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O Que Aconteceu Com A Economia Dos Brics?

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Por:   •  2/12/2014  •  1.621 Palavras (7 Páginas)  •  281 Visualizações

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Em 2001, os Brics foram considerados países que poderiam remodelar a economia mundial.

Brasil, Rússia, Índia e China -na época o grupo não incluia a África do Sul- foram identificados como economias grandes e de crescimento rápido que teriam papeis globais cada vez mais influentes no futuro.

Mas a desaceleração econômica pela qual o Braisl está passando se repete em todo o grupo. O que aconteceu com estas economias?

Leia mais: País sai de recessão técnica, mas ritmo de recuperação decepciona

Hoje, China e Rússia são possivelmente as mais preocupantes para o resto do mundo no curto prazo. Podem provocar uma reformulação séria e bastante indesejável.

No caso da China, há o risco de a desaceleração econômica se transformar em algo mais prejudicial para a economia mundial. Com a Rússia, há a possível consequência econômica do conflito na Ucrânia.

A desaceleração da China aconteceria mais cedo ou mais tarde. Na verdade, é notável que não tenha vindo antes.

A China tem registrado taxas extraordinárias de crescimento econômico há muito tempo - uma média de 10% ao ano nas últimas três décadas.

Mas este crescimento é baseado em taxas muito elevadas de investimento, atualmente em 48% da renda nacional ou PIB.

Credito: BBC

Brasil e Rússia dependem em parte de exportação de commodities

Quando o investimento é alto assim, há sempre o risco de que muitos projetos acabem sendo um desperdício ou não rentáveis, minando as finanças dos próprios investidores e de qualquer pessoa que tenha emprestado dinheiro a eles.

Poucos países têm taxas de investimento mais altas do que as chinesas -e nenhum deles têm muito a ensinar para a China. São eles Butão, Guiné Equatorial, Mongólia e Moçambique.

Outro fator que ajuda a entender o crescimento chinês é a exportação.

Mas não é possível depender disso atualmente, quando o resto do mundo ainda luta para se recuperar da crise financeira.

Transição chinesa

O que o governo chinês quer fazer é avançar no sentido de um crescimento econômico um pouco mais lento e mais influenciado por venda de bens e serviços para os consumidores chineses.

A desaceleração está acontecendo. Já nesta década, a taxa média de crescimento caiu em mais de dois pontos percentuais.

O homem que inventou o termo "Brics", Jim O'Neill, então da Goldman Sachs, acredita que a transição pode ser gerida sem muita turbulência.

Outros são mais cautelosos.

O professor Kenneth Rogoff, da Universidade de Harvard, diz que a desaceleração da China é ao mesmo tempo inevitável e desejável, mas adverte: "Não é fácil conter o crescimento gradualmente sem provocar problemas generalizados de projetos de investimentos ambiciosos."

Ele diz que, se o crescimento chinês entrar em colapso, a queda global poderia ser muito pior que a causada por uma recessão normal nos EUA.

Já a Rússia é uma história diferente.

Seu impacto econômico potencial sobre o resto do mundo em um futuro próximo está altamente relacionado com questões políticas.

O conflito na Ucrânia já prejudicou a Rússia economicamente.

As sanções impostas pelo Ocidente e o receio entre os investidores de que elas possam aumentar agravaram uma desaceleração que ocorreria de qualquer maneira.

O país já perdeu US$ 85 bilhões este ano, de acordo com dados do Banco Central.

A Rússia é muitas vezes criticada por ter um ambiente de negócios difícil, devido à burocracia e incertezas sobre o sistema legal.

O FMI já falou disso antes, e Jim O'Neill também afirma que a Rússia precisa de normas confiáveis de direito empresarial.

Os problemas da Rússia já tiveram impacto econômico além de suas fronteiras, notadamente na Alemanha.

As exportações para a Rússia caíram acentuadamente - o que é um fator importante por entender por que a Alemanha está perto da recessão.

Olhando para o futuro, o FMI também advertiu que "riscos geopolíticos", ou seja, a crise na Ucrânia e no Oriente Médio, são algumas das principais ameaças para a recuperação da economia global que já é, nas palavras do próprio FMI, "fraca e desigual".

Força da Índia

Outros dos Brics com problemas claros é o Brasil - apesar de o país representar menos perigo no contexto global.

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Assim como a Rússia, é uma economia em que as exportações de commodities desempenharam um papel importante para os bons resultados da década de 2000.

Na Rússia, o que se exportava era de petróleo e gás. Já o Brasil tem minério de ferro e commodities agrícolas como soja, café e açúcar.

Credito: Reuters

Criador do conceito de Brics defende que Brasil dependa menos de commodities

Jim O'Neill diz que ambos precisam tomar medidas para tornarem-se menos dependentes do setor de commodities.

Devem melhorar a sua competitividade de trabalho, diz, e se tornarem mais atraentes para o investimento privado em outras indústrias.

Entre os países do Bric original - que não inclui a África do Sul -, a Índia aparentemente é o que está causando menos ansiedade nos mercados financeiros e instituições econômicas internacionais no momento.

O crescimento ganhou força este ano, embora esteja muito aquém daquele da década anterior.

Muitos investidores receberam bem o novo governo de Narendra Modi, que assumiu o cargo em maio.

"Estou mais otimista do estive por algum tempo sobre a Índia", diz Jim O'Neill.

Então, os Brics estão desmoronando?

É bom lembrar

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