O destino chocante das vítimas do tráfico de seres humanos na Europa Oriental
Artigo: O destino chocante das vítimas do tráfico de seres humanos na Europa Oriental. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: hegonc • 28/3/2014 • Artigo • 626 Palavras (3 Páginas) • 374 Visualizações
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27/03/2014 13h55 - ATUALIZADA EM: 27/03/2014 14h01 - por IGOR ZAHIR
O destino chocante de vítimas do tráfico humano na Europa Oriental
Elas não foram apenas vendidas. Mas também espancadas, estupradas, torturadas e passaram fome. É assim o destino de 25 mil moldavos todos os anos. Em novo livro, britânica mostra o resultado do que viu e ouviu em sua pesquisa
Em seu livro, Stella clicou mulheres de costas, presas em seus mundos, com efeitos colaterais graves no psicológico, devido a toda a tortura que passaram (Foto: International Organisation for Migration)
Na Moldávia o tráfico humano é um problema grave, com cerca de 25 mil pessoas “vendidas” no exterior a cada ano, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística do país. Os homens são levados para trabalhos escravos em fazendas, enquanto as mulheres são mandadas para casas de prostituição de lugares como Turquia, Rússia, Chipre e Emirados Árabes. O pior: os números apontam que 10% das vítimas são crianças na faixa etária de 12 anos.
Victoria é uma delas. "Um amigo de infância me disse que trabalhava em uma boutique em Dubai e poderia me conseguir um emprego. Me colocou em contato com um cara que organizou minha viagem para Odessa (na Ucrânia) e de Kiev para Dubai.Em Dubai, fui recebida por uma mulher de língua russa, Oxana, que me levou para um apartamento com outras seis meninas da Europa Oriental. Oxana revelou que eu tinha sido vendida e tomou meu passaporte. Recusei-me a ver os clientes e, como resultado, cortaram minha comida. Meus gritos e apelos de desespero por causa da fome foram respondidos com socos e chutes", disse a garota em depoimento para o livro Bessarabian Nights, de Stela Brinzeanu.
A britânica pesquisou essa e outras histórias das vítimas de tráfico humano e, surpreendentemente, muitas mulheres nem consideram que suas histórias sejam incomuns. Elas se adaptaram com o mal que tomou conta da Moldávia. É o caso de Irina, que quando achou que fosse ficar em paz após o pai violento ser preso, veio o pior. "Depois que minha mãe morreu de câncer e meu pai foi para a cadeia por me estuprar, fiquei sozinha e grávida. Minha madrinha ofereceu-me ajuda para abortar e disse que ia dar um jeito de me mandar para a Turquia. Segundo ela, 'as condições lá eram melhores e iam cuidar bem de mim'. No aeroporto de Istambul, fui recebida por dois homens, que me levaram a uma propriedade onde havia três outras garotas, moldavas e ucranianas. Fui obrigada a conhecer caras velhos e até tentei evitar, dizendo que estava grávida. Eles não se comoveram: me estupraram na sala ao lado, segurando-me pela barriga de grávida."
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