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PROPOSTA PARA O CONTROLE DE TUNGA PENETRANS

Por:   •  26/5/2018  •  Resenha  •  2.112 Palavras (9 Páginas)  •  377 Visualizações

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PROPOSTA PARA O CONTROLE DE Tunga penetrans

        

  1. Apresentação:

        A tungíase ficou conhecida dos espanhóis pouco tempo após Cristovão Colombo Ter aportado em Guanaani, nas Bahamas, em 12 de outubro de 1492, infectando, principalmente, a tripulação da nau Santa Maria.

        Hans Steden (1557) fez a primeira referência à ocorrência de Tunga penetrans  no Brasil, cujas observações constataram infecções deste insetos em silvícolas habitantes das regiões de Santos e São Vicente em São Paulo.

        Este parasita ocorre nas regiões tropicais e sub-tropicais das américas entre 30o de latitude norte e 300  de latitude sul. Ocorre ao longo do Golfo Mexicano, sul dos Estados Unidos, América Central, América do Sul até o Paraguai, África e Índias Ocidentais.

        De 1982 a 1989, no Rio Grande do Sul, (Matias, 1989) foram relacionadas 19.814 pessoas infectadas em 96 núcleos residenciais de 14 municípios, sugerindo uma população de risco imediato da órdem de 51.619 pessoas, considerando apenas, a população residente nos locais estudados, dando uma aprevalência de 36,39%.

        Tradicionalmente inserida na cultura popular, sempre foi encarada mais como uma curiosidade do que uma constataçao científica de interesse médico sanitário. Zoonose de características rurais, encontra-se gravada no folclore brasileiro; em música; grifes de roupas infantis; grife de prancha de surf; nomes de bailes à fantasia; nomes de bares; propaganda política; histórias de quadrinhos; etc. Tal fato é relevante e dificulta o entendimento desta zoonose como tal, uma vez que outras patologias nunca estiveram tão arraigadas em nossa cultuta como a tungíase. É a imagem do homem rural sentado na escada em frente à sua casa coçando o dedo do pé.

        Entretanto a realidade que se tem encontrado é bem diferente desta. São pessoas mutiladas, com ausência de dedos dos pés; dificuldade de se locomover; alterações articulares; evolução do quadro para necrose, gangrena e amputação ou mesmo auto-amputação; tétano e óbito. São níveis de infecção que levam o paciente ao hospital necessitando, algumas vezes, de anestesia geral para retirar as dezenas de parasitas encastoados pelo corpo. Muitos destes necessitando de raspagem da pele para poder retirar os parasitas, pois não há como retira-los um a um.

         

  1. Biologia:

Apesar de macho e fêmea apresentarem o hábito hematofágico,

apenas a fêmea fecundada se transforma em parasita intracutâneo permanente. Através de seu aparêlho bucal a fêmea fecundada penetra na pele introduzindo a cabeça, tórax e parte do abdome, ficando ao exterior o estígma respiratório e o ânus, através do qual elimina fezes e ovos ao embiente.

        Profundamente encastoada na ele passa a sugar o sangue da zona papilar dermal iniciando a ovulação. Com isto seu abdome vai se distendendo progressivamente pelo acúmulo de ovos e material nutritivo podendo chegar a 5mm de diâmetro.

        A eliminação de ovos no ambiente começa a ocorrer no 100 dia após a penetração, continuando assim por uns 46 dias, chegando a eliminar, neste período, ao redor de 3.000 ovos, vindo a morrer e ser eliminada expontaneamente, no 520  dia após a penetração. Seu abdome seca, rompe a epiderme e fica exposta como uma escara.

        Dos ovos saem as larvas de primeiro estágio 58 horas após a postura. As de segundo instar começam a surgir 24 horas após a emergência da larva de primeiro instar. As duas formas larvais são sbterrâneas, se alimentando vorazmente dos detritos orgânicos. Observa-se o aparecimento de pupas 14 dias após a postura, as quais são formadas por uma espécie de fios de seda delicado e pegajoso aos quais se se derem partículas do substrato, ficando assim até o surgimento do adulto, o que ocorre 3 dias após a pupação, ou seja, 17 dias após a postura, reiniciando o ciclo. [pic 6][pic 7]

        Este processo ocorre neste tempo, à temperatura de 24-260C, em temperaturas mais baixas, o período de ovulação é ao redor de uma semana.

  1. Eco-epidemiologia:

Devemos considerar no mecanismo de transmissão, além dos

parasitas, os organismos susceptíveis à infecção (homens e outros animais), reservatórios bóticos e abióticos, os mecanismos pelos quais o agente se estabelece nos susceptíveis, mecanismos de contaminação ambiental e o papel do ambiente e dos reservatórios na manutenção e dispersão do parasita.

        Constituem-se, nestas condições, ciclos zoonóticos bem estabelecidos. Dependendo da vagilidade do organismo, sua área de distribuição poderá ser maior ou menor. No caso de Tunga penetrans, esta dispersão está na dependência dos infectados, cujos deslocamentos introduz o parasita em áreas indenes (focos indene-epiendêmicos) ou um aumento progressivo de sua população coforme aumente a oferta de alimento pela maior presença de hospedeiros (focos endêmico-epiend6emico).

        Além do movimento dos reservatórios bióticos (homens e outros animais) existe o deslocamento de areia, leivas de grama, madeirame e outros componentes abióticos da cadeia, levando o parasita na forma adulta ou de transição para outras áreas, gerando novos focos, ou reintroduzindo o agente nas áreas infestadas (focos endêmico

        Não há uma única explicação para a causa da infestação nos diferentes locais estudados, cada um tem características próprias, seja, a presença anterior, ao assentamento, de pessoas e animais infectados, presença de um ambiente infestado ou a introdução de veículos suporte em áreas assentadas.  

        Frequentemente vemos a relação da presença do parasita a solos arenosos (praias), secos e em períodos quentes. Entretanto sua presença tem sido registrada, em altas densidades, tanto em solos arenosos, como argilosos, areno-argilosos ou solos gramados e úmidos, independentemente do clima. Isto mostra que a textura do solo não é um fator limitante para a distribuição do parasita (Matias, 1989).

        Qualquer animal pode ser infectado passando a ser uma nova fonte de infestação: cão, gato, suínos, bovinos, eqüinos, etc. Em animais de grande porte como cavalos e bovinos infestações na camada perióplea do casco gera inúmeras cicatrizes impedindo o animal da monta.

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