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O estudo sobre as “Vantagens Comparativas reveladas do Brasil no comércio internacional de lácteos”

Por:   •  21/5/2017  •  Resenha  •  1.801 Palavras (8 Páginas)  •  959 Visualizações

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Universidade Federal de Minas Gerais

Economia Internacional -

O estudo sobre as “Vantagens Comparativas reveladas do Brasil no comércio internacional de lácteos”, realizado por Kennya Beatriz Siqueira e Lucas Campio Pinha para o Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, nos mostra a importância que o Brasil vêm ganhando no mercado internacional de lácteos. O objetivo do trabalho foi analisar o comércio internacional de lácteos, de forma a identificar as vantagens comparativas de determinados derivados lácteos do Brasil frente aos grandes players do mercado mundial.

Com a evolução da competitividade do agronegócio do leite brasileiro, o país passou de importador líquido em 2000, para exportador líquido em 2004, e continuou aumentando o superávit na balança comercial de lácteos até a crise financeira de 2009, quando houve uma queda abrupta de 21% no comércio internacional de lácteos. Esse ganho de competitividade vêm do baixo custo de produção do país, por se tratar de produção a pasto, onde o Brasil tem vantagem pela sua dimensão territorial.

Na metodologia do trabalho, os autores trazem uma breve explicação dos conceitos de vantagens absolutas e vantagens comparativas, juntamente com a explicação de como é calculado o índice de vantagens comparativas reveladas (VCR) para explicar ao leitor o método utilizado na construção das análises apresentadas no texto.

Na Teoria das Vantagens Absolutas criada por Adam Smith, o comércio externo se baseia em diferenças absolutas de custo de produção, onde as nações deveriam especializar-se na produção da commodity que produzissem com maior vantagem absoluta e trocar parte de sua produção pela commodity que produzissem com menor desvantagem absoluta. Porém, essa teoria não explicava totalmente as bases do comércio, então, em 1817, David Ricardo aprimora o conceito de Adam Smith desenvolvendo a Teoria das Vantagens Comparativas. De acordo com a Lei das Vantagens Comparativas, o comércio entre dois países pode ser benéfico, mesmo quando um deles é mais produtivo na fabricação de todos os bens. O que importa aqui não é o custo absoluto de produção, mas a razão de produtividade que cada país possui. Um país possui uma vantagem comparativa na produção de um bem se o custo de oportunidade da produção desse bem em relação aos demais é mais baixo nesse país do que em outros.

O Índice de Vantagens Comparativas Reveladas (VCR) foi enunciado primeiramente por Balassa (1965), baseado na lei das vantagens comparativas formulada por David Ricardo. O Índice de Vantagens Comparativas Reveladas mede a intensidade da especialização do comércio internacional de um país relativamente a uma região ou ao mundo. Este é um indicador da estrutura relativa das exportações de um país ao longo do tempo e utiliza o peso

de um dado setor nas exportações mundiais para normalizar o peso das exportações desse mesmo setor para cada país. O índice de Balassa é calculado através da seguinte fórmula:

VCR = (Xij)/(Xi) / (Xwj/Xw)

Onde Xij corresponde ao valor das exportações do país do produto j, Xi ao valor total

das exportações do país, Xwj ao valor total das exportações mundiais do produto j e Xw ao valor total das exportações mundiais. Se o VCR é superior a 1, o país possui vantagem comparativa revelada para as exportações do produto j, ou seja, esse país encontra-se relativamente especializado na exportação desse bem. Por outro lado, se o VCR é inferior a 1, o país possui desvantagem comparativa revelada para a exportação do produto j.

Para a realização deste estudo, os autores selecionaram alguns dos grandes exportadores do mercado lácteo mundial para a coleta de dados e comparação com a competitividade brasileira, sendo eles: Alemanha, Argentina, Estados Unidos e Nova Zelândia. E os produtos analisados foram todos os lácteos presentes na categoria 04 da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), são eles: leite/creme de leite fluído, leite/creme de leite em pó, iogurte, soro de leite, manteiga e demais gorduras lácteas, e queijos.

Alemanha 2000 2008

Argentina 2000 2008

2000

2008

EUA

Nova Zelândia 2000 2008

Leite/creme de leite (fluido)

2,03 1,68

0,23 0,18

0,35 0,13

0,13 0,16

Leite/creme de leite (em pó)

0,89 0,57

2,40 2,01

1,36 1,88

1,59 2,22

Iogurte

1,19 1,02

0,08 0,19

0,31 0,26

0,45 0,38

Soro de leite

0,93 1,16

0,59 1,99

8,23 3,21

0,22 1,62

Manteiga

0,34 0,54

0,38 1,10

0,16 0,99

2,28 2,27

Queijos

0,95 1,18

0,48 0,52

0,42 0,47

0,60 0,14

Total de lácteos

1,68 1,43

2,99 2,67

0,16 0,53

39,01 43,39

Na tabela acima são apresentados os resultados do cálculo dos índices de vantagem comparativa de cada derivado lácteo por país, e o índice referente ao total de lácteo exportado pelo país. Os autores primeiramente fazem uma análise separada de cada país, para depois fazer uma comparação entre valores, e finalmente, como está o Brasil frente a este mercado.

Com os resultados

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