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Resumo dos Capítulos 1 e 2 - Livro Foreign Policy Analysis - Jean-Frédéric Morin; Jonathan Paquin

Por:   •  7/2/2023  •  Trabalho acadêmico  •  1.197 Palavras (5 Páginas)  •  155 Visualizações

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Wellington Lima de Andrade              

Graduando em Ciência Política – UFPE  

Análise de Política Externa: uma síntese dos capítulos 1 e 2 do Livro Foreign Policy Analysis, dos autores Jean-Frédéric Morin e Jonathan Paquin.

No capítulo 1, Morin e Paquin (2018) exploram o que é Análise de Política Estrangeira (FPA sigla do inglês), desde a concepção, passando pelos níveis de análises e evolução nas últimas décadas, até o processo de formação para estudos de referências. Os autores pontuam com clareza como ocorre a APF, como segue:

"[...] a APF não se limita ao estudo do sistema internacional que não leva em conta suas partes componentes, ou ao estudo de processos decisórios pontuais no contexto internacional. Em vez disso, o FPA se concentra na interação contínua entre os atores e seu ambiente (MORIN E PAQUIN, 2018)".

Segundo Morin e Paquin (2018), a Análise de Política Estrangeira compreende o contexto internacional, as relações entre os países, os atores transnacionais e as organizações intergovernamentais.  Nesse sentido, os autores justificam tal entendimento citando Sprout e Sprout (1965):

Os governos que adotam políticas externas percebem o sistema internacional por meio de seus próprios filtros, que podem ser culturais, organizacionais ou cognitivos. Portanto, para compreender e explicar uma política externa, também é essencial estudar a dinâmica interna do Estado e os processos de tomada de decisão (SPROUT E SPROUT, 1965 apud MORIN E PAQUIN, 2018).

Citando especialistas, os autores enfatizam que o estudo da análise de política externa explora a observação de como as autoridades públicas tomam decisões estratégicas diante de situações especificas. Com efeito, os autores pontuam:

As perguntas são infinitas, mas o ponto de partida é sempre o mesmo: identificar uma política externa, muitas vezes enigmática ou contra- intuitiva, e depois tentar explicá-la (MORIN E PAQUIN, 2018).

Entretanto, há de se considerar conforme explicam os autores:

Apesar de a política externa ser o foco do APF, ou talvez por isso mesmo, não há uma definição consensual do que é de fato uma política externa.[...] Afinal, o conceito de política externa adotado pelos analistas está em constante mutação, em função das mudanças nas práticas e teorias (MORIN E PAQUIN, 2018).

Com várias citações de casos e teorias para o campo da APF, vale pontuar que os autores reforçam o debate sobre o campo da análise da política estrangeira como no exemplo em que citam trecho de uma edição de 2010 da revista Foreign Policy Analysis, como segue:

Os internacionalistas estão cada vez mais se esforçando para integrar vários níveis de análise, atravessar diferentes disciplinas e desenvolver teorias de médio alcance. A APF, cuja ponta de lança é a multicausalidade, multidisciplinaridade e análise em múltiplos níveis, parece ser um campo promissor mais uma vez (SMITH 1986; GERNER 1991 E 1995; LIGHT 1994; HUDSON E VORE 1995; NEACK ET AL. 1995; WHITE 1999; HAGAN 2001; KAARBO 2003; STERN 2004; HUDSON 2005; HOUGHTON 2007 apud MORIN E PAQUIN, 2018).

No capítulo 2, os autores exploram ainda mais a definição de uma política externa e apresentam cinco referências que fundamentam uma abordagem comparativa. Para isto, os autores apresentam com base em teorias e exemplos de casos, as metas, os recursos mobilizados, os instrumentos, os processos e os resultados.

Basicamente, os autores apresentam dados comparáveis para pesquisa e teorias que exploram a política externa com foco nos  objetivos, na doutrina,  no interesse nacional, nos recursos mobilizados, no paradoxo do poder, na mobilização e exploração, nos instrumentos de política externa, na socialização, na coerção, nas intervenções, nos bancos de dados baseados em eventos, no processo de política externa propriamente dito, na segmentação em seis fases de um processo linear de tomada de decisão proposto por (Jones 1984), cíclico ou caótico, e por fim no resultado da política externa. Sobretudo, trazendo elementos para identificar e avaliar uma política externa.  

Citando alguns exemplos de casos em Política Externa, os autores enfatizam:

Para interpretar uma política externa corretamente, os pesquisadores devem compará-la cuidadosamente com políticas anteriores, políticas de outros estados ou políticas domésticas. Um exercício comparativo é essencial para fornecer uma visão geral, mesmo no âmbito de um estudo com foco em um único caso (MORIN E PAQUIN, 2018).

Morin e Paquin (2018) citam Rosenau (1968) acerca de uma abordagem resolutamente comparativa da FPA:

A compreensão das atividades externas realizadas por um sistema nacional não é suficiente para responder às questões de adaptação sistêmica e processo político inerentes aos fenômenos de política externa. As experiências repetidas de dois ou mais sistemas devem ser cuidadosamente contrastadas para que uma resposta a tais questões comece a surgir. Só assim o analista teoricamente orientado começa a satisfazer sua curiosidade e o analista orientado a políticas começa a acumular o conhecimento confiável sobre o qual são feitas recomendações e escolhas sólidas. Só assim será possível ir além das circunstâncias históricas e compreender as continuidades da vida nacional em um mundo de outras nações (ROSENAU, 1968).

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