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Integração Regional Brasil e Índia

Por:   •  29/4/2017  •  Artigo  •  5.194 Palavras (21 Páginas)  •  264 Visualizações

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Universidade Federal de Uberlândia

Instituto de Economia

Graduação em Relações Internacionais

O SENTIDO DA INTEGRAÇÃO REGIONAL PARA AS POLÍTICAS EXTERNAS DE BRASIL E ÍNDIA

GABRIELLA LENZA CREMA

Artigo acadêmico entregue no dia 4 de outubro de 2016, apresentado na VIII Semana Acadêmica de Relações Internacionais da Universidade Federal de Uberlândia.

        

Uberlândia

2016

Resumo

Verificando a trama de socialização internacional depreendida à uma nação, nota-se que por uma precedência espacial e temporal do regionalismo, há um molde em que arranjos regionais interferem no modo como a comunidade internacional enxerga uma nação.  Neste sentido, examinar o arranjo regional como propulsor de uma influência nacional em âmbito mundial e consequências possíveis, que ele estimula, sobre o delineamento da distribuição de poder global, demanda uma avaliação teórica de aspectos que determinam as diretrizes de uma associação regional. É neste contexto que Brasil e Índia fornecerão padrões para sustentar tal argumento devido a seus posicionamentos em seus respectivos blocos econômicos (Mercosul e SAARC) e a estrutura histórica de seus métodos políticos e econômicos, além de comportamentos diplomáticos autonomistas e destinados à melhor inserção internacional que tais nações têm apresentado nas últimas décadas. Tais comportamentos podem ser observados, no caso do Brasil, no envolvimento do país nas evoluções estruturais dos principais projetos integracionistas do subcontinente e em sua atuação assertiva em regimes e fóruns multilaterais desde a presidência Fernando H. Cardoso. No caso da Índia, isso se verifica em suas ações para resolução de conflitos regionais e em empreendimentos para arrecadação de recursos energéticos com vias ao desenvolvimento.

Palavras-Chave: Regionalismo, Saarc, Mercosul, Política Externa Brasileira, Política Externa Indiana

Key-Words: Regionalism, Saarc, Mercosul, Brazilian Foreing Policy, Indian Foreing Policy

Palabras clave: Regionalismo, Saarc, Mercosur, Politica Exterior Brasilenã, Politica Exterior de la India

Mots-clés: Régionalisme, Saarc, Mercosul, Politique Étrangère Brésilienne, La Politique Étrangère Indienne

1. Introdução

O fim da década de 90 foi palco da formalização de diversas transformações como o surgimento de ligações de natureza regional. Isto está conectado ao fato de que, como mostrou Senhoras (2015), a globalização enfraqueceu as bases conceituais hegemônicas e também as bases políticas e institucionais das representações espaciais anteriores, de forma que estudos do sistema internacional passaram a fazer uso de dimensões internacionais mais abrangentes do que o conceito de “Estado”. Tais dimensões, tidas como novos “centros de poder” compreendem desde espaços plurilaterais que visam articular acordos de interesse comum, à cooperação e integração regional.

Na mesma medida, para Sanahuja (2016) este cenário de globalização configurou um processo no qual se desenrolava a ascensão de nações do hemisfério sul e a crescente influência de potências emergentes na dinâmica de funcionamento do sistema global (nações detentores de taxas de crescimento econômico favoráveis e outras características socioeconômicas que os distinguem das demais economias periféricas). Tal processo teria sinalizado para novas constelações de poder e riqueza, as quais colocaram em risco as hierarquias e equilíbrios antes existentes.

Diante disso, para diversos países, as últimas décadas têm sido cenário de busca incessante por uma melhor inserção internacional, a qual seja capaz de posicioná-las de forma mais assertiva no mercado mundial, e nas decisões de caráter global. Neste contexto, este trabalho parte da hipótese de que na tentativa de alcance de uma melhor posição na hierarquia de poder mundial, países como Brasil e Índia passaram a comprometer suas prioridades de política externa a um fortalecimento de seus vínculos regionais, bem como da integração regional.

É considerável analisar que, como mostrou Carranza (2014) tais países, detentores de características que podem favorecer suas projeções internacionais (como população e território extensos), possuem históricos político-econômicos convergentes em determinadas fases de seus percursos contemporâneos, sempre demonstraram anseio de pertencerem ao clube de grandes potências mundiais e adquirirem assentos permanentes no Conselho de Segurança da ONU.

Baseado nesta conjuntura, o presente trabalho visou refletir sobre a influência exercida pelo Brasil dentro da integração regional Sul-Americana e pela Índia no subcontinente asiático. Para isto, foi feito uma exposição mais aprofundada acerca do conceito de regionalismo, buscando, deste modo, a compreensão das raízes e diretrizes do conceito, afim de delinear as possíveis consequências por ele desencadeadas sobre as dimensões políticas e econômicas de um país.

Com o mesmo intuito, afim de investigar fatores de conexão entre a projeção mundial de um país às suas artimanhas políticas de caráter regional, uma dissertação acerca das principais medidas históricas da política externa de Brasil e Índia direcionadas à integração regional foi articulada, bem como uma exposição acerca do panorama geral resultante das investidas para um protagonismo brasileiro dentro da América do Sul e indiano no Sul e Sudeste Asiático no SAARC.

2. DISCUSSÃO E RESULTADOS

2.1 Conceituando Regionalismo e Integração Regional

        Para Hurrell (2005), o regionalismo compreende uma ampla gama de processos, como a regionalização econômica, a criação de laços societais regionais, o engenho da identidade regional, a formação de instituições regionais inter-estatais e a promoção estatal da integração regional.

Fishlow e Haggard (1992), argumentam que o conceito de regionalismo pode designar um processo econômico em que os fluxos de comércio e investimento intra-região se ampliam em maior velocidade em relação aos fluxos desta região com o restante do mundo, complementarmente, o regionalismo também se aplicaria à formação de grupos ou blocos políticos que buscam reduzir barreiras intra-regionais para dinamizar os fluxos de comércio e investimento.

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