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Resumo Immanuel Wallerstein

Por:   •  11/10/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.483 Palavras (6 Páginas)  •  1.210 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO"

FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

Discentes: Gabriel Maran Mazaro                        Noturno                    RA:   141222141                                                                            Juliana Monteiro Bernardino                  Noturno                     RA:        141222239           Luis Guilherme Galiano Carneiro        Vespertino             RA:  141220341
Curso: Relações Internacionais
Disciplina: Teoria das Relações internacionais                                                                Docente: Professor Doutor Samuel Soares

RESUMO: The Inter-State Structure of the Modern World-System,

 de Immanuel Wallerstein

        Immanuel Wallerstein nasceu em 1930, em Nova York, e foi sociólogo e historiador. Dedicou grande parte de sua vida acadêmica trabalhando na análise do capitalismo em uma perspectiva histórica e desenvolvendo seus principais conceitos de relações internacionais em sua obra “O sistema mundial moderno”, de 1974-1980. Ao analisar o capítulo 55 – “The Inter-State Structure of the Modern World-System”, vê-se que o principal objetivo do autor é apresentar o que é o sistema-mundo atual através de uma pergunta chave: como, ao longo da história, ocorreu a criação de um novo sistema-mundo e sua expansão e manutenção por três séculos até os dias atuais?

Sua tese é a de que tal sistema, chamado “economia-mundo capitalista” (capitalist world-economy), surgiu e se expandiu ao longo da história conjuntamente ao capitalismo e é, portanto, estruturado socialmente por uma divisão de trabalho e que segue o princípio do acúmulo incessável de capital. Para alcançar esse princípio, foram construídas grandes conexões comerciais, nas mais diversas formas de produção. As atividades econômicas mais produtivas se concentram em algumas poucas localizações no mundo, chamadas “centro”, enquanto que as menos produtivas são mais dispersas e se estendem por maiores áreas, chamadas “periferia”. Uma das principais consequências da ligação entre as duas áreas é a transferência de mais-valia dos donos de produção periféricos para os centrais.

        Para que seja mantido o sistema e toda a sua estrutura, o autor argumenta que o mercado capitalista precisa ser parcialmente livre, em que há uma constante oposição entre atores econômicos que buscam construir monopólios e os que buscam diluí-los, ambos através de um equilíbrio entre eficiências produtivas e influências políticas. A única forma do sistema se manter com mercado parcialmente livre e o princípio do acumulo de capital é através da sua estrutura política vigente, composta por Estados que exercem soberania sobre determinada área geográfica e juntos formam um sistema interestatal. Uma das situações oriundas dessa estruturação é o fato de haver, por exemplo, um constante modelamento da força de trabalho no mundo para que seja disponível, realocável e barata. Portanto, Capitalismo e o sistema-mundo moderno são dois lados da mesma moeda: foram simultaneamente construídos e funcionam em interdependência.

        Fazendo um panorama histórico para buscar entender as origens e a consolidação do sistema-mundo moderno, além de criar uma argumentação mais sólida para suas propostas, Wallerstein marca o ponto fundamental como sendo a Revolução Francesa de 1789. A Revolução foi essencial para o estabelecimento da ordem mundial vigente, principalmente devido a sua capacidade de transformação de mentalidades. A partir daquele momento histórico, dois conceitos passaram a ser aceitos: a normalidade da mudança política e a soberania popular. Essas ideias ameaçavam a ordem capitalista, pois geravam o risco da democratização. Para evitar esses problemas, foram estabelecidas ideologias: conservadorismo, que rejeitava ambos esses conceitos e propunha a imposição dos valores tradicionais monárquicos, nobres, religiosos, etc. Por outro lado, havia o liberalismo, que defendia essas duas ideias, porém de forma cautelosa e com atenção à radicalidade das mudanças. Ao longo do tempo, foi surgindo uma terceira ideologia, muitas vezes chamada socialismo (e seus idealistas chamados democratas). Essa nova ideologia defendia fortemente a democracia e grandes mudanças sociais.

        A ideologia liberal muitas vezes encontrava-se em uma espécie de meio-termo entre os conservadores e os democratas. Portanto, como forma de manterem-se com suas ideias vivas, os liberais buscaram aproximar cada vez mais o conservadorismo e o socialismo, através de algumas reformas dosadas que permitissem consentimento político entre essas três ideologias. Essa estratégia funcionou especialmente na Europa e na América do Norte no século XIX e foi um dos pilares da consolidação do sistema-mundo atual. O segundo pilar foi uma reformulação do sistema de conhecimento, no qual a ciência tomou o lugar da filosofia como fonte maior de conhecimento. As ciências naturais passaram a contribuir no aumento da produção, enquanto que as sociais contribuiriam para facilitar a manipulação da sociedade. Já o terceiro pilar foi a incorporação política das classes “perigosas” – os movimentos socialistas e os movimentos nacionalistas, como forma de diminuir a aversão destas para com os liberais. Para tal, foram criadas três implementações sociais: o sufrágio, o estado de bem-estar social, e o patriotismo cidadão. Houve, a partir de então, a implementação dos valores universalistas, que estabeleceu as premissas centrais do sistema-mundo capitalista moderno. Para garantir a hierarquia do sistema sem renunciar ao universalismo, o autor argumenta que foi feita uma institucionalização do racismo e do sexismo como forma de perpetuar a opressão e o controle.

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