Relatório Do Caso Mário Covas No SPTV 2ª Edição
Pesquisas Acadêmicas: Relatório Do Caso Mário Covas No SPTV 2ª Edição. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: mariannavieira • 24/8/2014 • 1.233 Palavras (5 Páginas) • 350 Visualizações
Relatório do Caso Mário Covas no SPTV 2ª Edição
O último caso concreto estudado pelas equipes foi a edição do SPTV 2ª Edição de 1º de Junho de 2000, quando o jornal se dedicou exclusivamente à cobertura da agressão ao governador do Estado de São Paulo, Mário Covas, pelos professores manifestantes acampados na Praça da República, quando da visita do governador à Secretaria da Educação.
Inicialmente as equipes de alunos foram orientadas pela professora a elaborar um espelho para uma edição do SPTV, tendo como embasamento a rápida descrição do telejornal e as retrancas de algumas notícias. Coube aos alunos selecionar, hierarquizar e organizar as notícias segundo os critérios de noticiabilidade que considerassem mais adequados, existindo inclusive a possibilidade de aumentar o tempo da edição, que originalmente era de 16 minutos.
É preciso pontuar que a tarefa foi realizada “às cegas”, e os alunos precisaram deduzir que notícias interessariam mais ao público alvo daquele telejornal, sem conhecer ao certo o verdadeiro contexto que permeava os acontecimentos.
Particularmente, a nossa equipe priorizou a escolha da notícia referente à agressão de Mário Covas para a abertura do telejornal, levando em consideração em especial alguns critérios de noticiabilidade apreendidos dos ensinamentos de Nelson Traquina como: a notoriedade do ator principal do acontecimento (o governador Mário Covas, cuja figura política é de interesse público); a proximidade (a população de São Paulo se interessa por acontecimentos ligados ao governador do próprio estado); a novidade (atualidade do assunto); a notabilidade (quantidade de pessoas e a presença do governador, um nome de peso) e o conflito (violência física e simbólica que nortearam o fato). À medida que a professora forneceu mais dados acerca do acontecimento (a dimensão do conflito e da agressão, as imagens conseguidas pela equipe do SPTV, a exclusividade das imagens em relação às demais emissoras), foi possível que as equipes alterassem o espelho do próprio jornal (a ordem das notícias, o bloco em que elas se encontravam, o tempo destinado a cada uma delas). A nossa equipe optou por manter a notícia acerca da agressão de Mário Covas como a que abriria o jornal, como havia sido estabelecido desde o início, aumentando o tempo da matéria inicialmente para 2’’, depois para 2’ 30’’ e por fim optando pelo tempo de 3’, o qual a equipe julgou suficiente para narrar o acontecimento, fazer uma pequena narrativa do caminho percorrido pelo governador, relembrar os motivos da presença dos professores e acampados e por fim, noticiar qualquer novidade que tivesse ocorrido, ou mesmo o estado de saúde do governador se esse fosse o caso. Grande foi a surpresa das equipes quando se depararam com a queda da edição inteira do jornal para se dedicar apenas à cobertura do acontecimento, mostrando as imagens feitas pelo cinegrafista de forma bruta, sem o formato da notícia ao qual os espectadores estão acostumados.
Pode-se dizer que o caráter principal dessa edição se refere ao fato de utilizar os elementos escândalo e sensacionalismo como pautadores do jornal, escusando-se do próprio formato do telejornalismo e realizando uma quebra do contrato de comunicação implicitamente existente entre jornalista e público. O espectador que não acompanhou a abertura e a cabeça do jornal e que sintonizou no canal no momento da exibição das cenas na Praça da República, provavelmente deve ter ficado confuso e se perguntado se realmente estava assistindo ao jornal de sempre ou a um outro programa qualquer. O próprio reconhecimento do jornal enquanto produto foi deixado em segundo plano neste dia .A edição do SPTV em questão foi de fato atípica e em poucos momentos lembrou o formato de um telejornal (talvez exceto pela existência de um âncora no estúdio). Não havia sequer a presença do gerador de caracteres (GC) para indicar quem e o quê estavam na tela. Até mesmo programas ditos jornalísticos, mas que de fato não o são, se comparados à edição em análise podem ser dito mais informativos.
Na fala do âncora do jornal, logo no início da edição, foi evidenciado que o que os telespectadores viriam eram as imagens da fita bruta, na íntegra, sem interrupção e sem edição. Todavia, uma análise mais apurada e jornalística permite verificar que existiram cortes na edição (realizados pelo próprio cinegrafista), e opções do que mostrar e do que não mostrar, sendo possível dizer que existiu sim edição. Ora, a edição de um jornal não é feita apenas nas ilhas de edição, através de cortes e
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