Resenha acerca da guerra comercial entre China e EUA
Por: Vivian Larissa Rodrigues • 22/10/2020 • Resenha • 873 Palavras (4 Páginas) • 305 Visualizações
Instituto de Relações Internacionais
Economia Política Internacional II
Prof. Dr. Roberto Goulart Menezes
RESENHA SOBRE A OBRA “AMERICA FIRST BUT NOT ALONE": UMA (NEM TÃO) NOVA POLÍTICA COMERCIAL DOS ESTADOS UNIDOS COM DONALD TRUMP” DE FILIPE MENDONÇA, LAIS THOMAZ, THIAGO LIMA E TULLO VIGEVANI.
Vivian Larissa Rodrigues dos Santos
Matrícula: 17/0115755
MENDONÇA, F.; THOMAZ, L.; LIMA, T.; VIGEVANI, T. American first but not alone: uma (nem tão) nova política comercial dos Estados Unidos. Com Donald Trump. In: VELASCO, S.; BOJIKIAN, N. (Orgs) Trump: primeiro tempo. São Paulo: Unesp, 2019, pp. 119-151
Essa resenha propõe um foco maior na quarta parte da obra que se intitula “‘I want some tariffs. Bring me some tariffs!’: Os primeiros movimentos no tabuleiro” que é onde relata o estopim da chamada Guerra Comercial (trade war) entre Estados Unidos e China no ano de 2018.
A primeira medida tomada pelo presidente Trump, logo após sua posse, fora anular o que havia sido acordado durante as complexas negociações para o TPP (Trans-Pacific-Parternship), retirando do Congresso o pedido de ratificação do acordo. A saída do TPP indicava um enfraquecimento de valores construídos desde Bretton Woods, principalmente da “própria ideia de livre-comércio, transformada em regime internacional estruturante: político, ideológico e econômico. Foi o que predominou entre idas e vindas, com distintas interpretações, ao menos durante setenta anos” (MENDONÇA, F.; THOMAZ, L.; LIMA, T.; VIGEVANI, T, 2019, p.119). A forma com que o comércio exterior era dirigido desde 1962 mudou. Agora o Departamento de Comércio não precisaria aguardar as demandas das empresas e poderia por conta própria iniciar as investigações. Foi a primeira vez em décadas que o departamento agiu por conta própria em relação às obrigações antidumping, sem uma reclamação da indústria.
Mesmo podendo ser notada uma redução nas investigações no segundo ano de administração de Trump, houve uma concentração de esforços com apoio de outros mecanismos institucionais. Em reflexo à política protecionista do presidente, pôde-se observar seis ondas tarifárias na gestão em 2018. Dentre as seis, no contexto da Guerra Comercial, é de suma importância destacar duas ondas. A terceira onda foi uma ampliação da onda anterior que partiu do pressuposto que Donald Trump fora eleito com apoio do cinturão da ferrugem. Dessa forma, deveria haver esforços para que a promessa de novos empregos a esses setores fosse cumprida. “A intenção do governo seria principalmente conter as exportações chinesas, já que a China é o maior exportador de aço do mundo, ainda que não seja o principal exportador para os Estados Unidos” (MENDONÇA, F.; THOMAZ, L.; LIMA, T.; VIGEVANI, T, 2019, p.122).
Já a quarta onda ocorreu devido à divulgação de uma lista pelo USTR (United States Trade Representative). Essa continha uma série de produtos chineses que passariam a ter tarifas extras em resposta às práticas da China consideradas injustas em relação aos domínios intelectuais norte-americanos, o que resultou no decréscimo de, pelo menos, 25% sobre as importações chinesas. Segundo o representante de Comércio dos Estados Unidos, o governo norte-americano devia “empreender fortes ações defensivas para proteger a liderança norte-americana em tecnologia e inovação contra a ameaça sem precedentes representada pelo roubo de propriedade intelectual da China” (LIGHTHZIER, Robert. Apud MENDONÇA, F.; THOMAZ, L.; LIMA, T.; VIGEVANI, T, 2019, p. 123).
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