Renovação Carismática Católica
Por: Ana Carla Nogueira Tobias Vieira • 4/7/2017 • Artigo • 4.191 Palavras (17 Páginas) • 625 Visualizações
ANTÔNIO TADEU MARCONDES (8022904)
Especialização em Teologia Contemporânea
RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA (RCC): UMA NOVA VERTENTE DO CATOLICISMO
Tutor: Prof. Tiago Tadeu Contiero
Claretiano - Centro Universitário
BATATAIS / SP
2017
RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA (RCC): UMA NOVA VERTENTE DO CATOLICISMO
Resumo: Apesar de sua vertente católica, a RCC é caracterizada por ser um movimento paradoxo que consegue conciliar, sem maiores problemas, fé (emocional) e razão (racional). Para se manter dentro da hierarquia da Igreja, a RCC precisou se manter como um “movimento”, entretanto, essa é uma organização diferenciada das demais pela proporção tomada mundialmente. O objetivo desse trabalho é identificar como a Igreja Católica vem lidando com essa nova vertente que surgiu como um novo modo de religiosidade que a população vem buscando cada vez mais e mostrar como a própria Igreja vem conseguindo com que grupos opostos permaneçam em uma mesma hierarquia. A metodologia utilizada para a realização deste trabalho foi a da pesquisa bibliográfica, fundamentada em livros e artigos científicos referentes ao tema. Embora os primeiros momentos da RCC tenham se dado em torno do retiro de Duquesne e apesar de estarem os americanos igualmente presentes no seu nascimento em diversos outros países, seria falso atribuir a expansão da RCC unicamente a sua influência. A partir de 1980, a RCC consolidou-se institucionalmente no Brasil, espalhando-se por todo o território nacional. Apesar da RCC ter uma fácil aceitação de fiéis católicos, muitos membros tidos da Igreja são contra este movimento, uma das explicações dadas é o uso excessivo dos carismas, além da utilização de várias danças e cantos. A RCC surgiu com a intenção de aproximar o leigo a uma experiência com Deus, levando esse indivíduo para dentro da Igreja, sendo isso um marco dentro da mesma.
Palavras-chave: igreja católica; espírito santo; movimentos religiosos; louvor a Deus
1. INTRODUÇÃO
A visão da Igreja sobre o homem permanecia intacta desde o Concilio de Trento, foi necessário revê-las; isto para que a Igreja Católica não perdessem mais fiéis para as Igrejas Protestantes (DAVILA, 1998).
Segundo Lopes (2012), somente em 1962 a Igreja convocou outro Concilio, desta vez o Concilio do Vaticano II, que teve por definição rever a visão da Igreja sobre as mudanças do século XX. E foi somente após o Concilio do Vaticano II, que a Igreja modificou a participação dos membros leigos dentro da hierarquia da Igreja, criando espaços para que novos grupos católicos trouxessem os fiéis que estavam distantes, para dentro da Igreja novamente.
Neste contexto, a Renovação Carismática Católica (RCC) se formou como um grupo, aparentemente pequeno, nos EUA no fim da década de 60, mas que ganhou adeptos por todo o mundo e não diferentemente no Brasil e de forma muito rápida (DAVILA, 1998).
No Brasil, a RCC foi implantada na cidade de Campinas em 1969, por dois padres norte-americanos e jesuítas, Pe. Haroldo Joseph Rahm e Pe. Eduardo Doughert. Sabe-se que a presença dos dois padres foi crucial para que o movimento continuasse no Brasil, pois foram eles que, por questões burocráticas, fizeram com que este movimento se fortalecesse Até mesmo a formação acadêmica do Pe. Eduardo Doughert em administração e marketing, foi decisiva nas questões relevantes a Comunicação Social na RCC e consequentemente para a sua expansão (LOPES, 2012).
Apesar de sua vertente católica, a RCC é caracterizada por ser um movimento paradoxo que consegue conciliar, sem maiores problemas, fé (emocional) e razão (racional). Ora, apresenta-se como fenômeno primitivo já ocorrido nos primórdios da Igreja, mas, ao mesmo tempo, contemporâneo; ora tradicional, mas, ao mesmo tempo, renovador; ora elitista, mas, ao mesmo tempo, popular; ora formal, mas, ao mesmo tempo, espontâneo; ora separatista (religião moralista), mas, ao mesmo tempo, congregador (consegue conciliar fé e razão, medicina e religião) etc. (SILVA, 2011).
Corrêa (2006), relata que estar ao lado dos fiéis carismáticos permitiu conhecer mais de perto o poder da fé, porque ficou evidente que a religiosidade dessas pessoas é, em sua essência, uma relação entre o sujeito (ser humano) e um termo (Deus), relação que não é apenas percebida, mas que pode ser vista e sentida no contato com suas histórias de vida, objetos e palavras, convivência e ações, dentro de um grupo social determinado, ou seja, o grupo de oração da RCC.
Para se manter dentro da hierarquia da Igreja, a RCC precisou se manter como um “movimento”, entretanto, essa é uma organização diferenciada das demais, pela proporção tomada mundialmente. Por outro lado, a Igreja Católica, representada pelos tradicionalistas, enxerga a RCC sendo representante das mudanças discutidas no Concilio do Vaticano II, sendo a Igreja com um novo olhar para as necessidades humanas no século XX.
O presente trabalho tem a finalidade de contribuir com o ensinamento e o entendimento da população como um todo, sobre este tema tão relevante para a sociedade. Pretende-se demonstrar e entender como a Renovação Carismática Católica (RCC) vem ganhando vários adeptos com o passar dos tempos e, também, como vem despertando críticas e indagações dentro da própria Igreja.
O objetivo desse trabalho é identificar como a Igreja Católica vem lidando com essa nova vertente que surgiu como um novo modo de religiosidade que a população vem buscando cada vez mais e mostrar como a própria Igreja vem conseguindo com que grupos opostos consigam permanecer em uma mesma hierarquia.
A metodologia utilizada para a realização deste trabalho foi a da pesquisa bibliográfica, fundamentada em livros e artigos científicos referentes ao tema abordado. A pesquisa bibliográfica é aquela que consiste em uma etapa fundamental em qualquer trabalho científico, pois é ela que vai influenciar as demais etapas, fornecendo o embasamento teórico necessário para a realização do trabalho.
2. DESENVOLVIMENTO
Pode-se atribuir como surgimento da RCC (Renovação Carismática Católica) as reuniões ocorridas em um final de semana, de 17 a 19 de fevereiro de 1967, quando cerca de trinta leigos católicos, membros do corpo docente da Universidade Duquesne em Pittsburgh, Pensilvânia, EUA, encontravam-se em um retiro espiritual para orar e discutir sobre a vitalidade de sua vida religiosa (CORRÊA, 2006).
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