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Resenha sobre O Príncipe de Maquiavel

Por:   •  6/4/2016  •  Resenha  •  817 Palavras (4 Páginas)  •  447 Visualizações

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        Nicolau Maquiavel é considerado um historiador, poeta, diplomata, político e músico da época do Renascimento. O autor nasceu em Florença na Itália, sua família era de origem toscana e possuía como característica participar de cargos públicos por mais de três séculos. Foi casado com Marietta di Luigi Corsim, com quem teve seis filhos.

Seus estudos começam quando Maquiavel tinha sete anos com aprendizado do latim, ábaco e os fundamentos da língua grega antiga. Em 1498 entrou para a Chancelaria, em que seus trabalhos envolviam tarefas burocráticas, assessoria política, diplomacia, comando do Conselho dos Dez (órgão do governo), entre outros.

Vale ressaltar a relação de Nicolau Maquiavel com César Bórgia, conhecido também como Duque Valentino, filho do Papa Alexandre VI. Cézar Bórgia vinha conquistando muitos territórios na Itália e entre vitórias e derrotas, Maquiavel tendo como base estes conflitos escreveu algumas análises, como por exemplo: Sobre o modo de tratar os povos rebelados da Valdichiana e Descrição da forma como procedeu o Duque Valentino para matar Vitellozzo Vitelli.

Em 1512 Maquiavel foi demitido e no ano seguinte foi preso, quando liberto dedicou-se a escrever livros.

Suas principais obras são: O Príncipe (1513), A Arte da Guerra (1520), Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio (1521).

        É importante compreender o contexto histórico em que o livro O Príncipe foi escrito. No decorrer do Renascimento, as principais potências da Península Itálica, sendo elas: a República de Florença, o Reino de Nápoles, os Estados Pontifícios, o Ducado de Milão e a República de Veneza, estavam em um clima de divergência.

        Cada potência possuía seu governo e não conseguiam aliar-se durante muito tempo, acabavam por batalhar entre e si e estavam à mercê de outros países. Em suma, a política enfrentava um momento difícil e complexo. Além disso, a Europa enfrentava uma grande crise no século XV, devido à peste negra que dissipava a população, condições precárias nas cidades e as revoltas camponesas. A cristandade estava em decadência, a Reforma Protestante estava em seu ápice, o capitalismo começava a tomar espaço.

        O livro em questão foi dedicado ao governante de um Estado ameaçado. Sendo o governante Lorenzo de Médici e o Estado, a Itália. A obra assemelha-se a um manual de como proceder para obter a unificação nacional, com um governo forte e centralizado, podendo também servir como um tutorial de como um príncipe deve agir para conquistar e manter um território. Dividido em 26 capítulos, os primeiros referem-se aos principados, de que forma são conquistados e como são classificados: hereditários e mistos. Logo após, Maquiavel cita a maneira que se deve prosseguir de acordo com o principado, por exemplo: aqueles que já possuíam suas próprias leis, aqueles que conquistados por meio de armas e virtú, aqueles conquistados com armas alheias e fortuna. Ao longo da obra, para facilitar a compreensão, o autor utiliza exemplos como César Bórgia, Francesco Sforza, além de ícones da Antiguidade, Idade Média, romanos e gregos.

        Disserta também sobre a importância dos exércitos e das milícias. As milícias são separadas em próprias, mercenárias, auxiliares e mistas. Para o compositor, eles são a base para sustentação do poder juntamente com as leis. Outro ponto abordado é dos deveres do príncipe para com seus exércitos, Maquiavel afirma que para obter sucesso na arte da guerra, é necessário disciplina e exercício (ações e mentalmente), dessa forma o Estado sempre estará preparado. Por fim, é discutido sobre como as características da personalidade do príncipe devem ser. Primeiramente temos por qual aspecto ele pode ser louvado ou desprezado. O autor recomenda o cultivo de certas qualidades e virtudes, mas é contraposto que em alguns casos o soberano acabará por ir contra estes, sendo alguns exemplos a religião, fé, caridade, humanidade. A conduta do príncipe em relação aos súditos e ao povo é exposto de forma que é necessário ser temido mas não odiado. Dessa forma podemos concluir que o soberano que souber utilizar a ‘fortuna’, ou seja, saber quando e de que forma agir e possuir a ‘virtude’, caráter e habilidade, irá obter sucesso em suas ações.

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