Resumo de Introdução à Sociologia
Por: Ana Clara Figueiredo • 15/5/2020 • Abstract • 2.696 Palavras (11 Páginas) • 200 Visualizações
Resumo G1 – SOC1101 – 2019.2
Anthony Giddens
A sociologia está ligada à crítica social – é uma ciência que é tida para muitos como subversiva por lidar com os problemas que geram as principais tensões e conflitos da própria sociedade.
Não pode ser uma ciência puramente acadêmica quando o estudioso, assim como seu objeto de pesquisa, ambos inseridos na dinâmica social.
A Sociologia, assim como de outros ramos das ciências sociais, tem um marco expansivo no início do século XIX com o advento de eventos como a Revolução Industrial e Revolução Francesa – segundo Giddens, as duas grandes revoluções. Desses movimentos surgem novas formas de reflexão, mas especialmente sobre os novos dilemas encontrados na realidade social do Mundo Moderno. A industrialização e a urbanização estão no centro das transformações sociais.
O século XIX é um período marcado por transformações turbulentas que começam no continente europeu e se alastram por outras localidades do globo. A Revolução Industrial trouxe consigo não apenas a modernização dos modos de produção, mas também caracterizou as revoluções sociais que foram combustíveis para a Sociologia e ainda para o surgimento da população enquanto um grupo político e socialmente ativo na lógica da sociedade.
A sociologia estuda as sociedades enquanto sistemas de modos institucionalizados de conduta. Comportamentos que são produzidos e reproduzidos em determinados tempo e espaço. Surge como ciência que estuda as condições de transformações das sociedades industrializadas.
Duplo envolvimento ou dupla hermenêutica: ao mesmo tempo em que analisam seu objeto de estudo, as ciências sociais também mudam – é uma interação mútua. Da mesma forma que reproduzimos comportamentos a nós internalizados socialmente, também influenciamos e alteramos o meio social em que vivemos.
A prática sociológica depende da imaginação sociológica – a necessidade da sensibilidade e do exercício imaginativo essencial à análise de determinado contexto social e dos fatores que deram origem a ele. Envolve, especialmente, as sensibilidades: histórica, crítica e antropológica.
Pierre Clastres (1934-1947)
Crítica da visão de que certas sociedades tribais seriam primitivas frente a outras – como Inca, Maia, Asteca.
Tirar critérios objetivos da subjetividade que permeia o fazer sociológico.
❖Partimos de um ponto de vista enviesado e racional (mas também da nossa própria cultura) para analisar a organização social de determinadas tribos que consideramos primitivas - há uma necessidade de descontruir esses preconceitos.
O “Primitivo” classificado enquanto grupos carentes de lei, carentes de Estado. A constituição do Estado é tida como telos, ou seja, como fase final, fim último, pré-requisito para uma sociedade ser caracterizada como tal em sua completude. --> Crença de que a sociedade vive para o Estado.
❖“Por trás das formulações modernas, o velho evolucionismo permanece, na verdade, intacto” (p. 208, “A sociedade contra o Estado”) - À medida que essas comunidades vão evoluindo - a perspectiva evolucionista, permite extrair características valorizadas pela civilização (pelo ocidente).
Sub existência (no caso das tribos “primitivas”) - não existem totalmente, diferente das economias de mercado, das economias capitalistas. Como se o fato de não produzirem excedente os pusesse diretamente em um lugar de inferioridade tecnológica - o argumento falacioso sobre a inferioridade tecnológica.
❖Inversão de visões entre ameríndios e Colonizadores.
Etnocentrismo - partindo do ponto de que todas as culturas tendem a enxergar o mundo a partir daquilo que lhe é familiar.
❖Paradoxo: ela é a ciência dos povos primitivos. Fazer ciência de povos sem ciência.
É um fato social total - não há a cisão entre indivíduo e comunidade, são todos uma consciência coletiva - sistemas fechados em si próprios que quando há um impacto em um determinado setor, todos os outros são afetados por estarem intrinsecamente ligados.
Denominá-los primitivos, classificá-los como economia de subsistência são caracterizações embebidas do viés etnocêntrico. O termo que por si só é imbuído de preconceito.
Hobbes às avessas: o lobo que se transforma em homem e a positivação da guerra enquanto um mecanismo para promover alianças. guerra enquanto predecessor de desenvolvimento e segurança da sociedade (por meio da formação de alianças, por exemplo).
Tabu do Incesto para o desenvolvimento populacional da sociedade - este mais uma vez associado a necessidade de alianças. Lógica do Centrífugo - cálculos sobre cruzamentos familiares - a necessidade dos cunhados.
Chefia - exemplo almejado pela tribo, aquele que concentra as qualidades: dons oratórios, apaziguador de conflitos internos, portador das tradições, deve prover bens, ser um bom guerreiro (e estrategista).
Associada ainda à divisão sexual do trabalho
- Perspectiva evolucionista expressa pela nossa incapacidade de sair do nosso lugar;
- Excedente como parâmetro para desenvolvimento;
- Ausência X Busca pela constituição do Estado - Consciência individual X Coletividade.
Karl Marx (1818-1883)
Economista político, formado em Direito e Filosofia, mas sua principal atuação foi como jornalista/comentarista. Foi correspondente da Europa em processos de modernização e independência na América Latina.
Marcado por duas fases de pensamento:
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