Organizações Internacionais: História e Práticas
Por: Matheus Antônio • 30/3/2020 • Resenha • 692 Palavras (3 Páginas) • 219 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
DISCENTE: Matheus Antônio de Castro Marcelino RA: 4202712
DOCENTE: Prof. Dr. Luis Alexandre Fuccille
DISCIPLINA: Organizações e Sistemas Internacionais
CURSO: Relações Internacionais – 3º ano (noturno)
HERZ, M.; HOFFMANN, A. R. Organizações Internacionais: história e práticas.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. P. 41-81.
No segundo capítulo de seu livro, Mônica Herz e Andrea Ribeiro Hoffmann, professoras da PUC-Rio, apresentam a relevância das organizações internacionais dentro das relações internacionais. Para isso, Herz e Hoffmann iniciam o texto com um histórico dos estudos dedicados às organizações internacionais e demonstram a relevância dessas organizações dentro de algumas teorias selecionadas. As autoras mostram o posicionamento do realismo, liberalismo, funcionalismo e neofuncionalismo, marxismo, cosmopolitismo e construtivismo em relação a essas organizações de maneira simplificada e afirmam que essas diferentes perspectivas buscam explicar a cooperação e o conflito entre os atores do sistema internacional e os mecanismos de estabilização e governança criados na ausência de um poder central (p. 42).
Para as autoras, o desenvolvimento da área de estudos das organizações internacionais está relacionado com o processo histórico ao longo do século XX. Além disso, as organizações internacionais foram evidenciadas pelas instituições internacionais, possibilitando a compreensão do papel e do impacto dessas organizações no comportamento dos Estados. Além disso, as autoras afirmam que o surgimento da disciplina de Relações Internacionais está ligado ao ambiente pós Primeira Guerra, com a criação de obras críticas, como Carr e Morgenthau, que analisavam as relações de poder entre os Estados.
Até o final da Guerra Fria, a hegemonia do pensamento realista bloqueava os estudos sobre as organizações internacionais na disciplina de Relações
Internacionais, pois nessa perspectiva teórica esses atores possuem pouca relevância dentro do sistema internacional e acredita na ideia de anarquia do sistema e de impossibilidade de transformação na natureza do sistema, apenas na disposição dos atores (p. 49). O realismo ainda questiona até que ponto as organizações internacionais não são meros instrumentos que os Estados mais poderosos usam para atingir seus objetivos.
Devido à crença no progresso e na racionalidade, a perspectiva liberal afirma que é possível ultrapassar a política de poder, logo aceita que as organizações internacionais e o direito internacional podem influenciar na cooperação entre os Estados. Portanto, as organizações internacionais podem ser vistas como um mecanismo de potencialização do uso da razão e limita o exercício do poder dos Estados. O neoliberalismo, representado por atores como Keohane e Nye, faz as organizações internacionais adquirirem papel central nos estudos da disciplina. Sem negar o papel central dos Estados, afirma que as instituições são capazes de mudar as relações entre os Estados e podem agir como uma solução de desentendimentos entre estes.
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