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A Palavra se Fez Livro - Resenha - Johan Konings

Por:   •  26/9/2019  •  Resenha  •  1.068 Palavras (5 Páginas)  •  695 Visualizações

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A Palavra Se Fez Livro

“A palavra se fez livro” é um livro de Johan Konings (2010) voltado para aqueles que buscam a profunda compreensão sobre a Bíblia e sua história. À princípio, descreve a palavra como sendo aquela proferida por Deus e que posteriormente se tornou carne com a vinda de Jesus e então se eternizou como texto por meio daqueles que a escreveram, dando origem a Bíblia.

A Bíblia é majoritariamente contida pelas Sagradas Escrituras de Israel cuja maior parte corresponde ao Antigo Testamento e a menor, dos cristãos, ao Novo Testamento. O Antigo testamento aparece de duas formas, na língua hebraica, que é sua original, e na tradução grega, Septuaginta, que foi uma tradução feita pelos próprios judeus. Esses dois modelos apresentam algumas diferenças como a matéria e a ordem dos livros. No Novo Testamento, apesar de não aparecer na Bíblia Hebraica, não apresenta diferenciação para católicos e protestantes quanto ao seu conteúdo, já as traduções apresentam algumas divergências que são explicadas pelo dinamismo da língua, se diferindo de acordo com a época e grupo sociológico ou cultural.

 O livro de Konings também atenta para o surgimento da Torá, não como um peso, mas sim como luz, voltado para ensinamento e orientação, contendo tradições antigas de Israel, e para o surgimento do judaísmo a partir do protagonismo do povo de Judá logo após o exílio babilônico, sendo, portanto a forma como esse período foi chamado.

Foi no templo de Israel onde foram desenvolvidas as Escrituras lideradas pelos rabinos, a partir criação da sinagoga como casa de ensino e oração. As Escrituras atuariam como referência para a criação do Talmud que explicita as diferenças religiosas.

Atravessando a história, Jesus, considerado como aquele enviado por Deus, desde seu nascimento pode ser tido como alguém do povo, sua fala poderosa e atestada pelos seus milagres o fizeram conhecido como o enviado de Deus. O Reinado de Deus pregado por Jesus significaria a realização, na Terra, da vontade de Deus sendo esta a prática do amor fraterno e ser Messias significaria ensinar que Deus é fiel e bom até o fim. Jesus quebra com tudo que já era conhecido e aceitável no meio social, político, econômico e até religioso, causando grande desconforto naqueles que o desconsideravam como enviado de Deus. Mas, é em sua morte e ressurreição que a palavra de Deus é realmente propagada através das comunidades que seguiam o pregado por Jesus e que continuaram mesmo em sua ausência física.

Assim como as traduções, as formas literárias utilizadas também foram várias. Primeiro, os cristãos se valeram da “querigma” sendo este o primeiro anúncio do ciclo de vida de Jesus, contando relatos de sua vida, morte e ressurreição. Com o passar do tempo, sua vida passou a ser contadas por outras vias sendo elas orais e escritas, seja  por meio de sentenças, parábolas, ações com significado, catequese, profissão da fé, batismo, celebração ou culto, anedotas, discursos, entre muitas outras.

Todas essas vias não se mostraram suficientes para agregar novos cristãos à comunidade e a partir disto houve o surgimento dos evangelhos escritos inaugurado por Paulo através de cartas. Ao logo da história e a partir dessas cartas iniciais, observa-se o surgimento de outras como as cartas católicas, as cartas de Pedro e Judas, o Evangelho e as cartas de João.

As comunidades, porém, recebendo todas essas informações decidiram considerar algumas específicas para torná-las referência de sua fé através de uma lista oficial chamada “cânon’. Os  Canônicos são considerados inspirações divinas, os Deuterocanônicos se referem a qualificação dada pelos católicos a alguns livros do Antigo Testamento e os Apócrifos são aqueles que embora tendo predileção na leitura não foram adotados como pretensão de inspiração divina pelos cristãos e judeus. A diferença entre o que é considerado sagrado pelos judeus, protestantes  e cristãos dá-se pela experiência religiosa específica de cada um que como consequência torna sua referência escrita também distinta, não havendo,. necessariamente, uma diferenciação de Deus, pois este é divinamente maior que a Bíblia, assim como a fé proferida por cada um.

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