DOCÊNCIA MAÇÔNICA - VENERÁVEL MESTRE
Por: PF17 • 3/11/2015 • Artigo • 1.494 Palavras (6 Páginas) • 1.398 Visualizações
I – ORIGEM DA EXPRESSÃO “VENERÁVEL MESTRE”
O título “Venerável” possui sua origem na palavra inglesa “Worship”, que sob a forma de substantivo significa adoração, culto religioso, respeito, admiração; e como verbo significa adorar, venerar, idolatrar.
A expressão inglesa “Your Worship” se equipara aos pronomes de tratamentos “Vossa Excelência” e/ou “Vossa Senhoria”. A expressão “Worshipfull Master” passou a ser traduzida como “Venerável Mestre”, sendo usualmente adotada e recepcionada pela maçonaria no Brasil.
Importante ressaltar que no Século XVII, quando houve a transformação da Maçonaria operativa em especulativa, até então não existia o “Grau de Mestre Maçom”, o qual somente surgiu no início do Século XVIII.
A motivação de ser criado o cargo de Venerável Mestre foi a de escolher, entre os Mestres, um Oficial que representaria o ideal maçônico. Isto começou em 1717, com a codificação das primeiras regras maçônicas, cujo título de “Venerável” passou comumente ser atribuível ao “mestre principal”.
II – ESCOLHA DO VENERÁVEL MESTRE
Segundo o Rito Escocês Antigo e Aceito, a atribuição de “Venerável Mestre” era conferida ao maçom iniciado no Grau 20, sob o título de “Mestre Ad Vitam”, ou seja, cuja atribuição passaria a ser exercida de forma vitalícia.
Como era natural e típico da escolha, o Presidente da Loja era eleito entre os Companheiros mais antigos e experientes, rendendo-lhe o direito de exercer a função de “Venerável Mestre” nas Lojas Simbólicas, cuja a designação ficava a critério do denominado Supremo Conselho do Grau.
Dentro de uma Loja Simbólica, cumpre esclarecer que o “Venerável Mestre” é o 1º Oficial. Sua eleição está condicionada a alguns critérios, dentre eles, os pressupostos objetivos de ter desempenhado os cargos e dignidades inferiores e, necessariamente, ter exercido o cargo de “Vigilante”.
Cumpre chamar atenção que a mencionada autoridade origina-se da Lei mais antiga da maçonaria, os Landmarks, de A. Mackey: "O governo da Loja quando congregada por um Venerável e dois Vigilantes". ( )
A Constituição de Anderson, por sua vez, outro documento importante da instituição, diz que um dos critérios para a escolha do Venerável Mestre é o seu mérito pessoal. Neste caso, o mérito resulta do merecimento, que, na maçonaria, seria o valor pessoal apto ao desempenho deste cargo.
III – LUGAR OCUPADO PELO VENERÁVEL MESTRE EM LOJA E A SIMBOLOGIA DO “TAU”
O Venerável Mestre tem o seu assento no Oriente. Sua poltrona é usualmente chamada de “trono”, já que é ocupada pela maior autoridade dentro de uma Loja Maçônica. Acha-se diante de uma mesa e por baixo de um dossel.
De acordo com a simbologia, o Venerável Mestre usa um avental com o “Tau” (letra semelhante à latina “T”), semelhante ao do Mestre Instalado, com a diferença de ter o referido símbolo no lugar das rosetas ( )
O Tau poderia ser comparado à cruz em forma de “T”, caracterizado como um dos mais antigos símbolos cruciformes, comumente sob a representação do “Malhete” utilizado durante a ritualística maçônica.
O Irm.: Nicola Aslan afirma em suas pesquisas que o Tau, entre os antigos, constituiria um símbolo sagrado e universal, tendo aparecido inicialmente entre os fenícios, representando as forças naturais do “Sol Fecundador”, da terra fertilizada e, consequentemente, a vida universal ( ).
A simbologia descreve ainda o Tau como a 22ª e última letra do alfabeto hebraico. Na maçonaria reluz o equilíbrio, resultante do ativo e do passivo, fonte de ligação do mundo material ao mundo puramente espiritual.
O Malhete utilizado pelo Venerável Mestre possui a forma do Tau, simbolizando o poder. Ao mesmo tempo rememora o sacrifício e a morte para alguns, enquanto para outros emoldura a vida, a eternidade e a luz, regulando sempre a parte material do homem e a sua própria divindade.
Valioso salientar que o Tau acha-se invertido no Avental dos Mestres Instalados, chamando-o geralmente de Hiram, como um símbolo do poder e indicando a dignidade do Mestre Instalado que o utiliza. ( )
O Tau está ligado ao Mestre Instalado pelo símbolo espiritualista, como também pelo que ele resplandece no mundo material jungido pelo poder e chefia, privativo dos Mestres que passam pela cerimônia de Instalação.
IV – ATRIBUIÇÕES DO VENERÁVEL MESTRE
O Venerável Mestre é o responsável pela condução dos trabalhos da Loja. Sua titulação de “Mestre Maior” lhe concede a elevação de graus entre os Irmãos, bem assim a iniciação de profanos na Maçonaria.
Com efeito, deve ficar esclarecido que a investidura de profanos ou mesmo a dos graus de Companheiro e de Mestre é prerrogativa de um Venerável Mestre que tenha sido investido com estes poderes, diga-se de passagem, sob o referendo de ao menos 3 (três) outros Veneráveis Mestres.
Dessa forma, um Presidente de Loja Maçônica que não tenha recebido a sagração ou investidura válida como Venerável Mestre poderá, quando muito, simplesmente dirigir os trabalhos administrativos da Loja.
As atribuições de um “Venerável Mestre” encontram-se claramente definidas pela Constituição da Obediência a que subordina à Loja Maçônica, conforme Rito que por ela seja devidamente praticado e aceito.
Especificamente na Constituição do Grande Oriente do Brasil, as atribuições do Venerável Mestre encontram-se descritas e especificadas nos arts. 19 e 20, §4º, que dispõem nos seguintes termos transcritos:
“Art. 19. A administração da Loja é composta pelo Venerável Mestre, 1º Vigilante, 2º Vigilante e demais dignidades eleitas, conforme Estado e o Rito determinarem.
(...)
Art. 20. Os cargos de Loja são eletivos e de nomeação, podendo ser eleitos ou nomeados somente Mestres Maçons que forem membros efetivos de seu Quadro e que estejam em pleno gozo de seus direitos maçônicos.
(...)
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