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Feuerbach: Sua critica a religião e seu ateísmo

Por:   •  16/5/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.604 Palavras (11 Páginas)  •  501 Visualizações

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Introdução

O presente trabalho tem como tema, Feuerbach: A crítica da religião e seu ateísmo. Escolhemos este tema porque é um tema de interesse para os estudantes de filosofia. Pretendemos em linhas gerais e de forma não exaustiva elucidar apontamentos acerca da ``critica que Feuerbach faz a religião´´. A crítica sobre a religião que Feuerbach faz, toma como base as obras mais relevantes e comentadas do autor, como “A essência do cristianismo”, a qual faz uma contextualização histórica e filosófica sobre a redução da teologia à antropologia. Feuerbach resume a essência religiosa na essência humana. A essência humana não é uma abstracção inerente a cada indivíduo; na sua realidade, ela é o conjunto das relações sociais.

No que concerne à sua estrutura, o trabalho é dividido em quatro momentos: no primeiro momento apresentar-mos-ei a vida e obra de Feuerbach, no segundo momento o conceito da religião na concepção de Feuerband, no terceiro momento a crítica ao cristianismo e a religião segundo Feuerbach e no quarto e ultimo momento a redução da Teologia à Antropologia e por fim a Crítica à crítica de Feuerbach.

Vida e obra

Ludwig Andreas Feuerbach, nasceu no dia 29 de Julho de 1804, em Landshut, cidade ao sul da Baviera Alemã. Feuerbach passou sua infância na conhecida Munique, entre os anos de 1806 a 1816, e, muito embora tenha sido baptizado na religião fundada por Jesus Cristo na Palestina, na adolescência passou ao protestantismo. Estudou Teologia em Heidelberg, na Alemanha, mas desistiu do curso e anos mais tarde veio a bacharelar-se em Filosofia, em 1822; logo depois, em 1828, doutorou-se em Berlim, Alemanha, na Universidade de Erlangem. A partir de 1829, dedicou-se a sua livre docência, adquirindo-a com a tese intitulada “De ratione uma, universali, infinita”, em que Feuerbach já polemiza alguns pontos essenciais com o antigo mestre Hegel. Feuerbach exerceu curta carreira no magistério, com as disciplinas Metafísica, Lógica e História da Filosofia. Morreu pobre e esquecido em 13 de setembro de 1872, com 68 anos de idade. Seu pensamento pode ser compreendido nas obras a seguir, não esquecendo que sua principal fonte de expiração foi a religião. Assim sendo, publicou “A essência do cristianismo” (1841), sua obra mais importante, “Princípios da filosofia do futuro” (1843), “A essência da religião” (1845), “Teogonia” (1845), “Crítica da filosofia hegeliana” (1839), “Espiritualismo e materialismo” (1866), “O mistério do sacrifício ou o homem é o que ele come” (1862) e “Pensamentos sobre a imortalidade da alma” (1828).

O pensamento feuerbachiano, num primeiro momento, foi completamente influenciado por Hegel; após tornar-se seu aluno e conhecer melhor suas teorias, passou a criticar algumas de suas ideias, afastando-se posteriormente completamente do professor. Seu pensamento também sofreu influência de pensadores como Kant, Max Stirner, Bruno Bauer e Schleiermacher.

  1. Feuerbach: sua crítica da religião e seu ateísmo
  1.  Definição da Religião e Ateísmo  

Percebe-se que ao longo da história, o homem muito se perguntou sobre a existência de Deus. Muitos foram os que tentaram provar a existência de Deus, como também, negá-la. Mas, sobretudo, esta temática muito inquietou e inquieta o ser humano. Deus existe ou não existe? Na tentativa de propor uma resposta a esta inquirição, o trabalho tem como escopo explanar o viés do filósofo Feuerbach sobre a sua crítica da religião e seu ateísmo.

Outrora Sócrates foi condenado à morte por ser ateu. Entretanto Sócrates não negara a Deus, mas apenas a veneração dos deuses da tradição grega. O ateísmo, no sentido próprio e actual, não só nega pluralidade de deuses e/ou determinado culto a Deus, mas é a negação de Deus, ao menos como absolutização do próprio homem. Ora, tal negação era difícil na Antiguidade e na Idade Média. (ZILLES, 2004, p. 99).

Ateísmo é a condição daqueles que não acreditam em Deus, num sentido mais amplo, o ateísmo é a ausência de crença na existência de divindades. Enquanto a religião é a religação entre o homem e Deus, isto é, a religação com o divino. De um modo geral a religião é um conjunto de símbolos e rituais que possuem significados amparados pela crença de um grupo de fiéis que se identificam com uma organização religiosa.

  1.  O conceito de religião para Feuerbach

Segundo FEUERBACH (1988: 57), a religião, pelo menos a cristã, é o relacionamento do homem consigo mesmo ou, mais correctamente: com a sua essência; mas o relacionamento com a sua essência como uma outra essência […]. Feuerbach entende a religião como um produto puramente humano, porque o ser humano, uma vez que, não conseguindo satisfazer todas as suas necessidades, ou seja, ver-se livre da necessidade, vai postular e formular um ser ilusório [grifo nosso], que é fruto de sua imaginação, que é a projecção dele mesmo como queria ser, ou seja, sem necessidades, livre de necessidades. E assim nasce a alienação religiosa, que é esse abandonar a Deus a efetivação de seus próprios valores, encarregando-o de uma missão que cabe à pessoa humana realizar. Se o amor de Deus substitui o amor da humanidade e se efectiva, termina em alienação.

O ateísmo moderno nasce com a radicalização do Iluminismo francês e, depois, com Feuerbach, Marx, Nietzsche e Freud. Tal ateísmo penetrou em todas as camadas sociais e, sob o pretexto de cientificidade, ameaça a fé em Deus e o cristianismo. Assim, hoje, quem quiser viver a fé em Deus terá que confrontar-se também com esse tipo de ateísmo. Feuerbach realiza uma interpretação antropológica da religião, ou melhor, uma redução antropológica. Como pura antropologia, a nova religião é ateia. Nega a Deus para afirmar o homem. Para algumas ideologias modernas não há libertação do homem sem negação de Deus. Tal ideologias partem do pressuposto que a religião é expressão e causa da alienação humana. Nesta linha situa-se o ateísmo de Feuerbach. "O conhecimento que o homem tem de Deus é apenas o autoconhecimento do homem, de sua própria essência" (FEUERBACH, 1988:47). Feuerbach elaborou um materialismo para o qual só existe o homem e a natureza e "nada mais" [grifo do autor]. Seres superiores são apenas o reflexo de nossa realidade, o ponto de partida desta nova filosofia é o ser real, portanto, para alcançar a verdade do ser é preciso passar do pensamento abstracto para a realidade sensível, da essência para a existência, da representação e fantasia para a intuição imediata e sensível.

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