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Origem Da Política

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Por:   •  15/5/2014  •  7.102 Palavras (29 Páginas)  •  208 Visualizações

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Grécia: origem da política

O conceito de política; Utilidade e finalidade da política;

Por que teria a política caído em tanto descrédito entre nós?Por que uma atividade que foi tão nobre em momentos marcantes da história da humanidade como a Grécia Antiga e o Império Romano, estaria hoje e em especial no Brasil, relegada a tanto descrédito e desconfiança da população?

Esses e outros questionamentos tentaremos responder ao longo deste módulo que tem por objetivo principal, permitir que o aluno construa uma visão ampla e crítica sobre a política, seus conceitos e fundamentos.

E o que seria uma visão crítica?

É aquela que se pode obter a partir da análise de conceitos, de fatos históricos, de impactos sociais de decisões adotadas por lideranças políticas em diversos momentos da história, de ideias e teorias que formam a herança política da humanidade.

Mas a visão crítica não serve apenas para análise de fatos passados, é fundamental para fornecer subsídios para decisões no presente e no futuro.

É por isso que um aluno de curso universitário que está se preparando para o exercício de uma determinada profissão precisa possuir visão crítica da política e da sociedade: porque muito breve ele estará em posição profissional de tomar decisões e precisa de subsídios para fundamentar as razões de suas escolhas.

Se tomar decisões é relevante em várias profissões que conhecemos, na área de Serviço Social a tomada de decisões é essencial e muito significativa. O profissional de Serviço Social ao decidir deve, quase sempre, apresentar argumentos que sustentem sua decisão perante a equipe de trabalho vez que o trabalho em serviço social quase sempre é coletivo; deve apresentar argumentos que convençam os gestores públicos e privados que disponibilizarão recursos para que o projeto seja implantado e, principalmente, precisa possuir fundamentação para dialogar com todos aqueles que serão destinatários das decisões adotadas.

A expressão “política” assumiu em nossos tempos um sentido quase pejorativo. Não é raro encontrarmos quem se referira a coisas ruins como “coisa política”, associando situações negativas com práticas que conteriam um sentido escuso, ou pouco transparente.

O mesmo sentimento negativo prevalece, quase sempre, quando nos referimos a alguém que ocupa um cargo no Poder Legislativo, no Executivo ou no Judiciário. É comum encontrarmos quem afirme que políticos nunca são honestos, que não possuem sensibilidade para proteger o bem comum e, que se apropriam indevidamente do que não lhes pertence.

O Homem sempre viveu em grupos mais ou menos organizados e por uma razão de grande importância: a sobrevivência. Só em grupo o Homem conseguia dar conta de todos os muitos tipos de ameaças naturais, como ataques de animais ferozes, tempestades e raios que destruíam e incendiavam campos e abrigos. Mas também em grupos é que o Homem conseguia empreender melhores esforços para dar conta de sua sobrevivência e da procriação.

Assim, o trabalho em grupo da busca da alimentação, de abrigo, de construção de mecanismos que permitissem a vida mais tranquila e confortável foi desde logo percebido como um valor a ser preservado. A organização de poder nesses grupos, no entanto, é até hoje um problema de grande envergadura nas diversas sociedades organizadas que temos em todo o planeta.

Não há, em princípio, uma forma de organização de poder que agrade a todos e que não suscite críticas. Exercer o poder, ou seja, governar é angariar adeptos e críticos, amigos e inimigos, conviver com elogios e, principalmente, com muitas críticas.

Vários estudiosos de política se dedicaram a tentar sistematizar as diversas formas de governo que o mundo já vivenciou e, aprofundar o conhecimento sobre como elas se desenvolveram.

A política surgiu na Grécia clássica, no período da história humana no qual o pensar mítico era englobado pelo pensar racional.Vários foram os fatores que a originaram.

O surgimento da polis (cidade-estado) foi o elemento decisivo para que a política fosse criando suas bases no mundo grego. Existia uma grande preocupação em como administrar bem a polis.

A organização política da Grécia era dada pelas condições geográficas e econômicas, pois ela era dividida em pequenas unidades econômicas, assim não foi capaz de criar grandes sistemas políticos.

Para se proteger de ataques, constroem refúgios fortificados no topo das colinas, e o começo das cidades, que logo se tornam o centro da vida religiosa, social e política, morada dos reis e dos sacerdotes.

O que se observa é que, econômica, social e politicamente o elemento dominante comum a todas as cidades descritas por Homero é a aristocracia, corporificada nas famílias. Cada família é dividida em grupos – fatrias- de natureza militar e religiosa, abaixo vem à população, dividida segundo a ocupação, posição social e residência. Apesar da origem divina, o rei não era um déspota, não se considerava um deus nem senhor dos seus súditos, era sim o líder o chefe do clã, da família que tinha descendência divina.

Apesar da origem divina, o rei não era um déspota, não se considerava um deus nem senhor dos seus súditos, era sim o líder o chefe do clã, da família que tinha descendência divina.

Na Grécia Antiga o que vai prevalecer na época clássica é a divisão entre os que têm, possuem o direito de participar e os que não têm e não possuem nenhum direito, quando os gregos pensam em política, eles pensam primeiro nos cidadãos, seus debates, instituições e lutas.

Os gregos inventaram a política, o fato de a política ser central na vida do ser humano era algo tão claro para eles, que é isso o que os faz distinguir o homem dos deuses e dos animais.

O homem é um animal político, está, portanto destinado a viver em sociedade segundo a célebre expressão de Aristóteles (filosofo grego 384-348 a.C).

Uma interessante reflexão de Aristóteles em seu livro A Política, pode ser utilizada até hoje para nos auxiliar na compreensão da sociedade em que vivemos. Afirmava Aristóteles:

Assim, o homem é um animal cívico (político), mais social do que as abelhas e os outros animais que vivem juntos. (...) O Estado, ou sociedade política, é até mesmo o primeiro objetivo a que se propôs a natureza. O todo existe necessariamente antes da parte. As sociedades domésticas e os indivíduos não são senão as partes integrantes da Cidade, todos

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