui não é de apoio ou admiração a esse grupo, seus feitos e efeitos, mas, a partir da leitura de sérios artigos, da bibliografia utilizada neste curso, traçar uma breve  exposição estrutural do grupo através da historicidade dessa cultura.

O que é Jihad?

Com significado atual religioso, o jihad é considerado, segundo seus praticantes, uma luta contra as tentações ou a defesa da moralidade – comandar o bem e proibir o mal. A noção de jihad desenvolvida pelos juristas islâmicos é de “guerra com significado espiritual” (CHEREM, 2009). Segundo o Alcorão, compreendendo o supremo sacrifício pessoal para elevar a palavra de Alá. Para os mulçumanos, a Jihad tem dois papéis fundamentais, um ofensivo, quando o inimigo é atacado em seu próprio território e outro defensivo, para expulsar um inimigo que tenha invadido a terra do islã, sendo este último, segundo o próprio Alcorão, um dever para todo mulçumano.

É uma concepção de guerra, não o fato em si de haver guerra. O seu objetivo primordial é engrandecer o nome de Deus, com luta ou esforço, o empenho de um indivíduo para o seu próprio bem ou para o bem coletivo – a pregação ou, em última instância, a luta armada.  

Faz-se necessário aqui salientar que esse engrandecimento não é obrigatoriamente vitória na guerra. Das duas coisas uma: ou o guerreiro morre e recebe uma recompensa no paraíso, ou ele vence e ganha o BOTIM***. Ou Deus vence no coletivo e material (vitória e conquista), ou vence no individual e espiritual (ascensão ao paraíso). A ascensão ao paraíso significa um contrabalanço do que se ganharia na vitória terrena: só há vitória, a morte não é significado de perda, mas sim, de ganho. Além disso a morte de uns pode parecer necessária para a vitória da coletividade, e o que ele ganha no céu compensa o que ele ganharia na terra. É por isso que, nas descrições do paraíso, em imagens vívidas, suntuosas e exuberantes, os mártires tem um lugar especial.  

Entretanto, em seus primórdios, a característica principal era de universalidade da mensagem islâmica para a universalidade política, mas não religiosa. A religião foi usada para validar o domínio de um único povo e não para unir a humanidade numa única verdade acima de divisões étnicas e políticas. O jihad, como era entendido pelo grosso dos árabes tribais, era imperialismo árabe sob o comando de Deus. As conversões que aconteciam implicavam na submissão política e na inserção da sociedade árabe, tornando-se extrema no caso dos árabes politeístas (politeísmo é abominável para os jihadistas) que foram obrigados a escolher entre o islã e a morte (situação ocorrida atualmente).  

 

Origem do Jihad

No sentido original de jihad, nos primeiro séculos da era islâmica, era efetivamente o “imperialismo sob o comando de Deus”, como já citado acima, e esse sentido só mudou no século IX, quando as fronteiras do mundo islâmico já estavam estabelecidas, e as conquistas das regiões centrais do império islâmico já estavam consolidadas; como um instrumento através do domínio político, transformou a religião islâmica em majoritária.  

A mudança da dinastia árabe para a dinastia abássida representa uma mudança, com a conversão de uma parcela significativa da população e a ascensão significativa de convertidos de outras etnias aos altos escalões do poder e à elite intelectual e política. É nesse momento que se definem e cristalizam as doutrinas religiosas do islã, e foi também nesse tempo que a doutrina jihad se desenvolveu, tal como é conhecida atualmente, por meio das escolas jurídicas islâmicas. É também pivô do surgimento da interpretação do jihad como luta espiritual.

A estrutura do poder estava profundamente imbricada com as instituições religiosas, a preservação e livre pregação da mensagem islâmica, bem como a própria sobrevivência da comunidade religiosa islâmica, implicavam num esforço (literalmente: jihad) ao mesmo tempo político, militar e religioso.

É durante os séculos XIX e XX que intelectuais islâmicos enfatizaram o sentido espiritual ou defensivo do jihad tentando minimizar seu componente ofensivo, reinterpretando a história para responder à acusação de que o islã é uma religião que prega a violência e a intolerância.

O movimento jihadista encontra-se espalhado através das nações muçulmanas, tendo maior força nos estados mais frágeis, em colapso ou dependentes do estrangeiro, especialmente em jovens descontentes.  

 

 

 

A Al-Qaeda

A Al-Qaeda é, sem dúvida alguma, um grupo inédito no cenário do terrorismo internacional. De fato, sua estrutura, liderança e ideologia conferiram um novo significado para o fenômeno do terror, levando o terrorismo além de uma técnica de protesto e resistência transformando-o num instrumento global para competir e desafiar a influência ocidental no mundo mulçumano. Nenhuma outra organização terrorista causou tamanha destruição, espalhou o medo generalizado e principalmente influenciou de forma significativa o processo político das grandes potências ocidental como fez seu principal líder – Osama Bin Laden – e seus seguidores.  

As origens do grupo podem ser traçadas a partir da invasão soviética ao Afeganistão, na qual vários não-afegãos, lutadores árabes se uniram ao movimento anti-russo formado pelos Estados Unidos e Paquistão. Osama bin Laden, membro de uma abastada e proeminente família árabe-saudita, liderou um grupo informal que se tornou uma grande agência de levantamento de fundos e recrutamento para a causa afegã. Esse grupo canalizou combatentes islâmicos para o conflito, distribuiu dinheiro e forneceu logística e recursos, para as forças de guerra e para os refugiados afegãos.

Depois da retirada soviética do Afeganistão em 1989, vários veteranos da guerra desejaram lutar novamente pelas causas islâmicas. A Al-Qaeda era fortemente contra o regime de Saddam Hussein, que era acusado pelos fundamentalistas muçulmanos de ter tornado o Iraque um Estado laico. Bin Laden ofereceu os serviços dos seus combatentes ao trono saudita, mas a presença de forças "infiéis" em território islâmico sagrado - era uma luta entre islâmicos - foi visto por Bin Laden como um ato de traição. Então, decidiu opôr-se aos Estados Unidos e aos seus aliados. A Al-Qaeda considerou os Estados Unidos como opressivos contra os muçulmanos, citando o apoio estado-unidense à Israel nos conflitos entre palestinos e israelitas, a presença militar estado-unidense em vários países islâmicos (particularmente Arábia Saudita) e posteriormente a invasão e ocupação do Iraque em 2003.

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