O Círculo dos Sentimentos Humanos
Por: Vitoria Nemer • 10/5/2021 • Trabalho acadêmico • 993 Palavras (4 Páginas) • 316 Visualizações
O Círculo dos Sentimentos Humanos
No capítulo 9 do livro O Crisântemo e A Espada de Ruth Benedict, a autora apresenta diversos costumes da cultura japonesa e os compara com a cultura ocidental. Seu objetivo é apresentar o “circulo dos sentimentos humanos” (nome dado ao capitulo) e como estes são tratados pela cultura japonesa.
A primeira característica apresentada é a separação dos “sentimentos humanos” dos “assuntos sérios da vida”. Neste sentido, os “sentimentos humanos” seriam o sentimento de prazer que todos os seres humanos estão propensos a sentir e os “assuntos sérios da vida” são os deveres que todos os homens têm de enfrentar.
Logo a seguir, a autora, de forma coerente e bem explicativa, apresenta o primeiro prazer que os japoneses se permitem desfrutar: o banho quente. Este é apreciado por todos igualmente, não havendo distinção de classes. O banho quente é feito em banheiras feitas de barrica de madeira aquecidas por carvão a 110 Fahrenheit ou mais. O costume consiste em lavar e enxaguar – se antes de entrar na banheira, em seguida ao entrar manter – se em posição fetal com a água até a altura do queixo. A cultura japonesa descreve este prazer como uma arte passível de deleite e dizem que o quanto mais velho, melhor será esta sensação.
Em contrate com o banho quente, Benedict disserta sobre outro costume pouco e conhecido, porém bem interessante, o “enrijecer – se”. Este consta de uma rotina de duchas frias que mudavam de finalidade de acordo com quem a tomava. Os que aspiravam por poderes especiais ou para tornarem – se sacerdotes, tomavam as duchas antes de dormir e novamente as duas da madrugada, horário que “os deuses se banhavam”. As pessoas que ansiavam por aprender um instrumento musical ou preparar – se para uma longa carreira banhavam – se ao despertar, ao meio – dia e ao entardecer.
Já o banho para o ocidente, não é vista como uma arte, algo a se apreciar, é visto apenas como forma de se limpar após um dia.
Mais um costume pouco conhecido, a autora fala sobre a forma como os japoneses tratam o sono. Assim como o banho quente, o sono é visto como uma arte a se deleitar. Durante o sono, dormem de forma inteiramente relaxados e em qualquer posição e circunstância. Entregam – se a este de bom grado, apenas por gostar de faze – lo, fato que a autora deixa claro ao comparar a maneira como o ocidente trata o sono. Em contra ponto a arte do sono, os japoneses não hesitam em sacrificar alta prazeroso ato quando necessário. Em treinamentos do exercito ou um estudante que está próximo aos exames, privam – se deste sem qualquer reclamação.
Além da visão japonesa, é trazida a visão do ocidente sobre tal situação. Os americanos, exemplo utilizado por Benedict, vê o sono apenas como forma de recuperar as energias para o dia seguinte, sempre contando quantas horas de sono teve em dada noite.
Vista como forma de lazer e diversão, a autora traz de maneira bem explicativa o ato de comer na cultura japonesa. Comer mostra – se um ato contraditório, onde como forma de lazer come – se devagar, apreciando a comida tanto pelo aspecto como pelo sabor. Já como um ato de importância, onde é necessário para conservar a vida, como – se o mais depressa possível. Nesta segunda maneira, as crianças, em especial os meninos, são ensinados desde pequenos a comer de forma mais breve possível. Fora da sociedade, nos mosteiros budistas, comer é visto apenas como uma necessidade, não como um prazer e a privação involuntária de comida constitui um teste, uma forma de abnegação.
Na questão do amor romântico, outro “sentimento humano”, a autora acaba dividindo o seu pensamento de forma abrupta, começando na pagina 156 e depois o continuando na pagina 163, após abordar assuntos divergentes, que não acrescentam ao assunto antes abordado, o amor romântico.
O amor romântico se equipara com o ocidente desta vez. Assim como era a literatura francesa, nas novelas japonesas o casal é sempre casado e os suicídios duplos por amor são os temas favoritos a serem escritos. O amor romântico raramente possui um final feliz, o casal aceita o fato de que o pagamento do on implica em sacrificar os desejos e os prazeres pessoais. Ao final das novelas, as platéias populares japonesas assistem em lágrimas o protagonista chegar ao seu fim trágico e a adorável heroína ser assassinada devido a um giro da roda da fortuna.
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