Manifestações No Brasil
Monografias: Manifestações No Brasil. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: cherier • 20/3/2015 • 2.235 Palavras (9 Páginas) • 300 Visualizações
Introdução
Em junho de 2013, milhares de jovens foram para as ruas protestar contra o aumento do transporte público que, segundo afirmaram, era uma ofensa ao trabalhador e aos universitários que utilizam o transporte público. Com muitos cartazes e ideais para serem defendidos, diversos jovens foram às ruas lutar pelos seus direitos e pela diminuição dos 0,20 centavos a mais impostos pelo governo de São Paulo. Porém, justificados como ato de vandalismo, a mídia se mostra claramente contra as manifestações e hostiliza luta dos manifestantes.
Mas, talvez o que ninguém esperava era que os protestos tomariam proporções muito grandes justamente por causa da realidade mostrada na internet e nas mídias sociais a respeito do que acontecia durante as manifestações. Foi através dessa realidade que questionamentos a respeito da credibilidade dos veículos tradicionais de comunicação.
Neste trabalho, abordaremos a questão da credibilidade, transparência e manipulação dos programas de TV aberta, que muitas das vezes não mostram os dois lados da história. Também desvendamos o porquê que a internet se tornou a principal aliada do público para descobrir o que acontecia em tempo real durante as manifestações e como isso afeta a relação do jornalismo impresso com a nova era digital do jornalismo.
Os fatos
Os protestos do Brasil em 2013 tiveram início desde o meio de junho, causando perplexidade entre as autoridades dos Estados e Municípios. A sociedade entrou em um estado de transcendência e começou a questionar irregularidades que o governo andava impondo e incorporando no país.
Segundo Maria Emilia Prado, que publicou um artigo no Observatório da Imprensa, em 25 de junho de 2013 , “Os jovens, convocados por redes sociais, como ocorreu na primavera árabe ou nos protestos nos Estados Unidos e na Europa, saíram às ruas de São Paulo por causa de 20 centavos. Tudo parecia sem sentido. Essa imensa manifestação ocorrendo no país da apatia. Assiste-se, então, à busca de sentido”.
A isenção dos fatos nas coberturas dos protestos ficou clara diante ao público da grande mídia, que, segundo a Maria Prado, a imprensa só mudou a sua atitude em relação à cobertura das manifestações “apenas quando os próprios jornalistas, fotógrafos, cinegrafistas começaram a ser atingidos pela violência policial é que o tom mudou”.
Mesmo que a grande mídia tenha tentado buscar a imparcialidade logo depois, já era tarde: parte do seu público, agora, confia nas mídias alternativas online. Cartazes com frases de efeito contra os meios de comunicação de massa eram algo muito visível pelas ruas.
O modo como é feito o jornalismo mostrou que é necessário haver mudanças para a sua melhoria. Diante dos fatos ocorridos, as mídias tradicionais veem perdendo a sua credibilidade por moldar tanto o jornalismo, como explica Carlos Castilho no Observatório da Imprensa , “enquanto a televisão dos estudantes transmitia emoção e participação, a Globo, Record e Bandeirantes oscilavam entre a preocupação com a assepsia informativa e o proselitismo escancarado”. Apesar da falta de estrutura dos meios alternativos, eles ganharam seu espaço por transmitir os fatos com uma maior veracidade, dando uma maior confiança ao seu público, cuja maioria é jovem.
Os meios alternativos de comunicação procuram com o público uma forma mais democrática de fazer notícia, que “diferente da divisão de trabalho típica do padrão jornalístico em que somente o jornalista vai para a rua (quando vai), no caso dos pequenos grupos os próprios editores, que também são repórteres, vão para o “front” e têm um outro olhar sobre os acontecimentos”.
Nas manifestações ficou claro que o desejo de todos não era apenas uma transparência política, e sim uma transparência geral da mídia e que a falta de isenção nas matérias publicadas não passem despercebidas.
As análises
Em um artigo publicado no Observatório da Imprensa, no dia 07 de setembro de 2013 , os principais jornais impressos do país anunciaram em seus respectivos veículos, números de indivíduos que haviam se deslocado moradias, para se mobilizarem em manifestações na Capital Federal e reivindicar seus diretos perante o governo.
As informações que foram devidamente transmitidas nos cadernos de notícia, O Globo, Correio Braziliense, Folha de S. Paulo e Estadão, haviam sido julgados por falta de objetividade, pois manuseavam referências equivocadas, para uma sociedade que é, perante a lei, apta a ter o direito à informação.
Para Samuel Lima, estudante da Faculdade de Comunicação da UnB e autor dessa publicação, o desencontro das informações que cada transmissor teve em seus textos foram fatalmente explícitos. Ele diz:
Quanta gente foi protestar? Para O Globo, o mais otimista e totalmente “fora da curva”, em Brasília 40 mil pessoas foram às ruas (certamente, o editor de Política não conversou com correspondentes e nem acompanhou imagens da afiliada da Globo, no DF); o Correio Braziliense foi mais comedido e contou apenas 1 mil manifestantes; na Folha, apenas 250 manifestantes (número da emissora local da Globo, reafirmado no DF-TV, telejornal das 19h); o Estadão não estima esse dado e diz apenas que o número de policiais mobilizados (4 mil) era muito superior aos manifestantes. No portal G1 (Globo.com), na véspera, esse número foi de 1.300 militantes. Qual seria o número correto?
De acordo com Bruno Marinoni, que publicou um artigo no Observatório do Direito à Comunicação, “entre os cartazes, era possível encontrar pedidos de mais democracia na mídia ou afirmações de que a Globo não faria o povo de bobo [...]”. Fato que transmite que milhares de cidadãos reconhecem o descompromisso da mídia perante a veracidade da informação.
Devido a Cibercultura , a sociedade está colocada à frente de um jornalismo novo, onde consegue desfrutar de sua independência intelectual, porém é importante que o noticiário sempre se revitalize, para evitar a decadência. Cabe ao jornalismo, saber selecionar uma notícia, apurá-la e construí-la com métodos que garantem um mundo democrático, que não se baseie em falsos testemunhos e manipulações de pesquisa:
[...] os cidadãos têm o direito à informação (garantido em todo o mundo democrático, sobretudo desde a Declaração Universal dos Direitos do Homem, de 1948) [...] Por isso a imprensa precisa ser forte, independente e atuante. [...] Quando o poder age no sentido de subtrair o cidadão a informação que lhe é devida, está corroendo as bases do exercício do jornalismo ético, que é
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